domingo, 1 de maio de 2011

A história ainda não acabou!

Prof. Dr. Carlos-Magno Esteves Vasconcellos


Em 1989, eufórico com a queda do Muro de Berlim, o ensaísta burguês-liberal norte-americano Francis Fukuyama bradou em alto e bom som para o mundo ouvir o The end of history, anunciando o triunfo definitivo do capitalismo liberal e da democracia burguesa como formas de organização econômica e política da sociedade mundial. No final daquele mesmo ano, líderes internacionais da democracia burguesa pareceram ratificar as premonições de Fukuyama, conspirando a favor da construção do Consenso de Washington. Mas, em 2000, frente às frustrações sócio-econômicas nascidas do capitalismo neoliberal pós Consenso de Washington, as Nações Unidas se viram forçadas a refutar os presságios de Fukuyama, anunciando a ‘Declaração do Milênio’, onde convidava o mundo a mudar os rumos de sua história.


Em setembro de 2001, aviões norte-americanos se chocam contra as torres do World Trade Center, em Nova York, levando os Estados Unidos (EUA) de George W. Bush – guardião-mor da democracia mundial – a declararem guerra total contra os inimigos da democracia burguesa. Em 2002, um grupo seleto de lumpemburgueses venezuelanos agem em conluio com o guardião mundial da democracia burguesa – EUA – para destruir o governo democrático de Hugo Chaves na Venezuela. Nos anos seguintes, os povos latino-americanos varrem para longe do poder todos os governantes adeptos do capitalismo liberal. Em 2003, os Estados Unidos (país mais armado do mundo) – aliançados com governos lacaios estrangeiros – se lançam como lobos contra o Iraque de Sadam Hussein sob a vergonhosa alegação de que aquele pequeno país colocava em risco a estabilidade sócio-política e econômica internacional. Estamos longe do fim da história! Nunca tão longe da consagração mundial do capitalismo e da democracia burguesa.
 
Mas, o mais dramático em todo esse desenvolver histórico sucintamente descrito acima, é que os fatos continuam estranhamente sombrios. A mídia burguesa, não sem razão, colabora enormemente para isso, deixando de divulgar depoimentos e denúncias que ajudem os homens a entenderem as questões de fundo que movem o mundo hodierno. Por isso, decidimos disponibilizar o vídeo com o testemunho de um jovem veterano norte-americano que participou dos ataques contra o Iraque. Esse depoimento pode ser uma das peças que faltavam no conturbado quebra-cabeças do sistema internacional neste início de milênio.

Prof. Dr. Carlos-Magno Esteves Vasconcellos é professor titular das disciplinas de Economia Política Internacional e Empresas Transnacionais do Curso de Relações Internacionais do UniCuritiba.

5 comentários:

  1. Desastrosa,sanguinária,desrespeitosa e maldosa a política intervencionista militar americana contra os países do oriente médio,é uma cruzada invasora de territórios alheios,é impressionante como uma nação desta que tem um organismo com sede em uma das cidades mais importantes do mundo e que tem o objetivo de preve a "paz",estou falando da ONU e que distorce totalmente a função da ONU,usufrui,manipulam e aprovam resoluções fajutas e contrárias aos desejos dos países que defendem de verdade a manutenção da paz e que almejam uma resolução pacífica e diplomática. O video postado no artigo mostra claramente o desrespeito dos USA para com os direitos humanos,o racismo,a matança de crianças e senis inocentes em suas próprias casas,quem acompanhou e acompanham pela imprensa e pela internet principalmente no site you tube,veêm os atos de crueldades,selvagerias e genocídios praticados pelos militares norte americanos tanto no Iraque como no Afeganistão,estes atos só alimentam e provocam a ira dos terroristas e fazem com que estes terroristas a cada dia provoquem e manifestem seus atentados em todo o mundo eliminando vidas de seres inocentes,que pagam a culpa dos outros com suas próprias vidas,é lastimante conviver com estas atrocidades,não estou aqui para defender a ditadura do ex-ditador Saddam Hussein e nem tampouco defender os fundamentalistas islâmicos do Taleban,mas sim separar as duas coisas,pois os dois regimes não eram flor que se cheire e que também praticavam atos de crueldades,assim como eliminaram seus inimigos políticos e parte das tribos contrárias aos seus regimes,como por exemplo a execução de mais de cinco mil Curdos no norte do Iraque com armas quimicas pelo regime de Saddam Hussein,defender ações desta natureza é se equivocar e fazer vista grossa diante da paz mundial. No Iraque houve uma contravenção por parte dos americanos,onde invadiram usando como pretexto que o mesmo tinha armas de destruição em massa,mesmo com o certificado da AIEA de que não existia se quer uma única arma de destruição em massa no Iraque,assim como desrespeitaram o veto da ONU sobre a guerra do Iraque. vale lembrar também da invasão ao Afeganistação com outro argumento que lá se alojava o quartel general da Al-qaeda na figura do terrorista Bin Laden,e assim agindo como "os grandes guardiões da ordem internacional" deixando rastros de destruição de vidas,sociedades,religiões e culturas milenares.

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  2. Interessante, eu não me surpreendo com esse depoimento, apesar dele estar aparecendo só agora, não é nenhuma novidade. Esse soldado apenas despertou para a realidade da coisa e decidiu externar isso. Porém, existe muitas pessoas nos EUA que possuem esse mesmo pensamento.
    O discurso desse soldado, se parece muito com o que Chaplin em 1940 discursou em seu filme "O Grande Ditador" (http://www.youtube.com/watch?v=3OmQDzIi3v0).
    Nos EUA ainda existe muita gente que luta pela igualdade, pela liberdade, pela justiça e pela soberania de seu país.

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  3. Caríssimo Alexsander, já percebi que você não se surpreende com nada. Mas o vídeo divulgado nesta matéria não é para surpreender ninguém! O ex-combatente norteamericano também não despertou "para a realidade da coisa". Ele foi despertado pela oportunidade que teve de estar presente onde poucos tiveram. Concordo com você quando diz que nos Estdos Unidos tem muitas pessoas que luta contra a barbárie que o sistema capitalista impõe à humanidade. É por isso que apresentei esse vídeo. O problema é que essas pessoas estão sendo caladas pela grande mídia internacional. É preciso abrir espaços para que suas vozes sejam ouvidas. É esse o objetivo do vídeo.
    Mais uma coisa: a comparação do discurso desse ex-combatente norte-americano com o discurso de Chaplin no filme 'O Ditador' é absurda. Chaplin discursou naquele filme em 1940, contra a ditadura explícita de Hitler e à favor da democracia burguesa; o discurso atual do soldado americano é contra a democracia burguesa e contra o capitalismo.
    Um abraço pra você.

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  4. Caríssimo Prof. Carlos, o soldado norte americano não foi para o Iraque lutar contra a democracia burguesa nem contra o capitalismo, ele lutou a favor dos EUA, ele só esta se declarando contra essa nova ordem americana agora, daí eu conclui que só agora ele "despertou para a realidade da coisa", e quando eu disse que discurso do filme se parece com o discurso deste soldado, é que ambos demonstram um foco contra uma determinada ideologia, de um lado a Nazista e de outro a Capitalista/Burguesa, que também tem seus momentos autoritários.
    Um grande abraço.

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  5. Podem ser feitas N acusações ao capitalismo e à democracia liberal, mas de todos os modelos já tentados no mundo este é, sem dúvida, o menos propenso à guerra, conflitos e violações de direitos humanos, e a Guerra do Iraque fica longe de conseguir mudar isso.

    Sobre o vídeo, pode ser um depoimento interessante, mas não ajuda em nada a compreender o conflito em questão. O veterano apela à noção de que o racismo faz com que os soldados possam atacar os adversários, dizendo que na verdade estes praças teriam mais em comum com o povo do Iraque do que com os burgueses que os mandaram à guerra.
    Ora, o exército americano é composto por indivíduos das mais variadas etnias e religiões, sendo que o único modo de falar em racismo, aqui, seria supor a existência de uma "raça americana", o que é realmente uma bela novidade. A idéia defendida nada mais é do que a velha luta de classes (trabalhadores e soldados x capitalistas opressores) utilizando uma terminologia com mais capacidade de tocar as pessoas no mundo moderno do que as velhas bravatas marxistas.

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