A seção "Leituras Geopolíticas" é produzida por alunos do 5° período do Curso de Relações Internacionais da UNICURITIBA, com a orientação do professor de Geografia Política, Msc. Gustavo Blum, e a supervisão da monitora da disciplina, Nathalia Valladares. As opiniões relatadas no texto pertencem aos seus autores e não refletem o posicionamento da instituição.
Relatos da relevância geopolítica da Abertura das Olimpíadas do Rio 2016
Nathalia Valladares*
Atualmente, em um contexto internacional no qual observa-se a separação de blocos supranacionais até então consolidados, a reunião de um grande número de países para qualquer finalidade não pode passar despercebida. As Olimpíadas de 2016, mesmo que superficialmente interpretada apenas como um evento esportivo, apresentam também alguns impactos políticos e sociais profundos no cenário internacional, quando analisadas de maneira mais profunda.
Ao refletir sobre os jogos de 2016 realizados no Brasil, identificamos alguns fatores importantes de cunho geopolítico. Compreendemos como geopolítica algumas das estratégias políticas aplicadas pelos países ao redor do mundo para alcançar seus interesses no sistema internacional. No caso do Brasil, por exemplo, pode-se afirmar que houve um grande interesse em trazer o evento para ser realizado no país, assim como efeitos deste processo de maneira relevante como decorrência do mesmo.
Visando ampliar a divulgação da imagem do país-sede das Olimpíadas, através da diplomacia cultural e do soft power, a abertura cerimonial desse evento se faz extremamente relevante para contextualizar a historiografia e a cultura local. Nesse contexto, as mídias sociais tem um papel fundamental na divulgação. No caso dos Jogos Olímpicos, diferentemente do caso da cerimonia da Copa do Mundo, também realizada no Brasil, pode-se considerar que essa repercussão foi bem sucedida.
A ideia do desenvolvimento de uma Olimpíadas sustentável se fez presente de forma a ser um dos fatores marcantes do evento, ficando clara através da criação da floresta dos atletas, onde cada integrante das delegações teve a oportunidade de plantar uma muda, cumprindo o propósito do movimento olímpico, que desde 1980 considera o meio ambiente como terceiro pilar do olimpismo, atrás apenas do pilar esporte e cultura.
Também se fez presente a apresentação marcante da cultura brasileira, já que o país teve a oportunidade de propagar um pouco mais sua verdadeira origem, buscando abolir alguns estereótipos, quando denota, por exemplo, não apenas o samba como música e ritmo de grande representatividade, mas também apresenta outras variações como o funk, bossa nova e MPB.
Além da apresentação cultural do país e da mensagem de conscientização sustentável, houve a relevante ideia de união, onde foi declamado o poema “A flor e a náusea', de Carlos Drummond de Andrade para retratar que apenas se trabalharmos juntos podemos salvar o planeta. Daí a importância de conhecer e respeitar as nações, quebrando todos os tipos de estereótipos e preconceitos. Nesse contexto se faz relevante compreender que esses pontos só serão bem analisados quando minimamente analisados por uma visão geopolitizada.
Assim, no decorrer das próximas semanas, serão apresentados alguns artigos escritos pelos alunos da disciplina de Geografia Política do quinto período do curso de Relações Internacionais que buscaram compreender alguns aspectos e impactos deste evento e, sobretudo, de sua cerimônia de abertura. Além de se dedicarem a aspectos de uma linha geopolítica mais dura, como a participação de algumas delegações simbólicas, também abordam temas levantados pela própria cerimônia de abertura, como a formação social do Brasil e o uso simbólico da imagética urbana e das favelas durante a cerimônia de abertura.
Acreditamos que recordar a ocorrência das Olimpíadas do Rio em 2016, além de recordar momentos interessantes da política internacional e nacional do país, traz algumas possibilidades para entender a atual política internacional. Assim, os trabalhos aqui apresentados focarão em discutir esses temas através de uma perspectiva internacional, e criar um repositório através do qual se estimule a discussão entre geopolítica, esportes e a relevância do encontro entre nações ao redor do mundo.
* Nathalia Valladares é acadêmica do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA), e monitora da disciplina de Geografia Política do mesmo curso.
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