Artigo de Rodolfo
Stancki, com a colaboração de Gisele Barão e entrevista com Andréa Benetti,
professora do Curso de Relações Internacionais do UniCuritiba.
Obama deixou de cumprir a promessa de rever as
leis imigratórias e agora deve retomar o tema durante a disputa com o
republicano Romney.
Quando assumiu o posto de presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama prometeu tirar o país da crise, trabalhar em
políticas igualitárias, reformar a saúde e as leis imigratórias. “Sim, nós
podemos” era o slogan da campanha. Agora, ele concorre à reeleição carregando
consigo algumas pendências.
A economia do país teve um crescimento discreto
e o novo sistema de saúde está travado na Suprema Corte. Semana passada, um
sinal de mudança nas políticas sociais do presidente veio com seu
posicionamento favorável em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
No momento, as dúvidas parecem cair sobre a reforma imigratória: se eleito,
Obama vai rever a situação dos 11 milhões de estrangeiros que vivem nos EUA?
Seu oponente, o candidato republicano Mitt
Romney, já se manifestou contra a ampliação dos direitos dos imigrantes ilegais
no país e disse que vai vetar o Dream Act – projeto que regulariza os
estudantes nessas condições.
“Todos os dias em que não temos uma reforma
imigratória no país, cerca de duas pessoas morrem. Precisamos arrumar um jeito
para essas pessoas entrarem legalmente aqui”, diz Enrique Morones, responsável
pela ONG Border Angels, que presta socorro aos imigrantes em San Diego, na
Califórnia.
Para a eleição que ocorre no fim do ano,
democratas e republicanos buscam o apoio da comunidade latina. Em estados como
a Califórnia, ela representa 24% da população. Morones diz que a questão da
reforma imigratória será decisiva para o eleitorado latino.
Para o ex-embaixador brasileiro em Washington
Rubens Antônio Barbosa, a vitória republicana pode representar uma mudança
significativa nas políticas imigratórias no país. “Se ele ganhar, vai haver
radicalização interna e a situação dos imigrantes sem visto não será
legalizada”, afirma.
Um exemplo da radicalização citada por Barbosa
seria a lei do Arizona, proposta pela governadora republicana Jan Brewer em
2010. O projeto, que foi parcialmente vetado, previa a criminalização de todo
imigrante ilegal que estivesse no estado. Criticada, a ideia já ganhou versões
semelhantes em estados como Utah, Indiana e Alabama.
Diante desse quadro, a professora do curso de
Relações Internacionais da UniCuritiba Andrea Benetti defende que a atuação de
Obama na questão imigratória foi positiva nos últimos três anos. “[George W.]
Bush era bastante fechado para essas discussões. Ele não via os imigrantes com
bons olhos. Obama sempre teve uma posição mais social diante do problema”, diz.
Brasileiros
Em março deste ano, o governo americano
anunciou o Global Entry, projeto que deve facilitar a entrada de brasileiros
nos Estados Unidos. Inicialmente, a proposta quer facilitar a entrada de
empresários e profissionais que viajam com frequência ao país.
Na análise de Andrea, essa iniciativa mostra
que os norte-americanos deixaram de ver os brasileiros como uma “ameaça
imigratória”.
“O crescimento do Brasil nos últimos anos,
tanto econômico quanto político, tem mostrado para os EUA que os brasileiros já
não estão indo como imigrantes ilegais, mas como turistas. Então, para eles, é
vantajoso”, explica.
Publicado no Jornal Gazeta do Povo em 13 de maio de 2012.
Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?tl=1&id=1253981&tit=Reforma-imigratoria-sera-decisiva-na-eleicao-presidencial-dos-EUA
Eu acredito que estas medidas provenientes do governo Obama, são puramente eleitoreiras, características do sistema democrático, em períodos eleitorais. É só passar as eleições presidenciais, que a perseguição aos imigrantes ilegais e ao outros públicos de imigração volta átona. Pois eles ainda vivem em zonas de guerras, estão sempre se protegendo de possíveis ataques terroristas. Tudo bem que imigrantes ilegais, indesejáveis e clandestinos não são bem-vindos em lugar nenhum do mundo. Mas é claro que tem que haver uma seleção, pois todos os imigrantes não são iguais, existem plenas diferenças de capacidades, é só imaginar que somos carentes de mão-de-obra especializada e eles são de mão-de-obra pesada. Pois é simplesmente a oportunidade que eles dão aos imigrantes latinos. Vamos deixar bem claro que o público brasileiro que interessa aos Estados Unidos são os empresários, turistas, estudantes. Público que geralmente não “incomoda” a soberania da nação, em termos de processos imigratórios. Somente público que de certa maneira não vão dividir o pão americano e sim rechear o pão, com impostos e gastos para o tesouro dos EUA. Mas de uma forma ou de outra já estava passando da hora desta facilitação de entrada no território americano. Agora que a nossa economia anda crescendo e adquirindo respeito perante as nações desenvolvidas do mundo ocidental, muitos destes países reconhecem em números o nosso poder de compra.
ResponderExcluir