Por Manuela Paola
Membro da Comissão de Direito
Internacional da OAB/PR, participante da instauração da Comissão da Verdade,
membro da Academia Brasileira de Direito Internacional, delegada da diplomacia
civil e atuação em ONGs para consolidação dos direitos humanos em âmbito
internacional. Essas são algumas das atividades que compõem o currículo de
Priscila Caneparo dos Anjos, uma das muitas inspirações do corpo docente do
curso de Relações Internacionais. Egressa de Direito do UNICURITIBA, hoje ela
leciona aulas sobre Ecopolítica Internacional, além de Direitos Humanos, Direito Internacional e Constitucional, no Curso de Direito da UNICURITIBA.
Mesmo
em uma família de advogados, juízes e promotores, Priscila queria ser médica
até os 12 anos. Mas, às vezes, precisamos de um empurrãozinho na direção certa.
Depois de ter aulas de inglês com um professor croata que a apresentou ao
Direito Internacional, ela descobriu sua vocação. Sempre muito curiosa, ela
começou a estudar Direito Internacional e Direito Internacional dos Direitos
Humanos com 13 anos - inclusive, desde essa tenra idade ela lia The Economist.
No entanto, já na faculdade, ela não se dedicou a esses temas: estagiou no
Ministério Público e no Juizado Especial Cível - o que foi ótimo para mostrar a
Priscila a carreira que ela não queria
seguir. Os sonhos da professora foram para várias direções, mas sempre com um
denominador comum: o internacional. Ser
diplomata, trabalhar em ONGs voltada para os Direitos Humanos, aprender mais
línguas e viajar o mundo em busca de cultura. Se ela realizou esses sonhos?
Sim! Priscila chegou à terceira fase da diplomacia, presta consultoria para
ONGs, fala inglês, francês e alemão e conhece 55 países. Incrível, né?
Deu pra notar
que ela é bem próxima do Direito Internacional, certo? Quando questionada sobre
o momento em que esse interesse surgiu, a professora me deu uma resposta
peculiar: ele nasceu comigo. Com a
curiosidade sempre presente, a vontade de saber a realidade dos arranjos
institucionais floresceu e ela passou a estudar além da informação que havia na
superfície. Além disso, viajar, observar as relações pelas transposições de
fronteiras e consequências e os próprios relacionamentos políticos e
institucionais entre Estados e organizações, como a própria disse, contribuíram
para o estudo de Direito Internacional.
Apaixonada
por Direitos Humanos, Priscila entende que a própria situação de privilégio não
é a mesma de tantas outras pessoas. Dessa forma, sua percepção de justiça
social não é apenas uma frase bonita sem qualquer concretização: ela acredita
que algo deve ser feito para se consolidar essa justiça. Para Priscila, um bom
começo foi o da educação. Mesmo que as preocupações em relação a tantos temas,
possibilidades e práticas do tripé de Relações Internacionais, Direito
Internacional e Direitos Humanos tirem seu sono, ela afirma que mantém acesa a
chama de seu profissional.
Além
de professora, Caneparo coordena o Grupo de Competição do Sistema ONU (você
pode saber mais sobre ele aqui).
Ela e mais três alunas - uma de RI e duas de Direito - foram até Genebra para o
Nelson Mandela World Human Rights Moot Court Competition. Mesmo que o Grupo seja um dos
maiores desafios de sua carreira - administrar o psicológico dos seus alunos e
prepará-los em temas complexos - ela acredita que tudo vale a pena quando os
alunos se destacam e mostram que estão preparados para o desafio. [...] é gratificante quando você colhe os
resultados: no momento em que os alunos passam a lhe explicar, a entender a
sistemática dos processos internacionais, você dá conta que todo o dispêndio de
tempo e esforço valeram à pena, afirmou Priscila, que fez com que seu grupo
ficasse entre as melhores médias brasileiras da competição neste ano.
Sobre
dificuldades no mundo acadêmico e conciliação da vida pessoal e profissional,
Priscila foi concisa: elas existem, mas tudo é uma questão de prioridade, e
para ela, é a sua profissão. Enquanto mulher, as barreiras também não desapareceram,
mas a professora não deixa que elas a afetem, e tenta auxiliar suas colegas e
todas as outras mulheres que passam pelo mesmo. Nas palavras da prof: É a máxima: juntas somos mais fortes! (Girl
Power!)
Os
planos de Priscila para o futuro são românticos e similares aos de muitos
estudantes de Relações Internacionais. Mas o principal deles é usar o seu
trabalho como forma de tocar a alma das pessoas que também desejam um mundo
mais isonômico e equânime.
oratoria inteligente e muito correta no penamento
ResponderExcluirVi uma entrevista com ela na Globo News, muito conhecimento.
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