Por Roberto Néri Piazera Gonzaga Filhoa
É uma prática comum criticar o próprio país e imaginar que as decisões políticas, econômicas, sociais deveriam ser outras e que o país poderia estar muito melhor. Pensando nisso, proponho a todos que idealizem seu país perfeito. Deixo aqui, de forma lúdica e utópica, minha concepção de um lugar bom de se viver.
Um país hoje deve ser desenvolvido, e para isso é necessário ter uma boa participação no mercado internacional; dessa forma uma política capitalista no setor externo é muito bem-vinda. Entretanto, analisando os aspectos internos, a igualdade social, saúde pública, sistema educacional e segurança pública oferecidos por um Estado é algo desejado por todos. Percebe-se que o interesse da população é qualidade de vida, dessa forma, preceitos socialistas poderiam ser empregados junto à política consumista capitalista (apenas uma sugestão, o que não significa que é viável), tendo a nação inteira como um grande mercado consumidor.
A teoria de Adam Smith sobre a mão invisível é contestada por Keynes que prega uma intervenção do Estado de forma indireta, e Friedrich List é defensor da intervenção Estatal necessária e até do protecionismo se necessário. Visto que o Capitalismo defende o indivíduo e o Socialismo o conjunto, mas que estamos mesclando características de ambos, poderíamos unir também o pensamento de List sobre a importância de o Estado se proteger e conseguir se desenvolver para, após sua ascensão, entrar no mercado capitalista externo, levando esse desenvolvimento a toda população, ou seja, desenvolvimento, não apenas crescimento. Mesmo que com salários justos e uma maior igualdade social, é necessária a classe dos detentores de capital, porque sua ambição é que mantém o investimento. Diferente do que Marx prega, de uma união do proletariado culminando em uma revolução, acredito que o pensamento de Edmund Burke de maneira conservadora admira a importância da história para a criação de uma identidade nacional e que as mudanças gradativas não rompem suas bases históricas como as revoluções, assim uma monarquia parlamentar defende os aspectos da manutenção cultural e da democracia. Um país, que investe e que sim, interfere na economia, até mesmo no sistema financeiro ou cambial, consegue um acumulo de capital para que dê confiança ao setor econômico industrial nacional.
Se escolhido o sistema político monárquico parlamentar, a religião seria parte desse Estado soberano, mas com o tempo e a importância de negociar com outros países de diferentes culturas, se viria necessária a adoção de liberdade de culto, até mesmo para que sua população tenha a sensação de maior liberdade. E tirando a religião de todos os discursos políticos e justificativas de conflitos futuros, pregando o respeito mutuo entre nações, o Rei teria um papel importante no qual serviria como um ator para buscar uma melhoria na interação no âmbito internacional.
Uma política de pleno emprego, mas que não aliene o seu funcionário se vê sendo algo quase utópico, uma solução que eu aponto (que continua sento utópica) seria um pleno emprego de carga trabalhista reduzida (6 horas), no qual para empregar toda a população, estudos deveriam ser feitos, com o objetivo de maior aproveitamento, assim se inspirando no Toyotismo, o qual demonstra que a troca de atividades é capaz de gerar melhores resultados, assim como uma ótima educação em todos os níveis, somada à uma diversidade de experiência em diversos setores até encontrar o mais produtivo para cada, podendo tanto aumentar os lucros como diminuir a diferença social. Não digo que durante uma fase um cidadão será presidente de uma empresa e depois faxineiro da mesma, mas que quando jovem, se ele chegar a conclusão que é mais produtivo no setor administrativo, ele terá seu foco acadêmico voltado para essa área, e quando se tornar profissional terá acesso à vários cargos desse setor, aprendendo e posteriormente inovando, gerando mais benefícios e claro sendo levado em conta sua ambição e capacidade.
O treinamento militar será obrigatório para toda a população, pois mesmo com grande confiança internacional adquirida, o fator militar impede qualquer pensamento de invasão ou guerra. Não avaliando as relações internacionais de forma tão extrema como os realistas ou idealistas, mas tendo como principio a política e a economia como armas mais eficazes.
Minha nação perfeita não faria parte de nenhum bloco econômico, pois isso traria as mazelas econômicas dos outros países para dentro do nosso, mas claro que as comercializações seriam incentivadas e fluxo de pessoas seria moderadamente controlado, praticando o que se chama de importação saudável o qual não prejudicaria o país como acontece com países liberais que não possuem uma indústria forte.
Definitivamente seria um país ótimo para se morar, magnífica qualidade de vida para todos e um Estado preocupado em ser o melhor para a população, cuidando de suas necessidades e da infraestrutura.
E já que estamos falando em sonhos, nesse país todas as universidades teriam ar condicionado nas salas, iPads seriam presenteados aos alunos, estacionamento seria gratuito, os lanches da cantina teriam preços justos e mais importante, os professores seriam muito bem remunerados, o suficiente para darem sempre ótimas aulas e suas provas não seriam aterrorizantes, assim quem sabe também teríamos um melhor desempenho por parte dos alunos.
Tudo isso pode não passar de um sonho, mas sonhar é de graça e é assim que grandes ideias surgem, agora cabe a nós por em prática e melhorar o nosso país.
Roberto Néri Piazera Gonzaga Filho é acadêmico do Curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba
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