No dia 24 de outubro de 2016, teve início a Semana Acadêmica do Curso de Relações Internacionais. Em celebração ao Dia das Nações Unidas, o UNICURITIBA recebeu a jornalista Aline Caleffi Lima, que é analista técnica do SESI (Serviço Social da Indústria) do Paraná.
Em palestra realizada no Grande Auditório do UNICURITIBA, a jornalista falou aos alunos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e Agenda da ONU para 2030**. Após a palestra, concedeu entrevista ao Prof. Gustavo Blum, para o Blog Internacionalize-se.
Blog Internacionalize-se: Qual o impacto da mudança dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - metas da ONU entre 2000 e 2015) para os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - metas da ONU para o período de 2015 a 2030) na sua opinião?
Aline: Acho que a principal mudança
é a questão de se incluir objetivos e metas específicas para a questão
econômica e ambiental. Não deixamos de lado as questões sociais que são muito importantes
para o desenvolvimento dos municípios, estados e países, mas incluímos as
questões ambientais e econômicas para
que a gente tenha sim a questão da sustentabilidade como um todo, para que não
fiquemos só em um dos tripés da sustentabilidade. Acho que este é o principal
ganho dos ODS em relação aos ODM.
Blog
Internacionalize-se: Como você indicou na sua palestra, isto faz com que o
compromisso com os ODS seja trazido para agentes não-estatais?
Aline: Sim,
como são 17 objetivos que abrangem questões muito amplas sociais, econômicas e
ambientais, não tem como uma instituição ou o cidadão olhar para os ODS e não
se enxergar. Torna-se um compromisso de todas as instituições, de todo o mundo
pelo desenvolvimento. E ele é global, mas começa com ações locais, no bairro,
no município e com impacto para todos.
Blog Internacionalize-se: Como se dá a
aplicação e o monitoramento dos objetivos
nesta conexão do global com o local?
Aline: Os indicadores brasileiros
dos ODS ainda não foram definidos. Nós temos sim as metas globais e os
indicadores globais, mas existe ainda uma discussão parada no governo federal –
com o IBGE como ponto focal central – para definir o que pode ser medido no
Brasil. Ainda estamos na fase de definir quais os indicadores brasileiros que
vamos monitorar. O SESI-PR já tem o compromisso de criar um portal para o
monitoramento, assim que tivermos os indicadores. Hoje, mesmo não tendo os
indicadores brasileiros, é possível fazer um alinhamento dos projetos que
realizamos aos ODS e fazer nossa lição de casa, pensando no que podemos fazer
em nossa casa, em nossa família ou comunidade, para interferir positivamente pelos
ODS.
Blog Internacionalize-se: Quem são os
principais articuladores para o desenvolvimento destes indicadores?
Aline: O IBGE, a Secretaria de
Governo da Presidência da República – que coordena os trabalhos -, o PNUD,
vários Ministérios. E ainda não se definiu quem convidar da Sociedade Civil. O
PNUD e o Ministério das Relações Exteriores ainda estão definindo quem convidar
para compor o grupo – que por enquanto é governamental e tem participação do
PNUD.
Blog Internacionalize-se: E qual o papel
das parcerias, da articulação de redes, para o alcance dos objetivos?
Aline: Esta formação de redes e de
parcerias é essencial para atingir os objetivo e também uma forma de divulgar
os projetos. As instituições fazem muito, mas divulgam pouco. Elas são essenciais
para replicar os projetos. O movimento “Nós Podemos Paraná”, do qual a
UNICURITIBA faz parte, é principalmente formador de parcerias, no fomento de
boas práticas.
Blog Internacionalize-se: Os ODS preveem a
criação de um ambiente seguro para a vida humana e dos direitos humanos – que tem
a pretensão de serem universais. Como isto se relaciona com a manutenção das
características culturais regionais?
Aline: Nós temos algumas metas –
principalmente no ODS 5, de igualdade de gênero – em que as diferenças culturas
são significativas, como a mutilação feminina que acontece na África, por
exemplo. Não sabemos como essas metas serão implementadas pelos países que tem
esses problemas. Deve haver um esforço, uma rede internacional, para que os
países que têm questões culturais que agridem direitos humanos façam adequações
aos ODS sem conflitos. É preciso unir as agencias da ONU para que estes ODS
específicos possam ser alcançados.
** Confira aqui quais são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030.
** Confira aqui quais são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030.
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