Por Ligia Penia e Michele Hastreiter
Atual primeiro ministro britânico e
líder do partido conservador, Boris Johnson é uma das figuras políticas
que está chamando atenção ultimamente. Sua carreira política é longa: foi
prefeito de Londres de 2008 à 2016 e Secretário de Estado do Reino Unido para
os Assuntos Externos e a Commonwealth britânica de 2016 a 2018. Antes disto, atuou no jornalismo, tendo trabalhado no Daily Telegraph e foi o chefe do jornal The Spectator.
Politicamente, começou como
parlamentar, para então ser chefe do partido conservador, e aí sim, prefeito.
Depois que Theresa May passou a chefiar o partido, Johnson se tornou o
Secretário de Estado para Assuntos Externos, cargo ao qual renunciou em julho
de 2018. Tomou posse no mesmo mês como Primeiro Ministro, depois da renúncia de
Theresa May, que não teve sucesso na tentativa de obter aprovação parlamentar
ao acordo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. May desejou-lhe sorte
em seu discurso de despedida, almejando também seu sucesso como um novo começo
para a região, dizendo ser a prioridade agora, fazer acontecer uma saída que
funcione para o Reino Unido.
Bolsonaro também desejou
felicitações e afirmou o compromisso brasileiro com os valores de livre
comércio que compartilham, através do seu twitter:
Jair M. Bolsonaro @jairbolsonaro 08:47 - 23
de jul de 2019
- Parabéns @BorisJohnson, novo
Primeiro-Ministro do Reino Unido, eleito com o compromisso louvável de
respeitar os desígnios do povo britânico. Conte com o Brasil na busca por livre
comércio, na promoção da prosperidade para nossos povos, e na defesa da
liberdade e da democracia.
Assim como o presidente brasileiro, não faltam polêmicas
envolvendo Johnson. O político foi acusado de islamofobia, depois de dizer que
os países islâmicos eram séculos atrasados e que mulheres que usam burca se
parecem com caixas de correio. Johnson também apoiou a intervenção militar no
Iêmen, para a qual o Reino Unido fornece armas e treinamento, mantendo sua
comercialização com a justificativa de que há falta de evidências de quebra da
lei humanitária internacional no conflito (seria proibida a exportação de armas
se fosse comprovado que seu uso é contra civis) porém também se posicionou no
sentido de bloquear os inquéritos das Nações Unidas sobre os eventuais crimes
de guerra cometidos pelos sauditas na região.
Boris Johnson ameaçava sair,
no dia 31 de outubro, da União
Europeia, com ou sem acordo. A saída sem acordo, no entanto, foi proibida pelo parlamento, já
que poderia trazer substantivos
impactos para economia global. Como
resultado, Boris convocou uma moção pedindo eleições gerais.
Trata-se de uma aposta arriscada de Johson, uma espécie de "all in": se os eleitores escolherem manter Johnson e dar a ele maioria Parlamentar, estarão concordando com a versão linha dura do Brexit e dando força para a postura conservadora...
Aguardamos as cenas dos próximos capítulos na esperança de que esse dia trinta e
um de outubro não acabe se tornando o início de
novas grandes crises e desentendimentos: realmente horripilante, como o
Halloween, comemorado na data.
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