Trabalho desenvolvido na disciplina de Análise das Relações Internacionais sob orientação da Professora Jaqueline Ganzert, em que todos foram convidados a escrever análises satíricas sobre períodos históricos. Em votações "as cegas" nas turmas, os textos foram selecionados para o blog.
*Ananda Heloysa Rissato
Os debates voltaram. A sociedade, os políticos, as pessoas como um todo
recobraram a consciência. Sim, senhoras e senhores, finalmente a discussão
sobre a redução da maioridade penal voltou à tona e se Deus quiser,
conseguiremos que menores sejam culpabilizados por seus crimes.
Recentemente nossos políticos aprovaram em 2º turno a redução da maioria
penal para crimes graves (não sei quem exatamente define o que é um crime
grave, mas não importa, todo crime deveria ser considerado grave) e isso é uma
conquista para toda a sociedade. Talvez aquele pessoal dos direitos humanos
reclame, mas todos nós sabemos que os direitos humanos só deveriam se aplicar a
humanos direitos, certo?
Vamos nos aprofundar melhor nesse assunto... Algumas pessoas defendem
que o caminho é educar, que se houvesse educação para todos, não teríamos
tantos problemas com a criminalidade como temos hoje. Acontece que o Estado
brasileiro tem coisas mais importantes com o quê se preocupar, afinal de contas
os estádios para a Copa do Mundo não iriam se construir sozinhos e as pautas
extremamente coerentes dos parlamentares religiosos num Estado laico precisam
ser defendidas ferozmente, não é?
Educar é caro. Custear os estudos de um aluno durante os 15 anos que
obrigatoriamente as crianças têm que passar na escola para concluírem o ensino
básico e mais os 5 anos para concluir o ensino superior, sairia muito caro para
o Estado e nós, população de bem e trabalhadora, que consegue custear o ensino
de nossos filhos em escolas e universidades particulares, "pagaríamos o
pato". Sai mais barato para o Estado investir na prisão do jovem por 5
anos do que na sua educação por 15 (e ainda pouparíamos tempo, estratégia
perfeita!).
Se jovens de 16 anos já podem até votar e exercer o seu direito
extremamente bem fundamentado de consciência política, a qual todos nós
brasileiros sempre fomos instruídos a ter, (afinal, não encontramos problemas
de corrupção nos partidos de extrema direita, o que só prova o quanto esses
políticos são exemplos para se falar de punibilidade do crime) os jovens
deveriam ser responsabilizados por todos os demais atos que escolham realizar.
Porque é fato que um jovem com seus 16 anos já tem a vida toda resolvida e sabe
muito bem o que quer e o que pode fazer, devido à sua enorme consciência
social, política e econômica.
Não adianta vocês, que não entendem sobre as manifestações da
tradicional família brasileira, dizerem que é injusto prender um menor, que ele
foi injustiçado. Aposto que dizem isso porque nunca foram assaltados ou coisa
pior por um delinquente desses. Nós, os seres de bem desse país, não
defenderemos bandidos. Bandido bom é bandido preso (ou morto, prometo um texto
em breve sobre esse assunto também, aguardem).
Assinado: Típico brasileiro defensor da moral e dos bons costumes.
*Em tempo: Todos nós queremos um país melhor para as futuras gerações. A
diferença talvez esteja no fato de que alguns preferem pegar um atalho e ir
pelo lado mais cômodo e fácil, culpando e punindo o mais fraco. Outros preferem
tratar a causa ao invés da consequência.
Você prefere ter um jovem educado pela mão de professores nas escolas ou
por criminosos adultos nas prisões? Você prefere inclusão social significativa
e aplicada a todas as camadas da sociedade ou prefere fechar os olhos e fingir
que não vê a disparidade? Você prefere prender o jovem e isentar o Estado da
responsabilidade? Escolham seu lado senhoras e senhores, estamos falando de
futuro.
** FONTE da imagem: http://image.slidesharecdn.com/charges-reduodamaioridadepenal2a-150624100135-lva1-app6892/95/reduo-da-maioridade-penal-charges-2a-parte-17-638.jpg?cb=1435140414
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