quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Acontece no UNICURITIBA: Entrevista com Aline Caleffi Lima sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável





No dia 24 de outubro de 2016, teve início a Semana Acadêmica do Curso de Relações Internacionais. Em celebração ao Dia das Nações Unidas, o UNICURITIBA recebeu a jornalista Aline Caleffi Lima, que é analista técnica do SESI (Serviço Social da Indústria) do Paraná

Em palestra realizada no Grande Auditório do UNICURITIBA, a jornalista falou aos alunos sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e  Agenda da ONU para 2030**. Após a palestra, concedeu entrevista ao Prof. Gustavo Blum, para o Blog Internacionalize-se.



Blog Internacionalize-se: Qual o impacto da mudança dos ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - metas da ONU entre 2000 e 2015) para os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - metas da ONU para o período de 2015 a 2030) na sua opinião?

Aline: Acho que a principal mudança é a questão de se incluir objetivos e metas específicas para a questão econômica e ambiental. Não deixamos de lado as questões sociais que são muito importantes para o desenvolvimento dos municípios, estados e países, mas incluímos as questões ambientais  e econômicas para que a gente tenha sim a questão da sustentabilidade como um todo, para que não fiquemos só em um dos tripés da sustentabilidade. Acho que este é o principal ganho dos ODS em relação aos ODM.

Blog Internacionalize-se: Como você indicou na sua palestra, isto faz com que o compromisso com os ODS seja trazido para agentes não-estatais?

Aline: Sim, como são 17 objetivos que abrangem questões muito amplas sociais, econômicas e ambientais, não tem como uma instituição ou o cidadão olhar para os ODS e não se enxergar. Torna-se um compromisso de todas as instituições, de todo o mundo pelo desenvolvimento. E ele é global, mas começa com ações locais, no bairro, no município e com impacto para todos.

Blog Internacionalize-se: Como se dá a aplicação e o monitoramento dos objetivos  nesta conexão do global com o local?
Aline: Os indicadores brasileiros dos ODS ainda não foram definidos. Nós temos sim as metas globais e os indicadores globais, mas existe ainda uma discussão parada no governo federal – com o IBGE como ponto focal central – para definir o que pode ser medido no Brasil. Ainda estamos na fase de definir quais os indicadores brasileiros que vamos monitorar. O SESI-PR já tem o compromisso de criar um portal para o monitoramento, assim que tivermos os indicadores. Hoje, mesmo não tendo os indicadores brasileiros, é possível fazer um alinhamento dos projetos que realizamos aos ODS e fazer nossa lição de casa, pensando no que podemos fazer em nossa casa, em nossa família ou comunidade, para interferir positivamente pelos ODS.

Blog Internacionalize-se: Quem são os principais articuladores para o desenvolvimento destes indicadores?

Aline: O IBGE, a Secretaria de Governo da Presidência da República – que coordena os trabalhos -, o PNUD, vários Ministérios. E ainda não se definiu quem convidar da Sociedade Civil. O PNUD e o Ministério das Relações Exteriores ainda estão definindo quem convidar para compor o grupo – que por enquanto é governamental e tem participação do PNUD.

Blog Internacionalize-se: E qual o papel das parcerias, da articulação de redes, para o alcance dos objetivos?

Aline: Esta formação de redes e de parcerias é essencial para atingir os objetivo e também uma forma de divulgar os projetos. As instituições fazem muito, mas divulgam pouco. Elas são essenciais para replicar os projetos. O movimento “Nós Podemos Paraná”, do qual a UNICURITIBA faz parte, é principalmente formador de parcerias, no fomento de boas práticas.

Blog Internacionalize-se: Os ODS preveem a criação de um ambiente seguro para a vida humana e dos direitos humanos – que tem a pretensão de serem universais. Como isto se relaciona com a manutenção das características culturais regionais?

Aline: Nós temos algumas metas – principalmente no ODS 5, de igualdade de gênero – em que as diferenças culturas são significativas, como a mutilação feminina que acontece na África, por exemplo. Não sabemos como essas metas serão implementadas pelos países que tem esses problemas. Deve haver um esforço, uma rede internacional, para que os países que têm questões culturais que agridem direitos humanos façam adequações aos ODS sem conflitos. É preciso unir as agencias da ONU para que estes ODS específicos possam ser alcançados. 


** Confira aqui quais são os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030.

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