domingo, 9 de abril de 2017

Acontece no UNICURITIBA: Aula inaugural com Wasim Mir, encarregado de negócios da embaixada britânica, que falou aos alunos do UNICURITIBA sobre o BREXIT




No dia 03/04/2017, o UNICURITIBA recebeu o encarregado de negócios da Embaixada Britânica, senhor Wasim Mir, para a aluna inaugural do curso de Relações Internacionais, que versou sobre o BREXIT. 

A aluna do primeiro período Alice Giulia Springer compartilhou com o Blog Internacionalize-se  suas anotações feitas durante a palestra. Confira. 


Relatório da visita do Encarregado de negócios da Embaixada Britânica, Sir Wasim Mir, à Unicuritiba dia 03/04/2017, curso de Relações Internacionais:

Wasim Mir iniciou sua palestra falando sobre o Reino Unido como um todo. Frisou sobretudo a importância deste ser um conjunto de ilhas, separado do resto da Europa pelo canal inglês ou da mancha (manga) por mais de 200.000 anos.
As ilhas do arquipéago britânico são:
  • ·         Grã-bretanha
  • ·         Irlanda
  • ·         Shetland
  • ·         Órcadas
  • ·         Ilha de Man
  • ·         Ilha de Wight
  • ·         Ilhas do canal (Jersey, Guernsey e outras)

A população do Reino Unido é hoje de 65.110.000 (conforme dados do censo de 2016). É composto pelas seguintes nações:
·         Escócia
·         Inglaterra
·         Irlanda do norte
·         País de Gales

Reino Unido e União Europeia:
Antecedentes Históricos:
               Henrique VIII rompeu com a igreja Católica há cerca de 500 anos, fundando a igreja Anglicana, o que teve uma repercussão muito importante na Inglaterra, sendo seus primeiros passos para se tornar independente, preparando o terreno para seu desenvolvimento econômico, que fez do país uma potência.
               A França, um antigo rival, foi sua aliada nas duas grandes guerras mundiais. Em especial a segunda guerra teve profundas repercussões no continente. Após a segunda guerra era necessária a reconstrução das economias, infraestrutura e também surgiu a necessidade de segurança na época da guerra fria. Entretanto, o mercado comum europeu só seria uma realidade na década de 90.
O palestrante destacou os seguintes marcos históricos:
·         1957: criação da Comunidade Econômica Europeia
·         1963: rejeição de De Gaulle à entrada do Reino Unido  à CCE
·         1975: 1º referendo no RU; maioria do povo (70%) decide ser parte da CEE
·         1992: assinado o tratado de Maastricht, Países Baixos, criando a União Europeia, que passou a vigorar em novembro de 1993
·         2016: referendo do Reino Unido, decidindo historicamente com 51,9% dos votos, pela saída do RU do bloco (Brexit)
Nos anos 90 houve, com o fim da guerra fria, a expansão da União Europeia. Pelo menos mais 10 países aderiram ao bloco, e logo, países da Europa oriental também o fizeram. Houve um aumento da complexidade, a ponto de hoje a EU ser o bloco com laços de união mais complexos do globo: política, segurança, fronteiras, leis, economia. O RU, porém, nunca, de fato, aderiu integralmente ao bloco como outras nações – manteve moeda própria (não usa o Euro, mas a Libra Esterlina, o Pound) e não adeririu ao espaço Schengen, mantendo o controle em suas fronteiras. Por outro lado, recebeu cidadãos de todas as outras nações européias. De fato, a popularidade da EU oscilou muito no RU após 1975, culminando com a decisão pelo Brexit após o referendo de 2016, mesmo sem ter o RU tradição em plebiscitos, como, por exemplo, tem a Suíça.
A xenofobia e a ascensão da direita são questões pontuais que também podem ter interferido, disse o representante britânico quando questionado, mas a vontade de ser independente e ter sua soberania respeitada foram os principais fatores que fizeram a saída da União Europeia ser desejada pela maioria da população. Querem se auto-governar. Somente na região de Londres e na Escócia o Brexit não “ganhou”. Aliás, em 2017, ano de eleições na França e na Alemanha, a estabilidade da EU corre mais riscos do que nunca. Resta ao mundo esperar pelos resultados dessas eleições.
Ainda assim, a saída do RU da EU deverá ser lenta, dados os mais de 40 anos de ligação com o resto do continente, e com resultados imprevisíveis para sua economia, bem como para as economias da EU e do resto do mundo globalizado.
O artigo 50 do tratado de Lisboa foi acionado em 29/03/2017, com a entrega da carta da primeira ministra britânica Theresa May à sede da EU em Bruxelas. Inicia-se um processo longo, estimado em pelo menos 18 meses para total separação. Serão cerca de 12000 leis e mais de 90000 páginas de acordos internacionais com o bloco a serem examinados. Decisões importantes incluem negócios, mas também pessoas.

O que esperar do Reino Unido daqui para a frente?
·         Principal intenção do atual governo é de restabelecer o controle de suas leis
·         Fortalecer a união das 4 nações do Reino
·         Restabelecer controle imigratório
·         Garantir direitos de cidadãos europeus no RU e de cidadãos do RU na Europa
·         Buscar um ambicioso acordo de livre comércio com a EU e novos acordos com países de fora do grupo
·         RU e Brasil – empresas do Reino Unido têm investido em vários setores no Brasil e a tendência é de que os laços se estreitem. Entre esses investimentos estão programas de bolsas como a Chevening, o investimento em alimentos e agrotecnologia, além de política externa e interna. Só em 2015, o RU exportou para Brasil mais de 3,68 bilhões de Libras em bens e serviços e importou do Brasil o equivalente a 2,3 bilhões, representando 1,5% da exportação total brasileira

·         50 bilhões de Euros de dívida com o bloco europeu: não se iniciaram ainda negociações de pagamento. Devem ser iniciadas no fim do mês de maio

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