Elementos químicos valiosos são hoje “monopólio virtual” da China e criam questão controversa na Organização Mundial do Comércio.
DA REDAÇÃO DA GAZETA DO POVO, COM A COLABORAÇÃO DE DILVO RODRIGUES, E DO PROFESSOR DO UNICURITIBA, GEORGE STURARo.
Um grupo de 17 elementos químicos, conhecido como
terras raras, deve ditar os rumos da economia mundial nos próximos anos. Eles
estão nos componentes dos aparelhos eletrônicos que pululam no cotidiano e
aparecem em vários processos químicos importantes para a indústria.
Hoje, as terras raras valem ouro no comércio
internacional de produtos manufaturados, industrializados e de compostos
químicos. Não à toa, a questão vem gerando embates entre as potências
econômicas na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os setores petrolífero, nuclear, metalúrgico e a
indústria de alta tecnologia estão cada vez mais dependentes dessas
substâncias, retiradas de diversas composições minerais. Elas foram batizadas
com um nome considerado genérico entre os óxidos de elementos metálicos:
“terras”. “Raras” porque a extração é algo complexa.
A China é detentora de 36,5% de todas as reservas
conhecidas no planeta. É o maior percentual entre todos os países que possuem
terras raras. Uma pesquisa feita em 2011 pelo Serviço Geológico dos Estados
Unidos (USGS, na sigla em inglês) aponta que o país asiático possui cerca de 55
milhões de toneladas de minérios de terras raras em seu território, seguido por
Rússia e Cazaquistão (países da extinta União Soviética), com uma reserva estimada
em 19 milhões.
Os chineses também são responsáveis por 97% da
comercialização mundial dessas matérias-primas – o que é considerado um
“monopólio virtual” por muitos especialistas e um dos fatores principais para a
questão chegar à OMC.
A controvérsia é que a China tem limitado a
exploração, a produção e a exportação de produtos manufaturados e de compostos
químicos.
Neste ano, foi fixado um teto de 30 milhões de
toneladas mandados para o mercado externo por ano. Até 2011, o volume foi de 39
milhões. O corte de 9 milhões de toneladas afeta as indústrias de países como
Estados Unidos e Japão, cuja dependência das terras raras é total.
Os elementos disprózio e térbio, para citar dois
exemplos, são produzidos apenas pelos chineses. O térbio é utilizado em ligas
metálicas de dispositivos eletrônicos como o iPod (o tocador de músicas da
Apple), em fibras óticas e até em turbinas eólicas responsáveis pela geração de
energia. O disprósio pode ser encontrado em motores de automóveis híbridos,
entre outras aplicações.
“As terras raras são um dos principais insumos da
cadeia produtiva da indústria da alta tecnologia. São consideradas o ouro do
século 21 e, por isso, há esse embate na OMC, com os Estados Unidos, Japão e
União Europeia questionando o comportamento dos chineses. O principal eixo de
discussão é que a China apresenta uma tendência ainda maior de manipulação de
preços no mercado, devido ao corte nas exportações”, explica George Sturaro,
professor de Relações Internacionais do Centro Universitário de Curitiba –
UniCuritiba.
Com certeza, a China será logo o país mais importante do mundo.
ResponderExcluirMuito interessante a aplicação e comercialização deste metal tão precioso e com tamanha concentração no território chinês. haverá uma grande discussão em âmbito internacional,como o próprio artigo cita. E com certeza as outras potências ocidentais e consequentemente a UE,não querem de forma alguma ficar dependente da variação dos preços e da especulação dos mesmos,pois já vivem a décadas neste mesmo processo de especulação no que se refere ao petroléo Árabe. Mas tem uma eles mesmos fazem especulação com as suas descobertas e inovações tecnológicas,é só pensar e imaginar de onde veio a ideia de propriedade intelectual e das patentes que até hoje em dia está valendo. Ainda bem que existe a OMC,para resolver estas controvésias todas,e ou pelo menos reger de acordo com o sistema de COMEX entre os estados membros,do tratado da OMC.
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