segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Mulheres de Destaque: Priscila Caneparo,egressa de Direito, professora da casa e apaixonada por Direitos Humanos



Por Manuela Paola



Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB/PR, participante da instauração da Comissão da Verdade, membro da Academia Brasileira de Direito Internacional, delegada da diplomacia civil e atuação em ONGs para consolidação dos direitos humanos em âmbito internacional. Essas são algumas das atividades que compõem o currículo de Priscila Caneparo dos Anjos, uma das muitas inspirações do corpo docente do curso de Relações Internacionais. Egressa de Direito do UNICURITIBA, hoje ela leciona aulas sobre Ecopolítica Internacional, além de Direitos Humanos, Direito Internacional e Constitucional, no Curso de Direito da UNICURITIBA.

            Mesmo em uma família de advogados, juízes e promotores, Priscila queria ser médica até os 12 anos. Mas, às vezes, precisamos de um empurrãozinho na direção certa. Depois de ter aulas de inglês com um professor croata que a apresentou ao Direito Internacional, ela descobriu sua vocação. Sempre muito curiosa, ela começou a estudar Direito Internacional e Direito Internacional dos Direitos Humanos com 13 anos - inclusive, desde essa tenra idade ela lia The Economist. No entanto, já na faculdade, ela não se dedicou a esses temas: estagiou no Ministério Público e no Juizado Especial Cível - o que foi ótimo para mostrar a Priscila a carreira que ela não queria seguir. Os sonhos da professora foram para várias direções, mas sempre com um denominador comum: o internacional. Ser diplomata, trabalhar em ONGs voltada para os Direitos Humanos, aprender mais línguas e viajar o mundo em busca de cultura. Se ela realizou esses sonhos? Sim! Priscila chegou à terceira fase da diplomacia, presta consultoria para ONGs, fala inglês, francês e alemão e conhece 55 países. Incrível, né?

Deu pra notar que ela é bem próxima do Direito Internacional, certo? Quando questionada sobre o momento em que esse interesse surgiu, a professora me deu uma resposta peculiar: ele nasceu comigo. Com a curiosidade sempre presente, a vontade de saber a realidade dos arranjos institucionais floresceu e ela passou a estudar além da informação que havia na superfície. Além disso, viajar, observar as relações pelas transposições de fronteiras e consequências e os próprios relacionamentos políticos e institucionais entre Estados e organizações, como a própria disse, contribuíram para o estudo de Direito Internacional.

            Apaixonada por Direitos Humanos, Priscila entende que a própria situação de privilégio não é a mesma de tantas outras pessoas. Dessa forma, sua percepção de justiça social não é apenas uma frase bonita sem qualquer concretização: ela acredita que algo deve ser feito para se consolidar essa justiça. Para Priscila, um bom começo foi o da educação. Mesmo que as preocupações em relação a tantos temas, possibilidades e práticas do tripé de Relações Internacionais, Direito Internacional e Direitos Humanos tirem seu sono, ela afirma que mantém acesa a chama de seu profissional.

            Além de professora, Caneparo coordena o Grupo de Competição do Sistema ONU (você pode saber mais sobre ele aqui). Ela e mais três alunas - uma de RI e duas de Direito - foram até Genebra para o Nelson Mandela World Human Rights Moot Court Competition. Mesmo que o Grupo seja um dos maiores desafios de sua carreira - administrar o psicológico dos seus alunos e prepará-los em temas complexos - ela acredita que tudo vale a pena quando os alunos se destacam e mostram que estão preparados para o desafio. [...] é gratificante quando você colhe os resultados: no momento em que os alunos passam a lhe explicar, a entender a sistemática dos processos internacionais, você dá conta que todo o dispêndio de tempo e esforço valeram à pena, afirmou Priscila, que fez com que seu grupo ficasse entre as melhores médias brasileiras da competição neste ano.

            Sobre dificuldades no mundo acadêmico e conciliação da vida pessoal e profissional, Priscila foi concisa: elas existem, mas tudo é uma questão de prioridade, e para ela, é a sua profissão. Enquanto mulher, as barreiras também não desapareceram, mas a professora não deixa que elas a afetem, e tenta auxiliar suas colegas e todas as outras mulheres que passam pelo mesmo. Nas palavras da prof: É a máxima: juntas somos mais fortes! (Girl Power!)

            Os planos de Priscila para o futuro são românticos e similares aos de muitos estudantes de Relações Internacionais. Mas o principal deles é usar o seu trabalho como forma de tocar a alma das pessoas que também desejam um mundo mais isonômico e equânime.

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