terça-feira, 19 de julho de 2016

Redes e Poder no Sistema Internacional: O login, dos e-mails às redes sociais


A seção Redes e Poder no Sistema Internacional é produzida por integrantes do Grupo de Pesquisa “Redes e Poder no Sistema Internacional”, que desenvolve no ano de 2016 o projeto “Controle, governamentalidade e conflitos em novas territorialidades” no UNICURITIBA, sob a orientação do professor Gustavo Glodes Blum. A seção busca promover o debate a respeito do tema, trazendo análises e descrições de casos que permitam compreender melhor a inter-relação entre redes e poder no SI. As opiniões relatadas no texto pertencem aos seus autores, e não refletem o posicionamento da instituição.

O login, dos e-mails às redes sociais


Paulo Vergara *



A espécie humana é conhecida pela sua alta capacidade de adaptação. Essas adaptações ocorrem também no que tange o cotidiano em sociedade. Antes do ano de 2008, no Brasil, quando o iPhone trazia uma tecnologia e começava a se popularizar, ainda que em meio extremamente restrito e de posse de poucos, era comum entre as pessoas que possuíam computadores e laptops a seguinte frase: “não põe a mão na tela, porque suja”. Hoje, a maioria dos aparelhos eletrônicos funciona pelo toque – mais conhecido comon a “tecnologia touch”.

Uma das bases do mundo digital é o e-mail. Ray Tomlinson foi o criador dessa ferramenta, “um programador americano que usou a mesma rede de computadores que criou a internet como nós a conhecemos hoje”. O e-mail surge primeiramente com a finalidade de corresponder mensagens simples entre as universidades dos Estados Unidos e só então mais tarde iria receber diversas outras funcionalidades.

O sucesso das redes sociais como o Facebook e aplicativos como o Whataspp não se deve somente pela praticidade dessas redes digitais, mas sobretudo pelo desejo das pessoas em estarem conectadas, assim as pessoas utilizam as redes criando um movimento digital. No entanto, as novas configurações de realidade são paradoxais quando utilizados os termos de “sociabilidade”, uma vez que o mundo digital tende a tornar seus usuários cada vez mais reclusos e individualizados. A ideia inicial do e-mail e seus efeitos não foram diferentes, além da praticidade de envio e recebimento de cartas eletrônicas surgia, naquele contexto, um crescente desejo de estar conectado ao mundo por parte das pessoas envolvidas com as universidades americanas. Não tardou para que o e-mail deixasse de ser um simples correio eletrônico para se transformar no próprio endereço eletrônico de seus usuários. 

Com o mundo digital já estabelecido e a popularização da internet, os sites já haviam iniciado uma ferramenta que conhecemos por “login”. Para dar entrada aos domínios da web seria então necessários senha e nome de usuário, que muitas vezes era o próprio e-mail individual de cada internauta. 

As redes sociais estão criando vínculos com as mídias sociais. Esses liames são feitos da seguinte forma: faz-se o login com um simples clicar do mouse, “entrando com o Facebook”. Essa nova ferramenta possui uma lógica de comodismo ao não ter que criar todo um cadastro em que seria necessário cadastrar o e-mail, criar uma nova senha, nome e nome de usuário, sobrenome. Esse vínculo se assemelha ao que existe na química orgânica, na qual os elementos fazem ligações e criam cadeias, fazendo uma relação em que a rede social interage com determinados sites. Essas ligações tornam os usuários verdadeiros reféns de uma conta matriz, uma vez que caso queiram desativá-la perderiam, assim, as respectivas contas com que a ela foram vinculadas e isso ocorre nas mais diversas mídias digitais.

* Paulo Vergara é acadêmico do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA) e membro do Grupo de Pesquisa "Redes e Poder no Sistema Internacional".

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