Hoje é o Dia Internacional da Mulher e para celebrá-lo, nada
melhor do que conhecer um pouco mais sobre uma mulher histórica extremamente
importante para as Relações Internacionais.
A aluna do Terceiro Período do Curso de Relações
Internacionais do UNICURITIBA, Larissa Cordeiro de Souza* preparou para o “Blog
Internacionalize-se” o texto abaixo sobre Cristina Augusta Vasa, Rainha da
Suécia de 1632 a 1654.
Confira!
“Quem foi Cristina da Suécia?
Cristina Augusta Vasa foi Rainha da Suécia de
1632 a 1654. Reconhecida por sua inteligência e cultura, foi uma das figuras mais influentes da política
Europeia do século XVll. Com a morte de
seu pai, Cristina herdou o trono com apenas seis anos de idade e após a
regência de um conselho chefiado pelo estadista Axel Oxenstierna. Foi denominada “Rei” da Suécia, uma vez que o
termo Rainha era destinado apenas à esposa do Rei.
Uma amante assídua de matemática,
filosofia, ciências e história, Cristina falava seis línguas, praticava montaria e manejava espadas como
ninguém. Era uma verdadeira mulher a frente de seu tempo. Apelidada de Minerva
do Norte, protegeu as artes e atraiu para sua corte numerosos artistas e
pensadores, um deles o conhecido Renee Descartes, para lecionar e trabalhar na
Suécia. Sua relação com Descartes era intensa e produtiva, comprovada por
inúmeras cartas que indicavam o seu o amor filosófico.
Cristina teve um papel
decisivo na Guerra dos Trinta Anos e na Paz de Westfália (celebrada em 1648 em
termos muito favoráveis à Suécia) , tendo sido firme na conclusão dos Tratados
de Paz que trouxeram todo o posterior desenvolvimento da ideia de Estado-Nação,
tão caro às Relações Internacionais contemporâneas.
Após um período de
reinado, Cristina se sentiu ameaçada por uma questão de grande importância íntima
e política: quando a corte a indagava sobre a geração de um herdeiro. Ocorre,
porém, que Cristina era totalmente avessa ao casamento .
Em sua Biografia, escrita por Verônica Buckley**, menciona-se a seguinte passagem dos escritos de Cristina:
Digo explicitamente que é impossível que eu me
case.
As razões eu não digo... meu
temperamento é inimigo deste tipo de coisa, e não devo aceita-lo nem que me
torne governante do mundo. Que crime a mulher cometeu para que seja condenada a
essa necessidade cruel, consiste em ser traficada a vida toda como prisioneira
ou escrava? É como digo: as freiras são prisioneiras e as mulheres casadas,
escravas.
Alguns estudos apontam
que a Rainha tinha, como seu grande amor, a Duquesa Ebba Sparre, com quem
dividia a cama na gélida Suécia, onde era costume que pessoas do mesmo sexo
compartilhassem o leito para manterem-se aquecidas.
Em meio a uma grave crise
pessoal, a Rainha converteu-se ao catolicismo, o que era totalmente contrário
as origens de sua família, que, protestante, havia passado as últimas três
décadas em guerra contra uma aliança católica. Em razão de sua conversão,
passou sua coroa para seu primo Carlos Gustavo X, deixou a Suécia e viajou
pelos países Baixos, Turquia, França e Itália, fixando-se, posteriormente, em
Roma.
Em Roma, fez tudo que realmente a inspirava.
Fundou uma academia de ciência, patrocinou diversas iniciativas nas artes, construiu
a primeira opera de Roma e continuou seus estudos filosóficos, tendo se
interessado também por astronomia e alquimia.
Mas a rainha sem
coroa, com fome de poder e saudades da política, tentou tornar Nápoles com a
ajuda de um comparsa, o marquês Gian Rinaldo Monaldeschi. Seu objetivo era
devolver a região ao papa e tornar-se governante dela em nome da igreja. Mas o
golpe fracassou e Cristina mandou executar Monaldeschi por suspeita de traição.
Em alguns
acontecimentos Cristina teve conflitos com a igreja, como na ocasião em que
condenou nos seus escritos as perseguições aos judeus e aos huguenotes ou
protestante francês. Embora sincera na sua devoção, a rainha nunca abandonou a
sua vocação Iluminista.
Cristina da Suécia nos mostrou, já no Século XVII, o potencial
das mulheres para liderança, o que por muito tempo foi encoberto por grandes
homens da Historia. Cristina é referencia pelas suas buscas iluministas e sua
sede pelo saber sem fim e pelo poder, além de merecer destaque por seu coração destemido e valente. Trata-se de
um modelo e inspiração para todas as mulheres, pois nos mostra que podemos ser
exatamente o que queremos. Não há nada que seja impossível para nós mulheres, e
não há o que pare nosso desenvolvimento e nossa luta pela igualdade”.
* Larissa Cordeiro de Souza é
aluna do terceiro período de Relações Internacionais do UNICURITIBA.
** Bibliografia consultada: BUCKLEY, Veronica. Cristina Rainha da Suécia - A vida atribulada de uma excêntrica esporeia. Editora Objetiva, 2006
** Bibliografia consultada: BUCKLEY, Veronica. Cristina Rainha da Suécia - A vida atribulada de uma excêntrica esporeia. Editora Objetiva, 2006
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