A seção "Mulheres de Destaque" no Blog Internacionalize-se aborda mulheres comuns que são exemplos em suas áreas. O objetivo é dar visibilidade as mulheres e meninas que estão fazendo a diferença nesse mundão!
Por Manuela Paola
“O sistema educacional e os
adultos que vão cortando a ciência das crianças. É uma pena.” Juliana Davoglio
Estradioto lamenta a falta de incentivo à ciência em entrevista à revista
Galileu. Com 18 anos, a jovem natural de Osório, no Rio Grande do Sul, vem ganhando
enorme destaque com suas pesquisas e prêmios científicos. O primeiro projeto de
Juliana envolvia melhorar o descarte de de resíduo da produção de maracujá, que
tem papel importante na agricultura da região. Ela, então, desenvolveu um filme
plástico bidegradável - feito com cascas do maracujá - que substitiuiu a
embalagem plástica das plantas, reduzindo o consumo desse material, e
consequentemente, a poluição. Por esse projeto, Juliana conquistou o primeiro
lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista 2018, do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Outra pesquisa da jovem que foi
muito bem recebida pela comunidade científica foi o estudo sobre a morte de
peixes e poluição do Rio dos Sinos, na MOSTRATEC de 2017, maior feira de
ciências de escolas da América Latina. A análise mostrou que o problema é
causado pelo descarte irregular de materiais das indústriais textis. Com o
destaque, veio a recompensa: pôde representar pela segunda vez o Brasil na
Intel International Science and Engineering Fair (Intel Isef) 2018, uma famosa
feira que destaca trabalhos científicos de jovens que ainda cursam o Ensino
Médio, que acontece nos Estados Unidos. Durante a feira, Juliana ganhou uma
bolsa de estudos para estudar na Universidade do Arizona. Além disso, vai ter o
privilégio de poder nomear um asteróide. A menina voa, né?
Na MOSTRATEC de 2018, a cientista
apresentou mais um projeto. Este falava sobre a transformação da casca de
macadâmia em substrato para microorganismos com o intuito de produzir energia e
celulose e rendeu o 1º lugar na categoria Gerenciamento do Meio Ambiente. Por
isso, ela foi selecionada para representar o Brasil no Seminário Internacional
de Jovens Cientistas de Estocolmo, programa exclusivo de ciência e cultura que
leva 25 jovens pesquisadores do mundo para a Suécia.
Além de tudo isso, para nos dar
mais orgulho ainda, como a primeira brasileira a conquistar esse feito, Juliana
foi escolhida para acompanhar a cerimônia da premiação do Nobel. Com toda a
certeza, a jornada científica de Juliana será muito longa e podemos esperar
sempre ver seu nome em feitos extraordinários por muito tempo. Um fato
importante para se atentar é que Juliana sempre estudou em escolas públicas e
seus projetos foram desenvolvidos no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do RS.
O mundo
científico é, raramente, gentil com as mulheres. As que se aventuram por estas
bandas são certamente muito corajosas e merecem nosso reconhecimento. Juliana é
uma dessas mulheres. Para promover jovens cientistas como ela mesma, ela criou
um perfil no Instagram chamado Meninas
Cientistas, onde divulga a trajetória científica de meninas inspiradoras.
Você pode achar o perfil no user @meninascientistas. Como já dito por aqui
antes, faça ciência como uma garota!
Referências:
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