terça-feira, 13 de setembro de 2011

Atentado terrorista mostra a fragilidade de uma superpotência



Juliana Pimentel Lago

No dia 11 de Setembro de 2001, 4 aviões norte-americanos de vôos domésticos foram seqüestrados por 19 passageiros incomuns, que deixaram seus assentos para fazerem o que haviam planejado, invadiram as cabines e tomando controle dos aviões.

Um dos aviões seguiu em direção as torres gêmeas do World Trade Center fazendo com que os pavimentos superiores da torre se despedaçassem e provocasse um incêndio, o segundo avião também as atingiu algum tempo depois matando civis e equipes de resgate no interior do prédio e também as pessoas que estavam na rua.
O terceiro avião tinha como alvo Washington e colidiu contra o pentágono.  Já o quarto avião não se sabe exatamente aonde seria seu alvo, poderia ser na Casa Branca ou o Capitólio, mas os passageiros invadiram a cabine e assim o avião caiu em um campo desabitado na Pensilvânia.
Milhares de pessoas morreram nesses atentados e os 19 passageiros que sequestraram os aviões eram de origem do Oriente Médio e Arábia Ssaudita e acreditavam que eram servos do Islã.
Os aspectos do ataque mostram que foi um ato de preparação longo e custoso, bem organizado e sigiloso, passando despercebido pelo serviço de inteligência americano e o internacional.
Os alvos escolhidos representavam o modo de vida e poder norte-americano, a fortaleza da sociedade americana e seus valores, a liberdade, a segurança e o cotidiano. A sensação de vulnerabilidade só poderia ser sanada ou amenizada quando os culpados fossem achados e a justiça fosse feita.
Após muitas investigações, o foco recaia sobre Bin Laden, por isso o ex-presidente George W.Bush determinou que o Taliban, que está sob o controle do Afeganistão desde 1996, entregasse Osama Bin Laden, considerado como o arquiteto do atentado. Ao ouvir a recusa, os Estados Unidos invadiram o país.
Menos de dois anos depois de invadir o Afeganistão, os Estados Unidos obtiveram outra missão, uma missão dupla, de desarmar o Iraque, pois tinham suspeitas de que o país tinha armas de destruição em massa, e de libertar o povo iraquiano de Saddam Hussein.  No dia 13 de Dezembro de 2003 Hussein foi encontrado pelas forças dos EUA em um “buraco de aranha”, três anos depois ele foi condenado, enforcado e não foram encontradas armas de destruição.
Quase dez anos depois do atentado, foi anunciada a morte de Bin Laden e de que ele tinha sido sepultado no mar. Os norte-americanos se reuniram para comemorar a morte do homem mais procurado do mundo.
Para a OTAN, no MC 472, o terrorismo é “(...) a utilização ilegal da força ou da violência planejada contra pessoas ou patrimônio, na tentativa de coagir ou intimidar governos ou sociedades para atingir objetivos políticos, religiosos ou ideológicos (...)”.  A sua potencialidade pela violência, pela capacidade organizativa ou pelas novas estratégias de recrutamento assumiu uma esfera global, tendo algumas vezes união com crime organizado e com outras organizações de solidariedade transnacional de matriz ideológica, cultural e étnica.
O Al-Qaeda possui alianças importantes com grupos que também pretendem combater o Ocidente e Israel, assim como com grupos que querem autonomia local. O Al-Qaeda tinha Bin Laden como a figura mais importante sendo um porta-voz, o egípcio Ayman al-Zawahiri como Comandante Operacional, que é assistido por um conselho consultivo (a majlis al shura) que dispõe quatro comitês (militar, financeiro, religioso e propaganda), cabendo ao comitê responsável pela área militar a nomeação dos responsáveis das células espalhadas pelo mundo.
Há controvérsias com relação à estrutura e organização da Al-Qaeda, sendo ela desempenhada com funções específicas ou não tendo qualquer tipo de liderança no controle dos detalhes, operando como uma confederação.
A sobrevivência do grupo vem do apoio de países vizinhos, guerrilhas, refugiados, organizações religiosas, personalidades com fortuna pessoal a até mesmo de ativistas aos direitos humanos. Cada um tendo seu objetivo de apoio, os Estados por questões geopolíticas, os refugiados por quererem voltar para suas casas e continuar com suas vidas. As formas de apoio vão do político juntamente com as grandes potências com o encorajamento para a subversão do poder, passando pelo apoio financeiro, treino, apoio militar... Sua sobrevivência financeira se dá pela capacidade de desviar e lavar dinheiro, mas a maioria dos fundos vem de meios legais.
Os meios ilícitos para obter seu financiamento são através de empresas de fachadas, projetos de investimentos, tráfego de pessoas, de drogas, de carros, CDs entre outros, assaltos a bancos, etc.
O Al-Qaeda também se infiltrou em Organizações Mulçumanas de Caridade, recolhendo donativos, mascarando fundos, montando legítimos centros de apoio à causa e difundindo às suas células pelo mundo inteiro, ao mesmo tempo em que serviam de apoio humanitário. Mais de 50 instituições de caridade locais e internacionais foram investigadas e descobriu-ser que eram relacionadas com o Al-Qaeda, elas têm escritórios pelo mundo todo e são relacionadas com programas sociais, humanitários de educação e religião.
Sendo a caridade uma tradição e lei mulçumana, a Al-Qaeda se aproveitou disto para recrutar e aumentar os seus apoios financeiros em mesquitas e centros Islâmicos, assim como de instituições bancárias e organizações não governamentais.
Por parte da elite, há um desagrado em relação à aproximação da família real com os Estados Unidos, por isso estes têm contribuído com o grupo de Bin Laden e, além disso, grupos terroristas locais podem agir em nome da Al-Qaeda para que aumente a repercussão do grupo.
O terrorismo teve uma associação à pobreza, a miséria humana, mas desde o atentado do 11 de Setembro viu-se que não era bem assim, pois os sequestradores eram de níveis sociais, econômicos e educacionais relativamente.
Os motivos para o apoio e para o recrutamento são de revolta com situações sociais mortificantes, à carência de instituições democráticas, a fatores culturais humilhantes, a injustiça, a desigualdades e a xenofobia, crença na missão islâmica, a dawa, e na glorificação da Jihad e do martírio, ao lado do desejo de poder colaborar para a transformação ao seu redor  e do mundo.
O recrutamento é feito de duas maneiras, a direta, que procura jovens manipuláveis, revoltosos com a tirania, com injustiças e corrupções de seus países, sendo essa a melhor maneira de recrutamento. Eles encontram esses indivíduos em mesquitas e estes são voluntários da causa, ou em grupos radicais. E procurando novas formas de evitar que encontrem ou capturem seus membros, a Al Qaeda tem buscado mínima exposição e recrutando operacionais nativos não só de países muçulmanos, mas também em países como a Grã-Bretanha, França, Austrália e os próprios Estados Unidos.
A outra maneira de recrutamento é o indireto, abrangendo o campo das emoções, utilizando os conhecimentos das leis da psicologia, da psicosociologia a da psicotecnologia para influenciar crenças e sentimentos. Tendo também a internet com meio de recrutar e treinar pessoas.
O 11 de Setembro foi um ato nunca imaginado antes, jamais os Estados Unidos foram atacados de uma maneira predominantemente civil, os EUA não sabiam lidar com este tipo de ataque então mandaram os aviões militares agirem da mesma forma que atuavam na guerra fria, tornando a medida ineficaz e apontando que a superpotência é tão vulnerável quanto qualquer outro país. O governo acreditava que as medidas de justiça adotadas tornariam os Estados Unidos e o mundo mais seguro,inclusive carregando medidas estremas na fiscalização de entrada, especialmente de países provenientes árabes e mulçumanos, mas na verdade não se eliminou o terrorismo e de certa maneira acirrou ainda mais os ânimos já alterados entre países árabes e o Ocidente.
 

Juliana Pimentel Lago é acadêmica do 5º período do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA).




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Time- The death of Osama Bin Laden: http://www.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,2068862_2068866,00.html>. Acesso em 01 de Setembro de 2011.

Time- The War in Afghanistan:

Time- The war in Iraq:

Jornal defesa:

BLAINEY, Geoffrey. Uma Breve história do século XX. Editora Fundamento Educacional, 2005, pp. 300 a 303.

CAIXETA ARRAES, Virgílio. Meridiano. Outubro de 2011.

GOMES SARAIVA, Miriam. 11 de Setembro.Meridiano. Outubro de 2011.

SATO, Eiiti. Meridiano. Outubro de 2011.

SOREANU PECEQUILO, Cristina .Meridiano. Outubro de 2011.



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