Nome Completo: Andreia C. Barcellos
Ano de ingresso no curso de Relações Internacionais: 2008
Ano de conclusão do curso de Relações Internacionais: 2011
Ocupação atual: Consultora no Banco Interamericano de Desenvolvimento
Blog Internacionalize-se: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional.
Andreia: Ao terminar a graduação, realizei um voluntariado no Egito e após, ingressei na American University School of International Service para um mestrado em Paz e Resolução de Conflito. Durante o mestrado, participei de um projeto com imigrantes Africanos em Israel, e passei um período no Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) na Malásia. Após concluir o Mestrado, continuei nos Estados Unidos e estagiei na Organização dos Estados Americanos (OEA) e trabalhei para uma pequena ONG prestando auxílio humanitário para refugiados Sírios. Depois realizei trabalhos “em campo”, primeiro em uma ONG no interior do Equador prestando assistência médica para comunidades em situação de vulnerabilidade, e posteriormente para a prefeitura de minha cidade (Medianeira) onde desenvolvi um projeto para Imigrantes Haitianos. Durante esse período, iniciei algumas consultorias para a OEA, o que me permitiram trabalhar em diversos países do continente, e posteriormente retornar a Washington ainda trabalhando na OEA. Depois de um período, iniciei um novo trabalho no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Blog Internacionalize-se: Você fez mestrado em Washington, o que te levou a buscar um aprofundamento de conhecimentos em outro país? Pode nos contar um pouco mais sobre a área escolhida?
Andreia: Fazer um mestrado é muito mais que aulas e escolher um tópico de seu interesse, temos que considerar o que vem depois, seus objetivos e como esse mestrado nos ajudará a chegar lá. Ou seja, que tipo de técnica, conhecimento e especializações você irá tirar do curso. Pensando nisso eu resolvi olhar as opções fora do Brasil. Escolhi vir para os Estados Unidos pois, no geral, os Mestrados adotam um viés menos acadêmico e mais focado em desenvolver capacidades necessárias para trabalhar em áreas específicas. Escolhi Washington porque é importante estudar onde queremos trabalhar, e Washington é cercado de ONGs, Think Tanks e Organizações internacionais. A cidade oferta inúmeros eventos, workshops, e possibilidades de você explorar diversas áreas e conhecer pessoas de diferentes lugares, e isso agrega muito conhecimento durante processo educacional. Finalmente, escolhi a American University pelo curso em Paz e Resolução de Conflito, que me aperfeiçoou em técnicas de mediação e negociação, pelo seu grande reconhecimento nos Estados Unidos como uma das melhores faculdades na área, e pela flexibilidade em unir o mundo acadêmico com o mercado de trabalho.
Blog Internacionalize-se: Vimos que você atuou em algumas Organizações Internacionais, pode nos dizer como você começou neste meio e porque?
Andreia: Comecei a atuar nessa área já durante o mestrado, quando durante as férias de “verão” fui desenvolver um projeto no Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) na Malásia. Durante esses meses, recebi uma oferta para permanecer e continuei na Malásia por mais 5 meses. Quando retornei a Washington entrei para uma equipe de alunos escolhidos pelo BID para desenvolver uma analise que serviria de base para um de seus informes. Essa “consultoria” acabou também se tornando a base do meu projeto de conclusão de curso, que apresentei na Universidade e também para o BID. Depois fiz uma estagio na OEA, que posteriormente levou a uma consultoria com a Organização, durante a qual fui para variados países e participei de diversas missões ao redor do continente, até retornar a Washington. Esse foi mais ou menos a trajetória, mas também trabalhei em pequenas ONGs e para o governo. É muito válido ter uma variedade de experiências profissionais para saber como navegar entre as diversas opções que temos como internacionalistas.
Eu retornei para os Organismos Internacionais pois acredito no poder dessas organizações em apoiar países e pessoas, foi o que me fez procurar essas oportunidades em 2014, e é o que me faz continuar nessa área. Além disso é um trabalho super dinâmico, a variedade de projetos que desenvolvemos, nos mais variados países, faz com que o dia-a-dia seja diferente um do outro e, consequentemente, você tem que estar constantemente se adequando a diversas situações.
Blog Internacionalize-se: De que forma as aptidões e conhecimentos desenvolvidos no curso de Relações Internacionais do UNICURITIBA a ajudam em seu trabalho/trajetória atual?
Andreia: O curso de Relações Internacionais nos da aptidão para analisar situações pelo aspecto social, politico, econômico e de direito. Ele nos prepara para analisar uma grande diversidade de cenários, e desperta o nosso senso critico e de reposta. Essa visão mais ampla, esse senso de olhar o problema já pensando em uma solução e suas possíveis consequências, é primordial no nosso trabalho e são poucos os cursos que te preparam para isso.
Blog Internacionalize-se: Qual a sua lembrança mais marcante da época da faculdade?
Andreia: A minha banca da Monografia, quando sai da sala e olhei para o meu orientador (Marlus Forigo) e falei toda contente “tirei 9.5” e ele respondeu “era para ter tirado 10, sua pesquisa valia um 10”. Isso ficou tão marcado que quando apresentei minha tese de mestrado estava certa que não aceitaria nada menos que a nota máxima, e deu certo.
Além desse momento, tenho lembranças maravilhosas com os professores e colegas. Tenho profunda admiração pelos professores da época de faculdade. Levo com muito carinho todas as aulas e aprendizados, e sou muito grata pela paciência deles. Iniciamos a universidade ainda muito jovens, e muitas vezes nos falta maturidade para apreciar a oportunidade que temos, e o comprometimento dos professores nos faz crescer e ter confiança no caminho que decidimos seguir. E os colegas que se transformam em amigos e que digo com total segurança que são amigos para uma vida toda.
Blog Internacionalize-se: Deixe um conselho para os nossos leitores.
Andreia: Descubra o que você quer fazer e não desista. Relações Internacionais não é uma profissão fácil. É lotado de altos e baixos e incertezas. E por isso é importante saber o que quer, e ter confiança nas suas escolhas. Procure se especializar, estudar, ler e aproveitar todas as oportunidades que tenha. E principalmente, ajude seus colegas de profissão!
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