Nos dias 17, 18 e 19 de Maio de 2017, uma comitiva de 27 alunos do curso de Relações Internacionais do UNICURITIBA, acompanhada pela Professora Janiffer Zarpelon, foi à Brasília para conhecer de perto os seguintes pontos da cidade: Ministério da Cultura, Ministério da Defesa, Universidade de Brasília (UnB), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), Instituto Rio Branco, Embaixada dos Países Baixos e Embaixada dos Estados Unidos.
A acadêmica Laura Neves da Silva, do 3° período, compartilhou com o Blog Internacionalize-se seu relato sobre a experiência.
Confira.
"À luz do momento de plena instabilidade política enfrentada pelo nosso país, creio que não haja um lugar mais fascinante para um estudante de R.I estar, do que Brasília. Pois bem, estávamos em 28, contando a professora Janiffer Zarpelon, e entre os dias 17 a 19 de Maio, visitamos a capital federal, e alguns dos principais órgãos relevantes para uma possível futura área de trabalho.
À primeira vista, Brasília demonstrou-se curiosa, com suas largas e planas ruas e construções gigantes ao estilo Niemeyer, apresentando um contraste da mescla entre o moderno e o antigo oferecidos por Curitiba. Era quase impossível crer que as maiores decisões em nome do país eram realizadas nos pontos que visitávamos, e que este era o futuro que poderíamos escolher seguir, que por sua vez condizia com o próprio objetivo da viagem: levar os acadêmicos para ver de perto a atuação da área de Relações Internacionais.
No primeiro dia, visitamos o Ministério da Cultura, onde fomos recebidos no auditório para uma palestra com Eduardo Pajelha Coelho, então secretário de R.I do ministério, sobre a influência da Cultura nas Relações Internacionais, bem como os principais órgãos que o Brasil faz parte e que prezam por esta relação. Em seguida, visitamos a Universidade de Brasília, que por sua vez, carrega uma significância inabalável ao curso, por se tratar da primeira instituição a oferecer a graduação em RI, com início em 1974. O campus em si me transmitiu um sentimento de estranheza, comparando-se com o ambiente fechado da Unicuritiba, dividido em um único bloco e o espaço aberto oferecido pela UnB, com construções predominantemente planas incorporando a natureza. Fomos recebidos por Eiiti Sato e José Flávio Sombra Saraiva no IREL da UNB, e em seguida tivemos uma palestra com o Diplomata Eugênio Vargas sobre o Brasil nas Nações Unidas. Não obstante, a palestra fora inteira realizada em inglês, algo até então inédito para mim e para a maioria de meus colegas, acrescentando muito à nossa visita.
No segundo dia, durante o período da manhã, fizemos uma visita ao Palácio do Itamaraty, tendo o privilégio de realizar um passeio pelo interior do edifício principal, e vendo de perto a rica história que perpetua sua construção, bem como o acervo de arte que inclui obras dos mais renomados artistas brasileiros. Creio que o sentimento que mais nos acompanhou durante a visita foi de puro encantamento por cada detalhe que constituía o palácio, cuja composição variava entre resquícios barrocos até obras incrivelmente modernas, que desafiavam o seu espectador a compreendê-las. Ao mesmo tempo, era fascinante imaginar todas as figuras emblemáticas que já passaram por onde caminhávamos. Curiosamente, logo que saímos do Palácio, nos deparamos com um pequeno protesto a caminho do Congresso – o qual, entre suas principais demandas, exigia o procedimento de novas eleições, ou ‘’Diretas Já’’, referindo-se a então recente denúncia do dono da JBS ao presidente Temer. Tal fato não poderia ter sido mais notório do momento em que nos encontrávamos em Brasília, e de todas as desavenças que estavam rodeando a política brasileira. Serviu, pessoalmente, de um choque de realização de que estávamos lá, pertinho das sedes dos três poderes – os quais provavelmente se encontravam na beira de um mar de incertezas.
Após uma curta pausa para o almoço, seguimos nossa pauta para uma visita ao Ministério da Defesa, onde assistimos a uma palestra sobre a criação do mesmo e suas atividades. Então presentes professores e militares entre os palestrantes foram possível obter uma nova visão no que diz respeito à estratégia e as ações realizadas pelo Ministério, á medida que, fizeram uma apresentação rica em detalhes, procurando ao máximo nos integrar no assunto, e entender a influência disso para as Relações Internacionais – apresentando, por meio deste, um lado mais técnico do último.
E para finalizar nossas atividades no segundo dia, seguimos para o Instituto Rio Branco, onde pudemos nos familiarizar um pouco mais com a carreira diplomática. Esta visita, em particular, apesar de ter quebrado alguns paradigmas já preestabelecidos em minha mente também serviu para reforçar outros, principalmente no que diz respeito aos sacrifícios que são tomados para seguir uma carreira tão almejada por tantos. Tivemos o privilégio de ouvir de dois diplomatas algumas de suas experiências, e também sobre as dificuldades que tangem a admissão de futuros diplomatas, ao passo que iam tirando nossas dúvidas acerca do tema. Conquanto, a estrutura do Instituto me surpreendeu bastante, pois, após tantos anos ouvindo idealizações e construções utópicas do mesmo, o espaço em si era similar a um órgão público, salvo algumas exceções. No mais, era impossível evitar a sensação de estar caminhando no sonho de milhares de pessoas, e também de reconhecer a historicidade do local, tendo abrigado figuras essenciais para o desenvolvimento da Diplomacia e das Relações Internacionais no Brasil.
Partindo para o nosso terceiro e último dia em Brasília, visitamos a sede da UNESCO no período da manhã, onde fomos recebidos calorosamente em uma sala com características bem atípicas, similar ao que imaginávamos que seria um espaço de reuniões entre os principais Estados do mundo, com seu formato oval, e dispositivos tecnológicos de fácil alcance. Lá, nos foi apresentado à história do Órgão, e suas principais atuações no mundo, e durante esse processo, foi possível obter uma visão mais íntima do funcionamento de uma Organização Internacional, fato que, pessoalmente, me instigou a procurar por mais oportunidades de trabalho nesta área.
E para finalizar nosso período de estadia na capital brasileira, nossas últimas paradas foram nas Embaixadas da Holanda e dos Estados Unidos. A primeira, á medida que iam explicando o funcionamento da embaixada e as responsabilidades de cada membro presente, nos recebeu de maneira excepcional, procurando nos integrar ao máximo no ambiente promovendo brincadeiras e até aperitivos! Após este evento, seguimos para a embaixada americana, nos deparamos com um controle significantemente mais rígido na entrada do local, evitando que os visitantes entrassem com dispositivos eletrônicos. Dentro, tivemos um encontro com três diplomatas americanos, que procuravam explicar a relação entre as duas nações e, de certa forma, mantendo uma imagem propriamente americana, evitando questões por demais contraditórias, assim limitando um pouco a extensão de perguntas que poderíamos realizar. Fato que, a meu ver, deixou o ambiente bastante tenso. Logo depois do término da palestra, terminamos nossas atividades e seguimos para o aeroporto.
Dado todas essas experiências realizadas em um curto período de tempo, sinto que a minha relação com o curso foi profundamente alterada. Assistir de perto o funcionamento dos órgãos que tangem as Relações Internacionais contrapondo-se ao que é visto e estudado em sala de aula é de fato, uma experiência valiosa, principalmente tratando-se de um curso profundamente teórico. Creio que, se antes já via muitas possibilidades a serem realizadas com RI, agora posso buscar com certeza pelas áreas que me propuseram mais fascínio e encantamento. Indubitavelmente, Brasília me deixará lembranças muito intensas, tanto pela sua própria peculiaridade, quanto pelas entidades que a constituem".
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