Imagem – Igor Brandão com a ex-governadora Cida
Borghetti, no Palácio do Iguaçu (uma das atividades na grade do Parlamento
Universitário 2018)[1]
Por Igor V. Brandão*
O
Parlamento Universitário é um projeto da Assembleia Legislativa do Paraná
(ALEP) a partir da Escola do Legislativo, que já está em sua quarta edição. Nele,
os universitários dos mais variados
cursos são colocados frente a um desafio, no começo, assustador: ser Deputado
Estadual por duas semanas. Isso mesmo, depois do treinamento e seleção, eis o
trabalho em si, ou seja, propor leis, participar das comissões que decidem o
aproveitamento ou não desses projetos e então sentar na elegantíssima poltrona
do Plenário e votar- levando em conta que todo esse trabalho impactará um
Estado inteiro.
Fui
eleito, em 2018, para ser um dos 54 deputados titulares- além de 27 suplentes -
da Unicuritiba, que tem a maior bancada desde 2017. Lembro muito bem da
ansiedade que sentia por ser chamado por Vossa
Excelência, além de não saber absolutamente nada do processo legislativo e,
o pior, é que a maioria das pessoas não sabe. “Político não trabalha!” e “ganha
muito para fazer nada!” são algumas das exclamações que não podem ser
generalizadas, já que posso garantir que legislar é um processo longo e difícil
que demanda um conhecimento sobre várias coisas.
Como
um ex-participante, posso dizer que a experiência é simplesmente única e
fantástica. Aprendi coisas que nunca imaginei que faria e enxerguei
possibilidades ambiciosas na participação da sociedade em geral na política.
Para tentar esclarecer ainda mais esta experiência, o Internacionalize-se entrevistou alguns membros da grande equipe da
Escola do Legislativo e que estão a frente do projeto- em outras palavras, os
que fazem acontecer.
O
primeiro entrevistado é Dylliardi Alessi, diretor legislativo e diretor da
Escola do Legislativo da ALEP:
Como surgiu a ideia do Parlamento?
“Surgiu em 2016, em uma conversa entre mim
e o Henrique Palermo, estudante de direito da UFPR. Conversamos sobre a
necessidade de maior participação do jovem na política e como a Assembleia pode
ajudar nisso, complementando a formação dos jovens com a prática no processo
legislativo.
Em 2016 fizemos a primeira edição, somente
com alunos de direito da UFPR. A
partir de 2017, a Assembleia abriu para todos os cursos e instituições de
ensino superior de Curitiba. E a partir deste ano, a Unicuritiba passou a ser
destaque, sempre com o maior número de inscritos. Em 2019, além das
instituições da capital, algumas universidades do interior também poderão fazer
parte do projeto.”
Por quê a Unicuritiba vem se destacando
como a maior bancada?
“A Unicuritiba é destaque em função do
empenho tanto do corpo docente quanto do discente. Alunos e professores politizados nos auxiliam
muito.”
O
segundo entrevistado é Juarez Villela Filho, diretor de assistência ao Plenário
e membro da Escola do Legislativo da ALEP:
Na sua opinião, qual o maior desafio dos
participantes?
“Maior desafio é aprender sobre processo
legislativo de uma maneira como não temos já academia. Nenhuma faculdade
ministra aulas ou módulos de legislativo constitucional, por exemplo, então
esse contato direto com este ramo do direito, sua lógica e suas peculiaridades
são o maior desafio a ser enfrentado ao longo do processo.”
Qual impacto o projeto tem na sociedade
paranaense?
“Acho que além de mostrar aos estudantes o
verdadeiro trabalho realizado no legislativo estadual, desperta em todos maior
interesse pela política, mostra que somos todos atores políticos e que desse
interesse podem fazer brotar novas lideranças no cenário político Paranaense.”
Já Roberta
Picussa, a terceira entrevistada, é coordenadora pedagógica da Escola do
Legislativo da ALEP:
Quais os cursos mais diferentes dos
candidatos/participantes, fora da área do Direito?
“Na verdade, nenhum curso é muito
“diferente”, pois o exercício político é uma questão de cidadania, e não está
mais associado a um curso ou a outro. Ocorre que os alunos de Direito se
interessam mais pelo Programa. Respondendo à sua pergunta, já tivemos
inscrições de engenharia elétrica, agronomia, veterinária, serviço social,
ciências sociais, administração, contabilidade, jornalismo e outros.”
Por que os alunos devem se inscrever no
Parlamento Universitário?
“Os alunos devem se inscrever no PU porque
essa é uma experiência única; A Assembleia do Paraná é a única da Brasil a
realizar esse tipo de programa com Universitários. Quem participar vai poder
vivenciar no dia a dia todo o trabalho de um deputado Estadual. A equipe que
assessora esses estudantes é a mesma que assessora os deputados de verdade.
Tudo é feito com a maior simetria possível com a realidade. Eles vão aprender muito, e é um conteúdo e
uma vivência que dificilmente eles vão ter outra oportunidade de aprender.
Os estudantes poderão fazer discursos no
Plenário da assembleia dando voz às suas ideias. Além disso, o trabalho deles é
acompanhado pela TV assembleia, então eles também vão ser filmados com
frequência e passar na tv. Se não bastar tudo isso, os alunos que participarem
ainda vão ter direito a 80 horas de atividades complementares!”
A
edição de 2019 está com as inscrições abertas até esta sexta (24/05) e podem ser feitas em http://www.assembleia.pr.leg.br/escoladolegislativo/parlamento-universitario
Após
inscrição no link acima, entre em contato com o professor responsável em sua
instituição (que pode ser consultado no mesmo link), uma vez que a seleção é
feita por processo seletivo independente, em cada instituição.
** Não esqueça de ler muito bem o edital e
demais informações do processo seletivo (também disponível no link de
inscrição)
Fonte:
- Escola do Legislativo da Alep –
http://www.assembleia.pr.leg.br/escoladolegislativo/parlamento-universitario
1. Agência de Notícias do Paraná -
http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=99376&tit=Governadora-recebe-jovens-que-participam-do-Parlamento-Universitario
*Igor
V. Brandão é aluno do terceiro período do Curso de Relações
Internacionais do UNICURITIBA e integra a equipe editorial do Blog
Internacionalize-se, Projeto de Extensão coordenado pela Profa. Michele Hastreiter.
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