As delegações norte-americana e iraniana se cumprimentam após chegarem a um acordo provisório.
*Por Andrew Patrick Traumann
Os próximos seis meses serão decisivos para o tabuleiro do Oriente Médio. O presidente norte-americano Barack Obama tem mostrado muito mais disposição á paz do que seu antecessor George W. Bush. Primeiro cancelou um ataque que parecia iminente á Síria após a Rússia obter um acordo com o governo de Damasco e agora,contra seus principais aliados na região Arábia Saudita e Israel,e também a oposição doméstica, vem se aproximando daquele que é considerado por muitos o mais obstinado rival norte-americano: o regime islâmico de Teerã.
O Acordo Nuclear anunciado na madrugada de domingo têm sido bastante comemorado no Irã pela população em geral e não apenas pela
liberação de fundos congelados em bancos ocidentais,mas porque o alívio nas
sanções fará com que a cambaleante economia iraniana ( isolada,mesmo sendo o
quarto maior produtor de petróleo do mundo) possa se recuperar. A inflação é de
39%,a moeda perdeu 75% de seu valor nos últimos 18 meses e o desemprego é altamente preocupante. Tudo isso levou o Líder Supremo Ali Khamenei a autorizar o recém-eleito presidente Rohani a tentar negociar com o Ocidente. O urânio a 20%
terá que ser diluído e toda a produção acima de 5% deve ser interrompida. A
AIEA fiscalizará o cumprimento das exigências por parte de Teerã,que caso
satisfeitas podem levar a um acordo definitivo em maio de 2014.
Da parte israelense a desconfiança é de fácil compreensão: o
Acordo permite que o Irã continue mantendo um estoque de urânio levemente
enriquecido e isso é intolerável para o
governo de Netanyahu que queria um desmantelamento completo do programa nuclear
iraniano . O Irã argumenta que por ser signatário do TNP (Tratado de
Não-Proliferação Nuclear) desenvolver um programa nuclear pacífico é um direito
inalienável. Já os sauditas, enfurecidos com o não-ataque a Síria em setembro
estão ainda mais contrariados com a aproximação entre Washington e Teerã. Não
só não querem ver o Irã novamente disputando o mercado petrolífero mundial, como
temem que o Irã a médio e longo prazo se torne um aliado norte-americano de
peso na região. Pouco provável dada a natureza do regime de Teerã e ao trauma
norte-americano com a tomada da embaixada de Teerã, ainda não totalmente
curado.
De todo modo, o receio de Arábia Saudita e Israel, dois países que
sequer possuem relações diplomáticas, mas que hoje se unem no sentimento de
traição é o mesmo: os EUA tem cada vez mais agido unilateralmente no Oriente
Médio, indicando um possível realinhamento das forças da região.
*Andrew Patrick Traumann é professor de História das Relações Internacionais do UNICURITIBA e Doutor em História,Cultura e Poder pela UFPR
*Andrew Patrick Traumann é professor de História das Relações Internacionais do UNICURITIBA e Doutor em História,Cultura e Poder pela UFPR
A diplomacia estadunidense nos últimos anos vem mudando consideravelmente principalmente com a ascensão de Barack Obama a presidência dos EUA,isto em partes significa um sinal verde par a paz no Oriente Médio. De fato os EUA com toda a decadência no SI,ainda assim tem tomado ações,meio que multilateral que de certa forma tem agradado muitos Estados que não estão de acordo com suas políticas externas para os demais Estados. O Oriente Médio é um bom exemplo disso,casos como o da Síria e do próprio Irã são bons exemplos de como a política externa dos EUA,tem sido laceada e mudada com o passar dos anos. Eu creio que estas tomadas de ações dos EUA, podemos classificar isto como uma transição do Unipolar para o Multipolar,já que o unipolarismo perdeu forças pós atentados 11 de setembro de 2001.
ResponderExcluir