sábado, 17 de setembro de 2011

TERRORISMO: INIMIGO OU PRETEXTO?


                             Por
                   Giovanni Couto
                   Roger Orlowski
 

          Alunos do Prof. Marlus Forigo
     na disciplina de Teoria Política do 2º per. de Relações Internacionais
  
As vésperas do aniversário de uma década do ataque que modificara completamente uma nação, o atentado de 11 de setembro de 2001, se mantêm bem vivo sob a figura do trauma, medo e ansiedade como é demonstrado por uma pesquisa realizada em solo americano pela revista Time, que revela que oito entre dez americanos esperam outro grande atentado. Este pessimismo se justifica quando se compreende que o terrorismo não é apenas um inimigo, mas é uma forma de luta, e como tal nunca será derrotada; é abjeta e efetiva para qualquer grupo político que pretenda atingir seus objetivos de forma violenta. É contexto que se insere a Al-Qaeda, uma organização que encontra em atos triunfo e visibilidade internacionais.
Foi a partir da violência imanente das práticas terroristas que o então presidente americano Bush encontrou os argumentos para levar a termo sua perspectiva acerca da política internacional pré-anunciada pelas críticas dirigidas ao seu antecessor quando em campanha pelo cargo de dirigente maior dos Estados Unidos: Direitos Humanos, diplomacia e diálogo não seriam prioridade em sua agenda política externa.
Desta forma, o atentado foi um viabilizador de uma política belicosa voltada e personificada na invasão do Afeganistão, reduto do regime Talibã e na guerra ao Iraque, pois sem o simbolismo da queda das torres, os votos dos democratas dificilmente seriam conquistados, e quem aprova o uso da força é apenas o congresso americano. A ameaça de armas de destruição em massa de Saddam Hussein e o insurgente terrorismo e de brinde ainda a liberdade para o povo iraquiano terminaram por legitimar as ações desencadeadas pelos americanos no continente asiático.
O 11 de setembro e a “guerra preventiva” ensinaram muito sobre a política americana: estes acontecimentos evidenciaram como os Estados Unidos da America são beligerantes e este fato é atestado pelas altas cifras de seu orçamento militar. A derrubada do talibã e a desarticulação - em tese - da Al-Qaeda atingiu mais de um trilhão de dólares e milhares de vidas de soldados, herança herdada pelo governo Obama.
Nem bem as torres caíram, e o mal estar foi erguido. A comunidade árabe e muçulmana que se restringe a menos de 3% da população americana tem uma atenção desproporcional: Presos, perseguidos e sem provas.
Estigmatizados árabes e mulçumanos, após a catástrofe se fizeram mais presentes do que nunca nas mesquitas, por uma questão de identidade. Para os americanos a construção de um centro islâmico nos arredores do marco zero do World Trade Center fora algo inaceitável, e outras medidas similares foram tomadas em diversos Estados. A intolerância e a descriminação aumentaram absurdamente após o ocorrido e isso intensificou o preconceito racial e religioso contra a comunidade, que logo, viu-se com o aparato nacional recaindo sob si de forma rápida e pesada.
Para muitos a queda do WTC gerou um medo cultural na figura do enraizamento do islã, para tantos outros, um pretexto bélico ou até somente procedimentos teatrais para realizar viagens. Ninguém pode, no entanto, negar foi um dos maiores acontecimentos da história contemporânea.

Um comentário:

  1. É claro e evidente que este medo que os cidadãos americanos tem de um novo atentado,está diretamente relacionado ao modelo de política externa americana,que ao meu ver é uma Política desastrosa de superioridade,e sem uma conexão com a realidade dos fatos e acontecimentos. Quando atacaram o Afeganistão,foi uma decisão equivocada,porque a Al-qaeda é uma organização terrorista a nível de mundo,e está presente em vários países,com dezenas de elementos infiltrados dentro dos Estados,para se ter ideia tem até americanos infiltrados na Al-Qaeda,e os prórios americanos reconhecem este fato. Outra curiosidade importante que ficou sem resposta a nível de mundo foi o fato de que os terroristas do 11 de setembro eram praticamente todos da Arábia Saudita,entre os 19 integrantes dos ataques,se eu não me engano tinha apenas um que era de origem libanesa,os demais eram todos sauditas e nem por isto a Arábia Saudita foi invadida pelos USA,se quer foi alertada para que realizasse uma campanha militar em seu país contra as forças integrantes da Al-Qaeda,que permeiam nos lares de sua nação de livre e espontânea vontade. É uma utopia querer acabar com o terrorismo através da força militar ou de qualquer outra forma,o terrorismo é invencível aos olhos dos estados. Este mesmo terror praticado pelos homens do mal é uma conjuntura de ideologias,fanatismo,idolatrias e normais morais e religiosas milenares,que suportaram e resistem ao longo dos tempos aos avanços das sociedades modernas europeias,que tentam de qualquer jeito impor uma cultura ocidental e uma Democracia a estes sistemas de Governos Autoritários e Repressivos que estão dentro destas sociedades primitivas com poucas modernizações. Assim como a Extrema-Direita europeia barra o crescimento da imigração de povos não-europeus em seus estados principalmente muçulmanos,temendo uma perda de cultura,identidade,civilizações e nacionalidade,que para mim isto é uma Segregação Racial,os mesmos não-europeus tem pleno direito de barrar culturas e civilizações que não se igualam as suas,mesmo que sejam forçados através da força militar como é comumente feito em tempos atuais,com as campanhas militares bilionárias ocidentais contra os seus países. Não estou aqui defendendo o modelo de civilização,nem as formas de governos autoritários do mundo Árabe,e tampouco os seus atos e efeitos perante os seus povos,mas tentando mostrar o outro lado da História,que a própria mídia omite diante de todos os cidadãos do mundo,simplesmente mostra um ocidente bom e maravilhoso,e um oriente mau e repressor dos seus cidadãos.

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