Crianças
mantidas sem seus pais em um complexo semelhante ao prisional, muitas vezes não
sabendo falar no idioma nativo do país em que estão, e sob a promessa de que
serão –algum dia- entregues a familiares.
É
esta a realidade de centenas de crianças imigrantes atualmente nos campos de
“refúgio” de imigrantes nos Estados Unidos. Tentando acabar com a decisão
“Flores”, que proibia autoridades norte-americanas de manter crianças em
centros de detenção por mais de 20 dias, o governo estadunidense passa, agora,
a manter crianças nestes centros por um empo sem limites, sob justificativa do
presidente Donald Trump de se tratar de uma “necessidade humanitária urgente”.
O
drama destas crianças não fica restrito ao país de Trump. Ao redor do mundo, é
estimado por agências da ONU que aproximadamente 1,6 mil crianças tenham sido
classificadas como desaparecidas ou mortas durante deslocamentos, entre 2014 e
2018. Uma criança morre por dia nos processos de fuga de conflitos. Uma criança
é vítima dos conflitos por dia. Uma criança deixa de ter futuro por dia.
No
Brasil, esta realidade começou a ser um pouco mais palpável com a acolhida de
refugiados fugindo da crise humanitária na Venezuela. Com o aumento do número
de pedidos por refúgio, aproximadamente 18 mil –número este que, mesmo assim,
fica longe do total de pedidos recebidos por países mais próximos dos conflitos
na Síria-, houve a necessidade de adaptação. No que tange as crianças, chegando
elas no Brasil, estão respaldadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescentes e
pelos tratados internacionais ratificados pelo país. Aqui, uma das dificuldades
está no momento de ingresso destas crianças nas escolas. Na maioria das vezes,
há o requerimento de histórico escolar, documento que dificilmente é trazido
junto com as famílias.
Além
disso, há de se lembrar de uma barreira presente na situação de crianças
migrantes e refugiadas do mundo inteiro. O preconceito. Seja na Europa, nos EUA
ou no Brasil, estas crianças precisam lidar com as dificuldades de inclusão
fruto da nova sociedade em que adentram. Alvos do xenofobismo, encontram muitas
vezes dificuldades em até mesmo se relacionar com outras pessoas.
Efeitos
colaterais de conflitos “de gente grande”, as crianças migrantes são obrigadas
a deixar o que conhecem como lar ate então, e enfrentar um novo país,
totalmente desconhecido. A realidade é que para elas, muitas vezes não há de se
falar em um dia das crianças, quando não lhes é dado o direito de ser criança.
Referências:
https://www.unicef.org/eca/emergencies/refugee-and-migrant-children-europe
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/31/internacional/1564527127_506106.html
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/06/com-jeito-de-prisao-centro-mantem-criancas-imigrantes-no-texas.shtml
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