quarta-feira, 8 de março de 2017

Especial do Dia da Mulher: CRISTINA, A RAINHA DA SUÉCIA



Hoje é o Dia Internacional da Mulher e para celebrá-lo, nada melhor do que conhecer um pouco mais sobre uma mulher histórica extremamente importante para as Relações Internacionais.

A aluna do Terceiro Período do Curso de Relações Internacionais do UNICURITIBA, Larissa Cordeiro de Souza* preparou para o “Blog Internacionalize-se” o texto abaixo sobre Cristina Augusta Vasa, Rainha da Suécia de 1632 a 1654.

Confira!

Quem foi Cristina da Suécia?

  Cristina Augusta Vasa foi Rainha da Suécia de 1632 a 1654. Reconhecida por sua inteligência e cultura, foi  uma das figuras mais influentes da política Europeia  do século XVll. Com a morte de seu pai, Cristina herdou o trono com apenas seis anos de idade e após a regência de um conselho chefiado pelo estadista Axel Oxenstierna.  Foi denominada “Rei” da Suécia, uma vez que o termo Rainha era destinado apenas à esposa do Rei.

Uma amante assídua de matemática, filosofia, ciências e história, Cristina falava seis línguas,  praticava montaria e manejava espadas como ninguém. Era uma verdadeira mulher a frente de seu tempo. Apelidada de Minerva do Norte, protegeu as artes e atraiu para sua corte numerosos artistas e pensadores, um deles o conhecido Renee Descartes, para lecionar e trabalhar na Suécia. Sua relação com Descartes era intensa e produtiva, comprovada por inúmeras cartas que indicavam o seu o amor filosófico.

Cristina teve um papel decisivo na Guerra dos Trinta Anos e na Paz de Westfália (celebrada em 1648 em termos muito favoráveis à Suécia) , tendo sido firme na conclusão dos Tratados de Paz que trouxeram todo o posterior desenvolvimento da ideia de Estado-Nação, tão caro às Relações Internacionais contemporâneas.  

Após um período de reinado, Cristina se sentiu ameaçada por uma questão de grande importância íntima e política: quando a corte a indagava sobre a geração de um herdeiro. Ocorre, porém, que Cristina era totalmente avessa ao casamento .

  Em sua Biografia, escrita por Verônica Buckley**, menciona-se a seguinte passagem dos escritos de Cristina:

    Digo explicitamente que é impossível que eu me case.
 As razões eu não digo... meu temperamento é inimigo deste tipo de coisa, e não devo aceita-lo nem que me torne governante do mundo. Que crime a mulher cometeu para que seja condenada a essa necessidade cruel, consiste em ser traficada a vida toda como prisioneira ou escrava? É como digo: as freiras são prisioneiras e as mulheres casadas, escravas.

Alguns estudos apontam que a Rainha tinha, como seu grande amor, a Duquesa Ebba Sparre, com quem dividia a cama na gélida Suécia, onde era costume que pessoas do mesmo sexo compartilhassem o leito para manterem-se aquecidas.

 Em meio a uma  grave crise pessoal, a Rainha converteu-se ao catolicismo, o que era totalmente contrário as origens de sua família, que, protestante, havia passado as últimas três décadas em guerra contra uma aliança católica. Em razão de sua conversão, passou sua coroa para seu primo Carlos Gustavo X, deixou a Suécia e viajou pelos países Baixos, Turquia, França e Itália, fixando-se, posteriormente, em Roma.

   Em Roma, fez tudo que realmente a inspirava. Fundou uma academia de ciência, patrocinou diversas iniciativas nas artes, construiu a primeira opera de Roma e continuou seus estudos filosóficos, tendo se interessado também por astronomia e alquimia.

Mas a rainha sem coroa, com fome de poder e saudades da política, tentou tornar Nápoles com a ajuda de um comparsa, o marquês Gian Rinaldo Monaldeschi. Seu objetivo era devolver a região ao papa e tornar-se governante dela em nome da igreja. Mas o golpe fracassou e Cristina mandou executar Monaldeschi por suspeita de traição.

Em alguns acontecimentos Cristina teve conflitos com a igreja, como na ocasião em que condenou nos seus escritos as perseguições aos judeus e aos huguenotes ou protestante francês. Embora sincera na sua devoção, a rainha nunca abandonou a sua vocação Iluminista.

 Cristina da Suécia  nos mostrou, já no Século XVII, o potencial das mulheres para liderança, o que por muito tempo foi encoberto por grandes homens da Historia. Cristina é referencia pelas suas buscas iluministas e sua sede pelo saber sem fim e pelo poder, além de merecer destaque por  seu coração destemido e valente. Trata-se de um modelo e inspiração para todas as mulheres, pois nos mostra que podemos ser exatamente o que queremos. Não há nada que seja impossível para nós mulheres, e não há o que pare nosso desenvolvimento e nossa luta pela igualdade”.



* Larissa Cordeiro de Souza é aluna do terceiro período de Relações Internacionais do UNICURITIBA. 

** Bibliografia consultada: BUCKLEY, Veronica. Cristina Rainha da Suécia - A vida atribulada de uma excêntrica esporeia. Editora Objetiva, 2006

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