Ricardo Klement,
morador de Buenos Aires, vivia com a esposa e seu filho, e saia todos dias
trabalhar como qualquer um dos seus vizinhos. Uma coincidência, entretanto,
levou o grupo de agentes israelenses a descobrir que aquele homem, na verdade,
era Otto Adolf Eichman, o alemão, judeu, que foi significante mentor e operador
logístico do holocausto.
A captura foi feita
secretamente – já que a Argentina na época tinha diversos nazistas, um pedido
de extradição formal tinha grandes chances de ser negado: o filme mostra tudo
que foi necessário para tirá-lo do país simulando sua própria vontade.
Israel e Argentina,
após o incidente, passaram a ter conflitos, já que o segundo passa a exigir o
retorno de Eichman, o que não acontece; ele é julgado em Jerusalém no ano de
1961 e enforcado em 1962.
Ao longo do filme é
possível enxergar nos diálogos, partes da multifacetada realidade do caso: a
começar pelo ator que interpreta o nazista, que
é o mesmo a interpretar Gandhi no
filme de 82 (e ganhar o oscar de
melhor ator).
É um paradoxo
compreender o tamanho da barbárie que pessoas não necessariamente intencionadas
ao mal são capazes de cometer, esse é um apontamento de Hannah Arendt, filósofa
que esteve no julgamento, sobre o qual produziu sua obra “Eichman em Jerusalém”.
Como a escritora aponta, o homem julgado entendia que estava “fazendo apenas o
seu trabalho”, entretanto, em política,
obediência e apoio são a mesma coisa. O réu foi julgado e condenado sobre seus
atos e, enquanto o mundo inteiro assistia, já que tudo estava sendo televisionado, foram
divulgados os horrores do nazismo, sendo importante marco para que nunca o
massacre do holocausto seja esquecido.
Operação final é um
filme para ser visto: é um daqueles que mostra fatos interessantes, é bem
feito, tem bons atores e nos faz refletir sobre quanto o mal ainda pode ser
banal, e quanto mal pode haver nos nossos atos sem que percebamos. É um
compromisso coletivo fazer com que o holocausto seja memória viva, para que
mesmo sob regras imorais, sempre se dê valor, acima de qualquer coisa, à
empatia e ao respeito entre todos.
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