sábado, 12 de outubro de 2019

Especial de Dia das Crianças: O drama das crianças migrantes ao redor do mundo



Por Maria Letícia Cornassini



Crianças mantidas sem seus pais em um complexo semelhante ao prisional, muitas vezes não sabendo falar no idioma nativo do país em que estão, e sob a promessa de que serão –algum dia- entregues a familiares.



É esta a realidade de centenas de crianças imigrantes atualmente nos campos de “refúgio” de imigrantes nos Estados Unidos. Tentando acabar com a decisão “Flores”, que proibia autoridades norte-americanas de manter crianças em centros de detenção por mais de 20 dias, o governo estadunidense passa, agora, a manter crianças nestes centros por um empo sem limites, sob justificativa do presidente Donald Trump de se tratar de uma “necessidade humanitária urgente”.



O drama destas crianças não fica restrito ao país de Trump. Ao redor do mundo, é estimado por agências da ONU que aproximadamente 1,6 mil crianças tenham sido classificadas como desaparecidas ou mortas durante deslocamentos, entre 2014 e 2018. Uma criança morre por dia nos processos de fuga de conflitos. Uma criança é vítima dos conflitos por dia. Uma criança deixa de ter futuro por dia.



No Brasil, esta realidade começou a ser um pouco mais palpável com a acolhida de refugiados fugindo da crise humanitária na Venezuela. Com o aumento do número de pedidos por refúgio, aproximadamente 18 mil –número este que, mesmo assim, fica longe do total de pedidos recebidos por países mais próximos dos conflitos na Síria-, houve a necessidade de adaptação. No que tange as crianças, chegando elas no Brasil, estão respaldadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescentes e pelos tratados internacionais ratificados pelo país. Aqui, uma das dificuldades está no momento de ingresso destas crianças nas escolas. Na maioria das vezes, há o requerimento de histórico escolar, documento que dificilmente é trazido junto com as famílias.



Além disso, há de se lembrar de uma barreira presente na situação de crianças migrantes e refugiadas do mundo inteiro. O preconceito. Seja na Europa, nos EUA ou no Brasil, estas crianças precisam lidar com as dificuldades de inclusão fruto da nova sociedade em que adentram. Alvos do xenofobismo, encontram muitas vezes dificuldades em até mesmo se relacionar com outras pessoas.



Efeitos colaterais de conflitos “de gente grande”, as crianças migrantes são obrigadas a deixar o que conhecem como lar ate então, e enfrentar um novo país, totalmente desconhecido. A realidade é que para elas, muitas vezes não há de se falar em um dia das crianças, quando não lhes é dado o direito de ser criança.









Referências:



https://www.unicef.org/eca/emergencies/refugee-and-migrant-children-europe

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/31/internacional/1564527127_506106.html

https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/06/com-jeito-de-prisao-centro-mantem-criancas-imigrantes-no-texas.shtml

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