O olhar de Greta transmite sua
coragem. Foto: Reprodução/Twitter
Por Manuela Paola*
As mudanças
climáticas estão cada vez mais presentes em todas as biosferas. Seja na água,
na terra ou até mesmo no ar, é claro que nenhum deles está completamente
saudável. A crescente produção de plásticos - que depois de descartados param
nos estômagos de animais marinhos e no fundo dos oceanos - levam centenas de
anos para se decompor. A emissão antrópica e elevada de gases, como os
clorofluorcarbonos (usados na fabricação de componentes aerossóis e
equipamentos refrigeradores), vem causando sérias consequências para a camada
de ozônio, que serve como uma proteção contra os raios ultravioletas -
extremamente prejudiciais para a vida humana. Nossa terra, local de plantação
de alimentos essenciais, sofre constantemente com a falta das chuvas, causadas
tanto pelo aquecimento global quanto pelos desmatamentos. O que deveria ser uma
preocupação de todos que vivem na Terra - afinal, é nossa casa -, aflige em
grande parte a geração mais jovem.
Com uma
vontade feroz de promover mudanças, Greta Thunberg é o principal rosto da luta
para conscientização sobre a crise climática. Seus protestos começaram pequenos
e solitários: em 2018, ela começou a faltar às aulas de sexta-feira para
protestar em frente ao Parlamento sueco. No segundo dia de manifestação, outras
pessoas começaram a se juntar a Thunberg. Hoje, pela iniciativa da sueca de
apenas 16 anos, pessoas em todo mundo adotaram o Fridays For Future (Sexta-feiras Pelo Futuro), na qual promovem
greves, normalmente silenciosas, que tem o objetivo de informar a população
sobre as mudanças climáticas e chamar a atenção dos políticos para o risco que
correm as gerações futuras.
Greta com seu famoso cartaz: “Greve
das escolas pelo clima”. Foto: TT News Agency/Hanna Franzen via Reuters
Com a grande
visibilidade que Greta ganhou, ela discursou na COP 24, a Conferência de Clima
da ONU. Ela falou para chefes de Estado e de Governo, e sem medo nenhum,
atentou para o fato de que os governos não estão se mobilizando para provocar
uma mudança significativa no que concerne à crise climática e ao futuro das
próximas gerações. “No ano
de 2078, vou celebrar meu 75º aniversário. Se eu tiver filhos, talvez eles
passarão esse dia comigo. Talvez eles perguntem sobre vocês, talvez eles
perguntem por que vocês não fizeram nada enquanto ainda havia tempo para agir.
Vocês dizem que amam seus filhos acima de todo o resto, mesmo assim estão
roubando o futuro deles bem na frente de seus olhos. Até vocês focarem no que
precisa ser feito ao invés do que é politicamente possível, não há esperança”,
disse.
No dia 15 de
março de 2019, uma greve mundial juntou 1,6 milhão de protestantes ao redor de
todo o mundo, aderindo à luta de Greta. Thunberg também participou do TED Talk,
uma organização voltada para palestras em todas as áreas, desde ciência,
negócios e até mudanças climáticas. Em sua palestra, a pequena ativista disse
que “nunca somos pequenos demais para fazer a diferença”, referindo-se ao
tamanho da Suécia - que pelo seu tamanho, segundo alguns, não pode promover
mudanças significativas. Sem dúvidas, essa frase também se aplica a Greta. Ela
não possui nem duas décadas de vivência nesse mundo e conseguiu se destacar
lutando sobre um assunto que não gera a comoção que deveria - tanto das mídias,
como dos governos e indivíduos. Greta foi diagnosticada com Síndrome de
Aspenger e a usou como aliada na sua luta, que a ajudou a ter um foco maior na
sua luta pelo meio-ambiente. Ela também desenvolveu um mutismo seletivo durante
uma crise de depressão que ocorreu quando ela tinha apenas 11 anos, o que a faz
falar somente quando necessário. Podemos notar a genuína preocupação de Greta
com o planeta e a condição de vida das futuras gerações quando ela discursa em
eventos de grande importância, como a COP 24, em seu próprio TEDx, e mais
recentemente, no Fórum Econômico Mundial, para a qual foi convidada a falar em
um dos encontros da Conferência. Se Greta apenas fala quando extremamente
necessário, é nosso dever, como cidadãos deste mundo, escutá-la.
Indicada ao
Prêmio Nobel da Paz, Greta Thunberg não é apenas mais uma adolescente
preocupada com o futuro do planeta Terra. Ela tornou-se uma verdadeira ativista
e símbolo da batalha contra as terríveis mudanças que a natureza vem sofrendo
por interesses egoístas de corporações e governos e que, claramente, já afetam
a vida humana e animal. Os impactos que a pequena vem causando apenas
demonstram o que ela mesma disse: você
nunca é pequeno demais para fazer a diferença.
A frase da pequena ativista: Você
nunca é pequeno demais para fazer a diferença. Foto: Reprodução/Twitter
** Manuela Paola Batista é acadêmica do terceiro período de Relações Internacionais do UNICURITIBA e integra a equipe editorial do Blog Internacionalize-se, Projeto de Extensão coordenado pela Profa. Michele Hastreiter.
** Manuela Paola Batista é acadêmica do terceiro período de Relações Internacionais do UNICURITIBA e integra a equipe editorial do Blog Internacionalize-se, Projeto de Extensão coordenado pela Profa. Michele Hastreiter.
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