por Sara
Castillo
Alguns países em desenvolvimento vêm desempenhando
uma escala de crescimento muito positiva nas últimas décadas, tão positiva que
chega a superar o crescimento dos países do Norte, considerados desenvolvidos.
Nações como Brasil, Índia, África e China passaram a ter maior participação e
relevância na economia internacional. Consequentemente, novas coalizões de
geometria variável, tais como, arranjos regionais de integração, grupos
multilaterais e afins, formadas por esses países em desenvolvimento, também
ganharam maior desenvoltura nas Relações Internacionais e passaram a
protagonizar a Cooperação Sul-Sul.
Pode-se dizer que a Cooperação Sul-Sul
tem como o seu marco inicial meados da década de 50, no contexto de Guerra Fria
e do surgimento de movimentos de descolonização. Neste período, a parte “sul em
desenvolvimento” enxergava-se distante do confronto bipolar entre Estados Unidos
e União Soviética e clamava para si os seus direitos de autodeterminação,
desenvolvimento e soberania, contrapondo-se, portanto, ao colonialismo e as práticas
imperialistas das grandes potências.
Como tentativa de se afastar das áreas de
influências dos Estados Unidos e da União Soviética, os países do Sul se
ausentaram de quaisquer alianças, grupos e blocos políticos ou militares. No
entanto, eles não queriam a exclusão dos assuntos internacionais, pelo
contrário, demonstravam as suas insatisfações ao clamar a mudança do diálogo
Leste-Oeste para outro mais inclusivo.
A preocupação inicial dos países do Sul
era a reafirmação e a manutenção de suas soberanias. Ao mesmo tempo em que reivindicavam
por isso, buscavam o reconhecimento de seus status e a maior inclusão nas organizações
internacionais, sobretudo na Organização das Nações Unidas. Os países do Sul
acreditavam que, com o seu reconhecimento e participação em foros
multilaterais, seria possível criar uma nova visão para as relações
internacionais que ultrapassassem os limites estabelecidos pelo conflito
Leste-Oeste das grandes potências. Foi nesse período, portanto, que nasceu a
ideia do debate Norte-Sul, que seria aprofundado nas décadas seguintes.
Em 1955 ocorreu a emblemática
Conferência de Bandung, na Indonésia, que reuniu, em sua maioria, países e
ex-colônias da Ásia e África para discutir sobre novos temas pertinentes as
relações internacionais, tais como: direitos humanos, autodeterminação dos
povos, igualdade entre as nações, não interferência nos assuntos internos dos
Estados, corrida armamentista, desenvolvimento econômico, solução pacífica dos
conflitos e a promoção de cooperação entre os países. Deste encontro foi criado
o Movimento dos Países Não-Alinhados.
Desta forma, nos primeiros anos de
articulação entre os países do Sul, a cooperação entre eles sofria pelo menos
três restrições: o número reduzido de participantes; a limitação temática diante
de um contexto marcado pela Guerra Fria e pelos problemas de descolonização; e,
principalmente, a baixa complementaridade entre suas economias (LEITE, 2012,
p.14).
Nos anos seguintes, a Cooperação Sul-Sul
presenciou certos avanços. Novos debates sobre a cooperação para o
desenvolvimento surgiram em foros multilaterais e recursos foram recebidos para
a implementação de novos projetos. Em 1964, com a Conferência das Nações Unidas
para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), os países em desenvolvimento passaram
a ter um fórum de articulação política que discutisse sobre as assimetrias do
comércio mundial e que reunisse interessados em mudar tal realidade em nome da
promoção do desenvolvimento. Foi no âmbito da UNCTAD que os países em
desenvolvimento reivindicaram por uma nova ordem econômica mundial e obtiveram,
como consequência de seus esforços, o Sistema Geral de Preferências dentro do
GATT, que criou condições para que os países em desenvolvimento
competissem na exportação de produtos industrializados.
No entanto, nas décadas de 80 e 90 a
cooperação internacional em geral enfrentou um momento de crise e diversos
acontecimentos no cenário internacional contribuíram para a sua estagnação: o
período de redemocratização dos países da América Latina (a transição das
políticas internas de seus governos mantiveram esses países, em um primeiro
momento, distantes de um envolvimento maior em cooperação internacional); a crise da dívida que afetava profundamente os mercados
emergentes; as disputas dos países latino-americanos por investimentos diretos
em seus mercados; o fim da URSS e a transição para uma nova ordem global; o
aumento da influência econômica norte-americana nos países latino-americanos
com a consagração do modelo neoliberal como solução para a inserção desses
países no mercado mundial.
Ao fim desse período de
transição das relações internacionais, já no fim dos anos 90 e início dos anos
2000, a Cooperação Sul-Sul ressurge com maior fôlego nos foros multilaterais,
reivindicando, por exemplo, no âmbito da OMC, a licença compulsória de medicamentos
e antirretrovirais e pressionando para maior abertura comercial dos produtos
agrícolas e fim dos subsídios praticados pelos países em desenvolvimento; na Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), o reconhecimento de que os países em desenvolvimento
necessitam de apoio financeiro e tecnológico para a implementação de novas formas
de desenvolvimento que não degradem o meio ambiente e a aceitação por parte dos
países desenvolvidos do princípio das responsabilidades comuns, mas
diferenciadas. Contudo, como aponta Iara Leite (2012) essa nova fase é marcada
também pela emergência de coalizões unindo as potências emergentes, como o
Fórum de Diálogo que reúne Índia, Brasil e África do Sul (IBAS) e o agrupamento
de Brasil, Rússia-Índia-China-África do Sul (BRICS), e novas modalidades de
Cooperação Sul-Sul, como por exemplo, a Cooperação Triangular (entre
um país em desenvolvimento, apoiado financeiramente por um doador do norte; um organismo
internacional; e incluso por outro sócio em desenvolvimento).
Essa intensificação das
interações entre os países do Sul levantou diversos questionamentos sobre a
cooperação, as suas eficiências e os seus motivos. Alguns pesquisadores
acreditam que a Cooperação Sul-Sul é uma filosofia cooperativa marcada pela
solidariedade entre os países do Sul que vivem/viveram situações semelhantes em
grau de desenvolvimento e que, por conta disso, compartilham
percepções similares em relação ao cenário internacional. Tais pesquisadores
argumentam que por essa convergência social/histórica e também pela sincronia em
“anseios políticos” a cooperação Sul-Sul seria mais eficaz que a cooperação
tradicional Norte-Sul, pois a familiaridade entre os atores poderia proporcionar
melhores práticas e orientações sobre o uso mais eficiente dos recursos aplicados
na cooperação e instigar maiores trocas de experiências e técnicas em nível
horizontal, ou seja, sem imposições e condicionalidades perpetradas pelas
economias do norte (ROWLAND, 2008).
Fordelone (2009), ao abordar a Cooperação
Triangular como uma das modalidades de Cooperação Sul-Sul, aponta a
possibilidade da cooperação entre países em desenvolvimento ser mais vantajosa
economicamente, pois os serviços e tecnologias utilizados no processo custariam
menos, em comparação a transferência de tecnologia entre Norte-Sul. No entanto,
tal visão não é absoluta, diz Fordelone (2009), pois outros pesquisadores
apontam que a cooperação triangular (entre países em desenvolvimento com o
apoio de um país desenvolvido) poderia aumentar os custos de transação da
cooperação, especialmente na fase inicial dos projetos, pois os esforços de
negociação para atingir um objetivo e uma meta em comum seriam maiores.
Ademais, um número maior de reuniões periódicas seria necessário, assim como um
maior esforço por parte dos países membros, a fim de decidir, em consonância, as
tarefas e responsabilidades a serem assumidas. Tudo isso porque quanto mais
Estados envolvidos, maiores as dificuldades, dado que cada país possui as suas
próprias dificuldades, interesses e preferências.
Tal questionamento talvez explique
porque alguns grupos de coalizões Sul-Sul ainda possuem caráter muito “ad hoc”,
como por exemplo, o grupo de coalizão BRICS (Brasil-Rússia-Índia-China-África
do Sul), que ainda é considerado pela diplomacia brasileira e para alguns pesquisadores
como uma articulação Sul-Sul informal, pois não tem reuniões periódicas ou
algum tipo de declaração que sinalize para objetivos claros do grupo, e não há,
também, um estatuto que dê maior formalidade para as negociações multilaterais.
Como argumenta Iara Leite (2012, p.25):
Existe uma
crença arraigada de que a proximidade de condições estruturais entre os países
do Sul favoreceria uma eficácia maior dos modelos exportados entre eles em
relação à cooperação tradicional. Não obstante, embora os problemas que atingem
os países em desenvolvimentos sejam similares, as oportunidades e desafios à
mudança política são particulares (...). Isso significa que uma iniciativa que
tenha tido impactos positivos sobre o desenvolvimento de um país do Sul não
necessariamente terá os mesmos impactos em outro país em desenvolvimento.
Iara Leite (2012) também
chama atenção para o equívoco que alguns pensadores cometem ao considerar a
cooperação Sul-Sul homogênea e despida de interesses e dinâmicas de poder, pois
estudos recentes mostram que interesses políticos e comerciais também
influenciam a cooperação internacional entre países emergentes.
Em consonância, Lancaster (2007)
vai argumentar que a Cooperação Internacional, seja ela entre Norte-Sul, Sul-Sul
ou triangular, não pode ser simplificada em apenas uma forma de análise, pois
independente de suas características em comum, países podem decidir cooperar
por diversos motivos. De acordo com Lancaster (2007), os objetivos diplomáticos
e a promoção do desenvolvimento são os motivos mais evidentes e frequentemente
abordados pelos próprios Estados como propósitos da ajuda internacional. No
entanto, podemos apontar outros: auxílio humanitário, comércio, incentivo
cultural, desenvolvimento e, após o fim da Guerra Fria, a promoção da
democracia e o apoio nas transições econômicas e sociais. Com a abordagem de
novos temas na agenda internacional como meio ambiente, narcotráfico, terrorismo,
imigrações internacionais, refugiados e a prevenção de novos conflitos, a
dinâmica da cooperação internacional tornou-se mais complexa, não sendo mais
possível racionalizar os seus objetivos em uma só matéria.
Um país pode muito bem
enxergar na cooperação internacional uma forma de investimento, que,
futuramente resultaria em maiores ganhos econômicos/comerciais e, até mesmo,
uma forma de maior barganha, com a aproximação como fator propulsor para os negócios;
em ganhos políticos, ao formar maior concertação política em foros
multilaterais na defesa e na inclusão de temas referentes aos interesses dos
países do sul e sua inserção no cenário internacional; em segurança, ao
minimizar conflitos por intermédio do desenvolvimento e fornecimento de maior
bem-estar aos seus vizinhos, garantindo harmonia para si e para a região.
Portanto, verifica-se que a
cooperação internacional, seja a tradicional ou entre países emergentes, é
muito mais complexa do que parece, pois os atores podem pratica-la por motivos
diversos e mistos. Aqueles que tentam explica-la por meio de abordagens
simplistas de solidariedade e altruísmo simplesmente ignoram a realidade densa
das Relações Internacionais. De acordo com Rowland (2008), as origens
históricas de ajuda ao desenvolvimento são semelhantes entre os doadores
tradicionais e os emergentes. Os interesses diferem na medida em que os países
vivem em circunstâncias diversas, assim como possuem objetivos e metas
distintas.
Todavia, muitos países
sentem-se mais confortáveis em justificar os seus gastos e a sua atenção com
cooperação internacional utilizando como discurso principal a solidariedade.
Essa é uma característica muito frequente entre os países do Sul, que, por fim,
acabam transformando a cooperação entre eles em uma prática quase que
“ideológica”. O discurso do Brasil, por exemplo, coloca a solidariedade entre
as nações do Sul como forma principal de promover uma ordem internacional mais
multipolar, justa e condicionante a realidade atual, sempre em respeito à
democracia, à paz, o desenvolvimento e à não intervenção nos assuntos internos
dos Estados. Como bem aponta Bruno Ayllón e Iara Leite (2010), o Brasil tem a
ideia de que por compartilhar com os seus sócios um passado colonial e
periférico e por ter sofrido ingerências de todos os tipos ao decorrer de sua
história, não cometerá os mesmos erros que os países do Norte em suas relações
com os países do Sul, ou seja, o Brasil não atuará segundo interesses egoístas
de curto prazo e nem deixará de respeitar a soberania de seus sócios. Contudo,
o Brasil também afirma em seu discurso o interesse diplomático e político em
volta da cooperação Sul-Sul, que tem sido, nas últimas décadas, um eficiente
meio de expandir a presença brasileira no mercado nacional e diferenciar os seus
parceiros econômicos.
Sobre os inúmeros motivos
que levam um país a cooperar, Lancaster (2007) foi além em sua análise e
enxergou que políticas domésticas e a concepção de cada país em relação ao seu
papel na sociedade internacional também são capazes de influenciar e
impulsionar a cooperação internacional. Aqui vale a pena utilizar, novamente, como
exemplo o protagonismo brasileiro dos últimos anos nas coalizões com países do
Sul e a sua posição em processos regionais de integração; pois alguns
especialistas em política externa brasileira apontam outros motivos para a
cooperação sul-sul protagonizada pelo país: sua maior inserção internacional,
representatividade como líder regional nos foros multilaterais e a conquista de
um assento definitivo no Conselho
de Segurança das Nações Unidas. Existe sim uma concepção de que o Brasil, um país de tamanho
continental e detentor da maior economia da América do Sul, tem a capacidade e a
natural vocação para desempenhar o papel de liderança na América do Sul. Por mais
que o governo brasileiro não assuma de forma clara tal pretensão, é possível
identificar algumas atitudes que apontam (de forma implícita para alguns e
muito explícita para outros) a concepção própria que o país tem em relação ao
seu papel de líder na sociedade internacional e as suas contribuições positivas
para a mesma: a) os esforços em assumir maiores responsabilidades no cenário
internacional; b) a tentativa em estabelecer bom relacionamento e maior
proximidade com países de diversas regiões do mundo e de características tão
distintas das suas; c) a postura em defender abertamente em diversos foros
multilaterais o seu interesse a um assento no Conselho de Segurança das Nações
Unidas.
O ativismo do presidente Lula na
Cooperação Sul-Sul foi acompanhado por um processo mais amplo de
internacionalização de ministérios, de governos subnacionais e de atores não
governamentais, que passaram a buscar se qualificar para participar da provisão
da cooperação para o desenvolvimento não mais como atores autônomos ou
coadjuvantes ao Ministério das Relações Exteriores – convidados a participar
apenas no desenho e implementação das iniciativas -, mas tentando também se
colocar como entes centrais na própria definição das prioridades da política
externa brasileira (LEITE, 2012, p.33).
Desta forma, podemos concluir que ao passar do tempo a Cooperação
Sul-Sul foi adquirindo caráter mais pragmático e propositivo, contrastando-se,
portanto, com a postura reivindicatória e ideológica dos anos anteriores. Com o
objetivo de ampliar o desenvolvimento sobre as economias emergentes, os países
do Sul agiram conjuntamente em diversos foros multilaterais, projetos de
cooperação e na formulação de coalizões políticas. O fim da Guerra-Fria, de fato, contribuiu
para a ampliação do debate Sul-Sul e abriu um maior espaço para os países
emergentes na política internacional. No entanto, a Cooperação Sul-Sul não
deveria ser entendida como concorrente à cooperação tradicional Norte-Sul, e
muito menos considerada simplesmente altruísta, mas sim como uma modalidade
complementar a atuação dos doadores tradicionais, agências multilaterais e
instituições supranacionais, com o intuito de promover e impulsionar o
desenvolvimento em regiões emergentes e dinamizar as Relações Internacionais. Portanto,
uma análise mais profunda deve ser considerada para entendermos
as complexas trocas envolvidas na Cooperação Sul-Sul e também evidenciarmos as
suas lacunas e fragilidades, para, por fim, desenvolvermos métodos e teorias
capazes de contemplar a realidade.
BIBLIOGRAFIA
AYLLÓN,
Bruno; LEITE, Iara (2010). La Cooperación Sur-Sur de
Brasil: instrumento de política exterior y/o manifestación de solidariedad
internacional?. Mural
Internacional, Ano I, n.1, jan/jun.
FORDELONE, Talita
Yamashiro (2009). Triangular co-operation and aid
effectiveness. 24 set.
LANCASTER, Carol (2007). Foreign aid. Diplomacy,
development, domestic politics. Chicago e Londres: The
University of Chicago Press.
LEITE, Iara (2012). Cooperação Sul-Sul: conceito, história e marcos
interpretativos. Observador On-Line, v.7, n.3, mar.
ROWLANDS, Dane (2008). Emerging donors in International Development Assistance. A Synthesis Report. IDCR, jan.
Sara Castillo é bacharel em Relações
Internacionais pelo Centro Universitário Curitiba e pós-graduanda em Relações
Internacionais pela Universidade de Brasília.
Email: castty@gmail.com
Não vou tentar fazer uma discussão teórica, mas sim transmitir um caso que pode servir para ilustrar a discussão. Estou morando em Ghana, há um mês, e tive a oportunidade de vislumbrar alguns casos de PEB Sul-Sul. Seguem três casos:
ResponderExcluir1.Existe uma parceria muito grande entre Governo Brasileiro e empresas brasileiras do setor de infraestrutura (Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS). A participação do MRE neste aspecto se dá em dois fronts: 1.Concertação política e aproximação destas empresas com o governo ganense 2. Financiamento de possíveis obras através do BNDES, através de disponibilização de crédito para o governo ganense
2.Programas como o Mais Alimento África, com o governo Brasileiro abrindo linha de crédito, através do MOFA (Ministry of Food and Agriculture), para que produtores locais possam comprar maquinário agrícola brasileiro, dentro de uma lista de fornecedores e de produtos já acordada entre BR e GH.
Em ambos os casos é interessante ver a participação do governo em duas pontas: no apoio à indústria brasileira e também na garantia de liquidez dos governos, grande problema para as empresas brasileiras fazendo negócio na África.
3.Abertura de escritório da Embrapa aqui. Neste caso, o objetivo é primeiramente político, com a Embrapa sendo um braço do MRE. Isso se dá pois um dos grandes discursos "vendidos" pelo MRE é o da revolução agrícola brasileira que, em condições climáticas e de solo muito similares as de Ghana (cerrado), permitiu que o Brasil se tornasse uma potência agrícola. Neste campo há muita busca por cooperação em áreas como castanha de caju (com a Iracema querendo abrir planta aqui), soja, milho, mandioca. Em todos os casos, o desenvolvimento local deve implicar em um aumento por busca de tecnologia brasileira por parte dos produtores, abrindo mercados.
É interessante notar que, nos três casos, existe um posicionamento do país como produtor de tecnologia, e não mais nosso posicionamento comum de vendedor de commodities. É nesse ponto que penso que a Cooperação Sul-Sul passa a ser vantajosa, na minha opinião, principalmente com os países de baixo e médio-baixo desenvolvimento. Já no caso de países do BRICS, penso que o papel Sul-Sul seria o de trabalho conjunto na garantia destes novos mercados e também na conversação com os países do norte (ou seja, concertação política para questões multilaterais), porém não sei quão grande é o potencial desta cooperação no campo bilateral, devido a similaridade da economia, produção, etc.