Danilo
Verpa/Folhapress
Em tour pelo Brasil, o premiê britânico, David Cameron, caminha na
avenida Paulista rumo a evento na Fiesp
Por José Renato Teixeira da Silva
É a primeira vez na
história das relações internacionais que um chefe de estado inglês visita o
Brasil fazendo-se acompanhar de 50 businessmen de seu país. E pela primeira
vez, também, eles se defendem dizendo que o seu interesse não é unilateral.
Para entender um pouco da importância do assunto, basta ver a repercussão do
fato na imprensa internacional sobre as estratégicas movimentações da superpotência
que abriu os nossos portos às "nações amigas".
Já, com Raymond Aron, vínhamos aprendendo que, durante a Guerra Fria e nos tempos que a sucederam, o mais importante nas relações entre os povos eram o soldado e o diplomata. Nesta lógica, não se devia abrir mão do uso da força para fazer retornar o diálogo civilizado. Em outras palavras, a função do diplomata é mostrar aos seus interlocutores, com palavras educadas, que a nação representada por ele possui as mais potentes armas. Um modo imbecil de viver que se perpetua desde a guerra travada entre os povos mais cultos da Antiguidade há 2.500 anos no Vale do Peloponeso, um lugar que até hoje cultiva as suas oliveiras.
Mas, com o fim da Guerra Fria, os homens de negócio se juntaram aos soldados e diplomatas para representar as nações pelas quais falam. É a isso que se referem, também, os especialistas quando mencionam os novos atores e processos internacionais. A histórica visita de James Cameron ao Brasil elimina as dúvidas sobre a pertinência dessa teoria. E quem viu de perto, ou ouviu falar da visita da comitiva inglesa à FIESP reforçou a sua compreensão do que significa, afinal, a tal diplomacia empresarial. Aquilo que tanto discutíamos quando buscávamos entender o campo de atuação do profissional de RI. Vamos retornar agora mesmo à leitura daquele material.
Recomendo a visita à obra, pouco conhecida e lida, chamada "República Imperial" escrita por ARON na década de 1970, encomendada por alguma instituição norte-americana, publicada nos Estados Unidos em 1973 e traduzida pela Jorge Zahar, no Brasil, um ou dois anos depois. Na minha visão, ela antecede o livro Império, de NEGRI e HARDT, sobre a clássica discussão entre as duas Romas e as dificuldades para a governança de um vasto império habitado por muitas culturas. O que diferencia o novo império americano (como Roma, trata-se de uma república) dos que o sucederam é a atuação externa das suas empresas nacionais. Se o Aquecimento Global não derreter as esperanças que habitam os nossos cofres gelados, vivamos para ver o que acontecerá!
Já, com Raymond Aron, vínhamos aprendendo que, durante a Guerra Fria e nos tempos que a sucederam, o mais importante nas relações entre os povos eram o soldado e o diplomata. Nesta lógica, não se devia abrir mão do uso da força para fazer retornar o diálogo civilizado. Em outras palavras, a função do diplomata é mostrar aos seus interlocutores, com palavras educadas, que a nação representada por ele possui as mais potentes armas. Um modo imbecil de viver que se perpetua desde a guerra travada entre os povos mais cultos da Antiguidade há 2.500 anos no Vale do Peloponeso, um lugar que até hoje cultiva as suas oliveiras.
Mas, com o fim da Guerra Fria, os homens de negócio se juntaram aos soldados e diplomatas para representar as nações pelas quais falam. É a isso que se referem, também, os especialistas quando mencionam os novos atores e processos internacionais. A histórica visita de James Cameron ao Brasil elimina as dúvidas sobre a pertinência dessa teoria. E quem viu de perto, ou ouviu falar da visita da comitiva inglesa à FIESP reforçou a sua compreensão do que significa, afinal, a tal diplomacia empresarial. Aquilo que tanto discutíamos quando buscávamos entender o campo de atuação do profissional de RI. Vamos retornar agora mesmo à leitura daquele material.
Recomendo a visita à obra, pouco conhecida e lida, chamada "República Imperial" escrita por ARON na década de 1970, encomendada por alguma instituição norte-americana, publicada nos Estados Unidos em 1973 e traduzida pela Jorge Zahar, no Brasil, um ou dois anos depois. Na minha visão, ela antecede o livro Império, de NEGRI e HARDT, sobre a clássica discussão entre as duas Romas e as dificuldades para a governança de um vasto império habitado por muitas culturas. O que diferencia o novo império americano (como Roma, trata-se de uma república) dos que o sucederam é a atuação externa das suas empresas nacionais. Se o Aquecimento Global não derreter as esperanças que habitam os nossos cofres gelados, vivamos para ver o que acontecerá!
José Renato Teixeira é Professor de Ciências Sociais na Faculdade de
Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná, Mestre em Sociologia das
Organizações pela UFPR e Sociólogo.
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