Nos dias 09, 10 e 11 de maio, o UNICURITIBA realiza a Semana Acadêmica do Curso de Relações Internacionais. A programação inclui, além de importantes debates sobre temas contemporâneos das RI, o lançamento de três livros - de autoria de dois professores da instituição e de uma aluna egressa.
Confira as informações sobre o livro "A importância da educação ambiental - um estudo sobre o Aquífero Guarani" de autoria da Professora da casa, Janiffer Tammy Gusso Zarpelon, lançado no dia 09 de maio de 2017, no UNICURITIBA.
“A
importância da Educação Ambiental: um estudo sobre o Aquífero Guarani” de
Janiffer Zarpelon
Apesar de a Terra ser
formada por ecossistemas altamente integrados, a humanidade, a partir da
Revolução Industrial, não conseguiu criar mecanismos eficazes que pudessem
evitar a desintegração do meio ambiente. A civilização moderna adotou progressivamente
padrões individualistas e reducionistas que levaram os seres humanos a imaginar
que dependiam cada vez menos do ambiente natural. Com a ajuda dos avanços
tecnológicos, houve um distanciamento dos seres humanos da preocupação de
conservar e proteger o meio ambiente. Criou-se a cultura de que todos os
recursos naturais eram infinitos.
A ordem vigente era
explorar os recursos naturais até seu esgotamento total, com a única
preocupação de conseguir cada vez um maior lucro econômico. As demandas por
consumo no mundo capitalista-industrialista reforçaram ainda mais esta
filosofia de vida. O consumo de recursos naturais para vestir, alimentar, abrigar
e satisfazer outras necessidades básicas da população impuseram uma demanda
crescente de produtos.
Um bilhão de pessoas (1/5
da população) que vivem nos países desenvolvidos são os que consomem a maior
parte dos recursos naturais (e são estes países também, os maiores responsáveis
pelo desequilíbrio na natureza – principalmente da emissão do gás carbônico na
atmosfera – responsável pelo efeito estufa). Outro grande problema ambiental da
atualidade é a escassez de água. Devido a ausência de recursos hídricos ou pela
má gestão dos mesmos, tem ocorrido conflitos em algumas regiões do planeta, como
no Oriente Médio, norte da África, Ásia Central e no Saara Africano.
Devido ao aumento dos
impactos ambientais por volta dos anos 1960 e a necessidade de restringir essa
utilização exacerbada dos recursos naturais, começam a ocorrer movimentos
internacionais a fim de pressionar os países e as empresas para que alterassem
suas estratégias de produção. Além disso, organizações internacionais, como a
ONU, passam também a destacar a importância da preservação ambiental,
realizando a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, em
Estocolmo, no ano de 1972.
Com a crise do petróleo
nos anos 1970 e o enfraquecimento da disputa militar entre os Estados Unidos e
a União Soviética - período conhecido como Guerra Fria -, é verificado que
temas considerados como low politics, como
saúde, economia, meio ambiente, direitos humanos, passam a ganhar relevância no
debate internacional. No campo acadêmico das Relações Internacionais, teorias
como da Interdependência Complexa, desenvolvida por Joseph Nye e Robert
Keohane, passam a destacar que os fenômenos são transnacionais, atravessando as
fronteiras nacionais dos países e afetando o mundo como um todo, ocorrendo um
processo de interpendência entre os mesmos, ou seja, a dependência mútua entre
os diversos atores do sistema internacional.
Uma alternativa para a
escassez de água é a utilização das águas subterrâneas, quando estas existem em
seu território, sendo que muitos países já vêm se utilizando deste recurso.
Muitos países até possuem grande disponibilidade de águas superficiais, como o
Brasil, porém estas se encontraram cada vez mais poluídas aumentando os custos
da produção no abastecimento, por exigir mais produtos químicos para o
tratamento.
Um dos maiores aquíferos
subterrâneos transfronteiriços do mundo encontra-se na América do Sul – o
Aquífero Guarani – que abrange os territórios da Argentina, do Brasil, do
Paraguai e do Uruguai. Este aquífero é considerado de grande importância
sócio-econômico-estratégica para os países a ele sobrejacentes. A importância
social está no abastecimento de água da população em muitas cidades brasileiras
relacionado com a questão da saúde pública, por possuir águas de boa qualidade
para o consumo humano. Já a importância econômica se traduz pelo fato de que
nas áreas de maior confinamento do aquífero suas águas não são adequadas para o
consumo humano, porém apresentando-se com temperaturas elevadas podendo ser
utilizadas nos fins do turismo/lazer, calefação, indústria e outros. Por fim, a
importância estratégica pode ser verificada pelo fato de o Aquífero Guarani
constituir-se em enorme reservatório de água potável, num contexto
internacional em que a escassez da água vem sendo foco de grande preocupação
por parte dos Estados.
Até países como o Brasil,
que possui em torno de 12% das reservas de água doce do planeta, já enfrentam
dificuldades para a disponibilidade de água para os vários usos a que se
destina. Uma alternativa para enfrentar esse problema de escassez de água seria
a utilização das águas subterrâneas, quando estas existem em seu território.
Porém é importante que esta utilização seja de forma sustentável, não retirando
mais do que a recarga do aquífero feita pela água das chuvas.
Assim, as questões que
nortearam a pesquisa foram: Quais as potencialidades da utilização do Aquífero
Guarani?; Como está sendo o uso/exploração do aquífero?; Quais são os riscos de
contaminação de suas águas?; Há uma legislação suficiente e políticas públicas
adequadas para a proteção do aquífero? Existem projetos na área de Educação
Ambiental? Como tem sido a contribuição destes projetos para a sustentabilidade
do Aquífero Guarani?
Assim, a presente obra
abordou sobre o inicio e a evolução da conscientização ambiental no mundo e no
Brasil; a inserção da relevância da Educação Ambiental para a sustentabilidade
ambiental; a escassez de água doce no mundo; o Aquífero Guarani como manancial
estratégico para o problema da escassez; e os projetos de Educação Ambiental no
Aquífero.
Obra publicada pela Editora Multifoco,
disponível em:
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