segunda-feira, 3 de junho de 2019

Mulheres de Destaque: A ativista Greta Thunberg, aos 16 anos, virou símbolo de luta contra as mudanças climáticas

O olhar de Greta transmite sua coragem. Foto: Reprodução/Twitter



Por Manuela Paola*

As mudanças climáticas estão cada vez mais presentes em todas as biosferas. Seja na água, na terra ou até mesmo no ar, é claro que nenhum deles está completamente saudável. A crescente produção de plásticos - que depois de descartados param nos estômagos de animais marinhos e no fundo dos oceanos - levam centenas de anos para se decompor. A emissão antrópica e elevada de gases, como os clorofluorcarbonos (usados na fabricação de componentes aerossóis e equipamentos refrigeradores), vem causando sérias consequências para a camada de ozônio, que serve como uma proteção contra os raios ultravioletas - extremamente prejudiciais para a vida humana. Nossa terra, local de plantação de alimentos essenciais, sofre constantemente com a falta das chuvas, causadas tanto pelo aquecimento global quanto pelos desmatamentos. O que deveria ser uma preocupação de todos que vivem na Terra - afinal, é nossa casa -, aflige em grande parte a geração mais jovem.


Com uma vontade feroz de promover mudanças, Greta Thunberg é o principal rosto da luta para conscientização sobre a crise climática. Seus protestos começaram pequenos e solitários: em 2018, ela começou a faltar às aulas de sexta-feira para protestar em frente ao Parlamento sueco. No segundo dia de manifestação, outras pessoas começaram a se juntar a Thunberg. Hoje, pela iniciativa da sueca de apenas 16 anos, pessoas em todo mundo adotaram o Fridays For Future (Sexta-feiras Pelo Futuro), na qual promovem greves, normalmente silenciosas, que tem o objetivo de informar a população sobre as mudanças climáticas e chamar a atenção dos políticos para o risco que correm as gerações futuras.

Greta com seu famoso cartaz: “Greve das escolas pelo clima”.  Foto: TT News Agency/Hanna Franzen via Reuters


Com a grande visibilidade que Greta ganhou, ela discursou na COP 24, a Conferência de Clima da ONU. Ela falou para chefes de Estado e de Governo, e sem medo nenhum, atentou para o fato de que os governos não estão se mobilizando para provocar uma mudança significativa no que concerne à crise climática e ao futuro das próximas gerações. “No ano de 2078, vou celebrar meu 75º aniversário. Se eu tiver filhos, talvez eles passarão esse dia comigo. Talvez eles perguntem sobre vocês, talvez eles perguntem por que vocês não fizeram nada enquanto ainda havia tempo para agir. Vocês dizem que amam seus filhos acima de todo o resto, mesmo assim estão roubando o futuro deles bem na frente de seus olhos. Até vocês focarem no que precisa ser feito ao invés do que é politicamente possível, não há esperança”, disse.


No dia 15 de março de 2019, uma greve mundial juntou 1,6 milhão de protestantes ao redor de todo o mundo, aderindo à luta de Greta. Thunberg também participou do TED Talk, uma organização voltada para palestras em todas as áreas, desde ciência, negócios e até mudanças climáticas. Em sua palestra, a pequena ativista disse que “nunca somos pequenos demais para fazer a diferença”, referindo-se ao tamanho da Suécia - que pelo seu tamanho, segundo alguns, não pode promover mudanças significativas. Sem dúvidas, essa frase também se aplica a Greta. Ela não possui nem duas décadas de vivência nesse mundo e conseguiu se destacar lutando sobre um assunto que não gera a comoção que deveria - tanto das mídias, como dos governos e indivíduos. Greta foi diagnosticada com Síndrome de Aspenger e a usou como aliada na sua luta, que a ajudou a ter um foco maior na sua luta pelo meio-ambiente. Ela também desenvolveu um mutismo seletivo durante uma crise de depressão que ocorreu quando ela tinha apenas 11 anos, o que a faz falar somente quando necessário. Podemos notar a genuína preocupação de Greta com o planeta e a condição de vida das futuras gerações quando ela discursa em eventos de grande importância, como a COP 24, em seu próprio TEDx, e mais recentemente, no Fórum Econômico Mundial, para a qual foi convidada a falar em um dos encontros da Conferência. Se Greta apenas fala quando extremamente necessário, é nosso dever, como cidadãos deste mundo, escutá-la.


Indicada ao Prêmio Nobel da Paz, Greta Thunberg não é apenas mais uma adolescente preocupada com o futuro do planeta Terra. Ela tornou-se uma verdadeira ativista e símbolo da batalha contra as terríveis mudanças que a natureza vem sofrendo por interesses egoístas de corporações e governos e que, claramente, já afetam a vida humana e animal. Os impactos que a pequena vem causando apenas demonstram o que ela mesma disse: você nunca é pequeno demais para fazer a diferença.



A frase da pequena ativista: Você nunca é pequeno demais para fazer a diferença. Foto: Reprodução/Twitter

** Manuela Paola Batista é acadêmica do terceiro período de Relações Internacionais do UNICURITIBA e integra a equipe editorial do Blog Internacionalize-se, Projeto de Extensão coordenado pela Profa. Michele Hastreiter.
 

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