terça-feira, 5 de maio de 2015

Direitos Humanos na Bielorrússia: um panorama contraditório



Em 2012 avião sueco "bombardeou" a Bielorrússia com ursinhos de pelúcia que pediam liberdade de expressão em protesto contra a expulsão do embaixador sueco Stefan Eriksson acusado justamente de "defender demais os Direitos Humanos".

Por Isabela Gugelmin*

              O governo bielorrusso tem sido alvo de críticas, principalmente por parte de países Ocidentais,em consequência de sua postura autoritária e a constante  violação de Direitos Humanos em seu território. Violações estas que variam de execuções simuladas (mock executions) ao tráfico humano e pena de morte.
            O mais instigante é que concomitantemente a diversas violações dos Direitos Humanos, é permitido aos cidadãos locais livre acesso a internet e sua saída do país a fim de viajar ou emigrar, o que poderia parecer uma contradição,mas que provavelmente seria uma tentativa de reduzir a constante referência a Bielorrússia como “última ditadura da Europa”.
        Contudo,uma vez fora do país, o cidadão bielorrusso enfrenta dificuldades para conseguir um visto de entrada nos outros países, uma vez que é necessário apresentar uma série de documentos traduzidos. Somando a isso o fato de muitas pessoas ali possuírem sua família, cultura e vida estabelecidos, viajar e principalmente emigrar se tornam tarefas difíceis.O resultado é que aqueles que não conseguem sair do país, instigados por um sentimento tanto de revolta, quanto de esperança, acabam por participar de movimentos em busca de um futuro democrático e garantia do cumprimento dos Direitos Humanos.
      Aleksander Lukashenko foi o primeiro e único presidente eleito da Bielorrússia, chegando ao poder em 1994. Permanece no poder até hoje por meio de repressão às oposições e alterações na constituição, a maioria dessas por intermédio de controversos referendos e votações. Diante disso, torna-se clara a dificuldade de os cidadãos efetivamente exercerem sua vontade.No âmbito diplomático Lukashenko,causou grande polêmica em 2012 quando, ao responder a acusação do Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Wesserwelle,homossexual assumido, de ser um ditador disse: "É melhor ser ditador do que ser gay." 
     Apesar de o governo bielorrusso afirmar que sua constituição preza pelos Direitos Humanos, continuam sendo corriqueiros atos como a prisão de ativistas, opositores do governo e jornalistas,ou seja,na prática não há real garantia desses direitos. Vários foram os casos na História de presidentes que chegaram ao poder em um Estado de Direito,mas acabaram por violar a democracia e os Direitos Humanos. O mesmo ocorre no caso da Bielorrússia,que se  não pode ser considerado um Estado totalitário, por não ter o controle absoluto da sociedade e permitir a essa algumas exceções, ainda está longe de ser uma democracia, ao mesmo tempo em que sua vontade de proteção aos Direitos Humanos é nula.
*Isabela Gugelmin é aluna do terceiro período de Relações Internacionais do UNICURITIBA.

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