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quarta-feira, 1 de junho de 2022

CÁTEDRA: Lançamento da Cartilha sobre os Direitos dos Ucranianos no Brasil

Por Mariane Silverio

    No dia 29 de Maio de 2022, a Cátedra Sérgio Vieira de Mello do Unicuritiba protagonizou a aplicação de mais um projeto: o lançamento da Cartilha sobre os Direitos dos Ucranianos no Brasil, disponível atualmente em português e inglês (em breve também em ucraniano). O material tem o objetivo de informar a população ucraniana que vive ou pretende vir para o Brasil sobre o panorama geral da imigração, considerações sobre o visto humanitário e alguns procedimentos padrões. 
    O material tem como base a publicação de março do Diário Oficial da União do Brasil, que notifica sobre a concessão de visto e autorização de residência para fins de acolhida humanitária para nacionais ucranianos e apátridas afetados ou deslocados pela situação de conflito armado na Ucrânia. Essa condição de visto foi possibilitada com o objetivo de permitir o ingresso no território brasileiro e facilitar o refúgio para os ucranianos, sem desconsiderar que ucranianos e apátridas afetadas ou deslocadas pela situação de conflito armado na Ucrânia também podem solicitar a condição de refugiado adequadamente. A partir disso, a Cátedra Sérgio Vieira de Mello do Unicuritiba, frente a necessidade e urgência da situação, se mobilizou para o lançamento da Cartilha dos Direitos dos Ucranianos, em português, inglês e ucraniano.
    Essa cartilha e outros já materiais produzidos pelo projeto são resultado de um longo processo de sistematização de informações por estudantes e professores engajados na causa migratória. Para acessar o conteúdo, clique aqui
Vídeo promocional: https://youtu.be/IjpyhdT-djw.



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sexta-feira, 20 de maio de 2022

CÁTEDRA: Crise humanitária e imigratória - reflexões sobre a chegada de imigrantes ucranianos no Brasil

Um soldado acompanha uma criança enquanto refugiados da Ucrânia chegam a uma estação de trem em 27 de fevereiro de 2022, em Przemysl, Polônia. (Czarek Sokolowski/Associated Press) 

Por Vítor Isac Gomes*

    Duas das questões mais complexas que vem como consequência de qualquer conflito é a crise humanitária e imigratória. Entre os anos de 2014 e 2015, o velho continente passou por momentos de elevadas taxas de imigrantes vindos principalmente da África e Oriente Médio, mas este momento não se compara ao atual conflito entre Rússia e Ucrânia envolvendo a OTAN. 
    A comunidade internacional testemunha um momento de alta tensão no leste europeu com números alarmantes. A Organização das Nações Unidas calcula que ao todo 5,2 milhões de ucranianos já tiveram de fugir do território em direção à países fronteiriços, principalmente a Polônia, Hungria e Moldávia. Ainda segundo a ONU, este ano o número de imigrantes pode chegar até 8,3 milhões. Isso só reforça a importância que a União Europeia terá na gestão dessas pessoas e como lidará com isso no curto e médio prazo. 
    Por outro lado, o Brasil vem ganhando destaque no acolhimento desses imigrantes na América do Sul. Segundo a Polícia Federal, pouco mais de 1.100 ucranianos chegaram ao Brasil, e de acordo com o ministério das relações exteriores, 141 vistos humanitários já foram concedidos. Grande parte dos imigrantes recém-chegados são direcionados à cidade de Prudentópolis - PR, que detém a maior comunidade ucraniana do Brasil, recebendo apoio e acolhimento de outros ucranianos pré-estabelecidos lá. Organizações religiosas, filantrópicas e não governamentais, como a ACNUR, também contribuem arrecadando doações e orientando-os. 
    É importante destacar três pontos principais de reflexão sobre a chegada desses imigrantes ao Brasil. O primeiro é a adaptação em relação à cultura e idioma e como isso se dará ao longo do tempo, visto as grandes diferenças estruturais no processo de formação da identidade cultural ucraniana. O segundo é a realocação ao mercado de trabalho, principalmente das mulheres, já que homens entre 18 e 60 anos foram orientados a ficarem no país para servirem na guerra, o que leva ao terceiro último ponto que diz respeito aos familiares que continuam na Ucrânia ou tiveram de se separar lidando com a distância e o medo de não terem outra oportunidade de reencontro com suas famílias. 
    Na atual conjuntura, o conflito ainda não dá sinais de um desfecho. Pelo contrário, as incursões continuarão severas com a Rússia controlando regiões separatistas ao leste, e a Ucrânia no controle do restante do território. Enquanto as tensões persistirem, pessoas continuarão morrendo no campo de batalha e outras centenas de milhares irão fugir para outros países em busca de uma vida mais estável. Que o Brasil possa continuar a ser destaque na América do Sul e atuar como âncora desses imigrantes acolhendo-os nesse momento crucial. 

*Vítor faz parte da Cátedra Sérgio Vieira de Mello - UniCuritiba e escreveu o presente texto através da parceria entre o Internacionalize-se e a CSVM.

Referências
Nações Unidas no Brasil. Brasil concede 74 vistos humanitários e 62 autorizações de residência a ucranianos. 11 abr. 2022. Disponível em: <https://brasil.un.org/pt-br/177363-brasil-concede-74-vistos-humanitarios-e-62-autorizacoes-de-residencia-ucranianos>. 
AFP. Exame. ONU calcula que número de refugiados ucranianos pode alcançar 8,3 milhões. 26 abr. 2022. Disponível em: <https://exame.com/mundo/onu-calcula-que-numero-de-refugiados-ucranianos-pode-alcancar-83-milhoes/>. 
SCARPINELLI, Lujan. Uol notícias. Refugiados ucranianos se adaptam ao Brasil: 'Nos sentimos bem e seguros'. 10 mai. 2022. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2022/05/10/refugiados-ucranianos-no-brasil.htm>. 
BBC News Brasil. Brasil concede 74 vistos a ucranianos afetados pela guerra. 11 abr. 2022. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61061309>. 
FIGUEIREDO, Carolina. OSORIO, Pedro. TORTELLA, Tiago. CNN, Brasil. Mais de 1.100 ucranianos desembarcaram no Brasil desde o início da guerra, diz PF. 22 mar. 2022. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/mais-de-1-100-ucranianos-desembarcaram-no-brasil-desde-o-inicio-da-guerra-diz-pf/>. 



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segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Volta ao Mundo em 7 dias - Notícias de 25/10 a 31/10


 Por Pedro Oliveira


  • Alemanha:

Uma explosão de casos de Covid-19, apesar da vacinação, preocupa governo, já que a evolução da pandemia de Covid-19 na Alemanha é mais rápida do que a constatada no mesmo período do ano passado, mesmo com quase 70% da população alemã vacinada. As autoridades do país não descartam novas medidas para evitar uma quarta onda de contaminações.

Em uma semana, a alta da taxa de incidência foi de 50% e passou para 155 casos de Covid para 100 mil habitantes!

O Ministério da Saúde Alemão pretende organizar uma reunião entre os representantes do Estado federal e das províncias para viabilizar soluções a curto prazo para impedir o avanço do vírus, mas ainda não há consenso sobre medidas a serem adotadas.


  • G20:

O grupo G20 prevê a devolução de 100 bilhões de dólares aos fundos do FMI para países vulneráveis. A quantia que será devolvida faz parte do montante global de 650 bilhões de dólares de Direitos Especiais de Saque (DES) emitidos pelo FMI para enfrentar a crise de saúde. Pelo acordo, os países africanos se beneficiarão de 34 bilhões de dólares.

Os Estados do G20, que até agora nunca haviam acordado um montante a ser devolvido aos países em desenvolvimento, estão, portanto, seguindo os passos dos líderes do G7, que já haviam estabelecido uma meta de 100 bilhões de dólares para redistribuir principalmente no continente africano. 

O benefício será distribuído de acordo com as cotas de cada país no FMI, portanto, a maior parte vai para os países ricos. No papel, a África se beneficiaria apenas de 34 bilhões de dólares.


  • Uruguai e Argentina:

Argentina e Uruguai reabrem fronteiras para todos os estrangeiros após 18 meses. Apesar do número de casos de Covid estar subindo devido à variante Delta, os 2 países estão abrandando suas restrições porque as internações e óbitos vem caindo devido ao avanço na vacinação.

A Argentina já havia aberto suas fronteiras há um mês, mas apenas para os países vizinhos e com algumas exigências que agora estão sendo reduzidas. O Uruguai tinha aberto suas fronteiras há dois meses, mas só para estrangeiros que tinham imóveis no país. Os dois países vão inclusive vacinar os turistas menores de 18 anos, e o Uruguai também vai aplicar uma dose de reforço nos maiores de idade.


  • México:

Uma caravana de centenas de imigrantes que percorre o México rumo ao norte e aos Estados Unidos registrou níveis recordes de imigração neste ano: foram apreendidos ou expulsos mais de 1,7 milhão de imigrantes nos últimos 12 meses. 

Os membros da caravana mais recente são, em sua maioria, famílias com crianças pequenas. Cerca de dois mil imigrantes estavam reunidos na terça-feira em Huixtla, no Estado de Chiapas do norte mexicano, para descansarem e receber cuidados médicos antes de retomar a viagem rumo ao norte. 

Alguns integrantes da caravana mais recente almejam chegar à Cidade do México, onde esperam que o processo de asilo possa ser mais rápido, enquanto outros pretendem seguir para a divisa com os EUA.


Referências:

URUGUAY’S newly reopened borders: requirements to enter the country. The Rio Times. 1 nov. de 2021. Disponível em: https://riotimesonline.com/brazil-news/rio-politics/uruguay-reopened-its-borders-today-requirements-to-enter-the-country/?__cf_chl_jschl_tk__=pmd_1zTAwTQa3PnVHuRUrzhHFFxhSbb..dOyLSOHaATrels-1635796311-0-gqNtZGzNApCjcnBszQdl.

ANGELA Merkel ‘worried a lot’ by rising COVID infections in Germany. DW. 30 out. de 2021. Disponível em: https://www.dw.com/en/angela-merkel-worried-a-lot-by-rising-covid-infections-in-germany/a-59672981.

G20 plans to return $ 100 billion to vulnerable countries. Blaze Trends. 31 out. de 2021. Disponível em: https://blazetrends.com/g20-plans-to-return-100-billion-to-vulnerable-countries/.

CARAVAN of mostly Central American migrants advance slowly across Mexico. Reuters. 27 out. de 2021. Disponível em: https://www.reuters.com/world/us/caravan-hundreds-migrants-press-north-across-mexico-2021-10-27/


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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Acontece no UniCuritiba: Aulas de português para imigrantes e refugiados


Por Manuela Paola 


A pandemia trouxe muitas privações e uma delas foi o acesso às aulas de português para os não-falantes da língua que residem aqui no Brasil. Levando isso em consideração, o Núcleo de Migrações do Laboratório de Relações Internacionais - coordenado pela professora Michele Hastreiter - desenvolveu um curso para lecionar português para imigrantes e refugiados que querem aprender nossa língua. Quem trouxe a ideia para o LABRI foi a aluna de Relações Internacionais do Unicuritiba, Yara Hamandosh, que veio da Síria. As aulas foram todas baseadas na apostila Pode Entrar, desenvolvida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. O livro é dividido em 12 capítulos, assim como cada classe do curso. Os professores são os alunos de Relações Internacionais que participam do Núcleo de Migrações. 

            O início das inscrições foi no dia 12 de setembro e até o encerramento, em meados de outubro, recebeu mais de 180 respostas(!) no formulário disponibilizado. Através do formulário, o Núcleo de Migrações ficou sabendo que os alunos do curso de português pertencem a variados países e regiões do mundo: Egito, Venezuela, Iêmen, Haiti, Paraguai, Palestina, Líbia, Síria, Peru, Cuba, México e até mesmo Grécia. Na inscrição, foi perguntado o nível de português e a maioria dos alunos disse que não fala a língua ou possui um nível básico de conhecimento. Pensando nisso, os alunos passaram a ser divididos entre aqueles que falam espanhol e aqueles que falam inglês, mesmo como segunda língua. Dessa forma, a aula é mais proveitosa para os alunos e os professores.

            Além das aulas, os integrantes do LABRI criaram uma conta no Instagram com o objetivo de auxiliar ainda mais os alunos de português a aprender a língua. O perfil conta com curiosidades sobre o Brasil, dicas de filmes e explicações sobre detalhes da língua portuguesa. Para encontrar o perfil, é só procurar por @labri_unicuritiba.

O curso se encontra, atualmente, em sua oitava aula. O feedback dos alunos, que é feito através de um formulário disponibilizado ao final de cada classe, conta com muita satisfação e elogios aos professores e professoras que ministram as aulas. Aos sábados de manhã, como forma de reforço, acontecem as mentorias. Nessas aulas, onde não é passado conteúdo, os alunos podem conversar mais com os professores. Nesse momento, a troca de experiência e culturalidade se faz muito presente, além de ser uma excelente forma de praticar o português.

Internacionalize-se conversou com uma das professoras do projeto e estudante de Relações Internacionais, Maria Eduarda Bortoni. Ela nos contou como é a experiência de ser professora. "Participar do LABRI tem sido uma experiência única. Logo no primeiro semestre, quando montamos a cartilha de informações, vimos que trabalhamos muito bem com a equipe e que podíamos e queríamos ir além. Ainda sem poder realizar os atendimentos presenciais, surgiu a ideia de aulas online de português. A experiência tem sido maravilhosa, todos estamos aprendendo muito com o grupo de alunos. Na primeira aula estávamos todos bem travados, sem saber muito bem como lecionar e como o projeto iria se desenrolar na prática. Ao longo das semanas fomos ficando mais confiantes, entendemos as necessidades em relação ao idioma e nos aproximamos dos alunos. A maior beleza do projeto não é o curso de português em si, e sim o que aprendemos como seres humanos ao longo dele. Acho que falo por todos quando digo que comecei esse projeto como uma aluna perdida mas atrás de um propósito, e vou terminá-lo com o coração quentinho por saber que fizemos a diferença na vida de várias pessoas e que elas também fizeram a diferença na minha."

A idealizadora do curso, Yara, também deu seu depoimento. "Sempre quis ter a oportunidade de apoiar os imigrantes e refugiados de forma a tornarem a sua experiência mais fácil e sem muitos desafios, pois eles já têm uma vida difícil e tiveram muitos obstáculos na sua vida. Para tornar a sua difícil jornada mais fácil, pensei nas aulas de português depois que minha amiga me contou sobre suas dificuldades, e como sou refugiada e tive muitas dificuldades quando cheguei ao Brasil principalmente no idioma (era minha terceira língua a aprender), era tão diferente do árabe e do inglês e isso foi uma barreira para se comunicar com o brasileiro. Pude entender que quando você conhece a língua do país, começa a sentir que está em casa. Para que os imigrantes e refugiados se sintam em casa, nós criamos essas aulas. Essas aulas nunca aconteceriam sem o LABRI, a Professora Michele e cada aluno ajudando na criação de aulas incríveis a cada semana. As aulas são extraordinárias! Eu queria que minha primeira aula de português fosse a mesma quando cheguei ao Brasil. Com a colaboração de cada um, fizemos um jeito simples de ensinar português e temos facilitado tudo com a tradução das aulas para cinco idiomas. Este projeto é a melhor oportunidade e experiência da minha vida onde pude ver que temos potencial para ajudar, temos um novo propósito nesta vida, histórias importantes para ouvir e que as vozes importam, contando com outros sonhos a realizar e que nós estamos fazendo este projeto para impactar e fazer a diferença na vida de outras pessoas."

            As aulas deste ano já estão chegando ao fim, mas em 2021 as Aulas de Português do LABRI voltarão! Fique atento às nossas redes sociais!

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terça-feira, 26 de maio de 2020

"É para o meu TCC!": A migração japonesa no Brasil, no século XX: a lenta e acidentada integração à sociedade brasileira


Por Joh Kaida*

    O Brasil recebeu diversas ondas migratórias no decorrer da sua história e isso teve como resultado a construção de um país extremamente miscigenado e diversificado. Uma das consequências desse processo é que a população do país apresenta certos conflitos de identidades que conturbam sua percepção acerca de suas raízes culturais na terra onde vivem. A imigração japonesa não foge a esse dilema. 
     O Brasil é o país que mais abriga japoneses fora o Japão. Aprimeira onda imigratória de japoneses para o Brasil ocorreu no dia 28 de abril de 1908, via marítima, através do navio chamado Kasato-Maru, que partiu do porto de Kobe com 781 migrantes compostos, em sua maioria, por trabalhadores agrícolas .
    A vinda dos japoneses para o Brasil ocorreu em razão de três motivos principais: a fragilização da economia japonesa causada pelo excesso de despesas com a Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), o superpovoamento e os acordos Johnson-Reed Act ou Lei da Imigração de 1924 que proibiam a entrada de todos os asiáticos nas regiões dos EUA, Canadá e da Austrália. A supremacia branca apoiada pelo movimento eugenista nos EUA, no início do século XX, estava profundamente enraizada na sociedade ocidental.  Os estadunidenses temiam a expansão do poder japonês que tinha vencido a guerra contra a Rússia e procuraram frear o crescente número de migrantes japoneses nas regiões setentrionais/ocidentais. Dessa forma, a possibilidade de emigração para o Brasil, se apresentou como uma alternativa atrativa.
      A chegada dos japoneses ao Brasil atendia também aos anseios do país hospedeiro, posto que sua economia fundamentalmente agrícola ressentia a escassez de mão-de-obra. Depois de uma experiência inicial com imigrantes europeus, o governo brasileiro tomou a iniciativa de trazer japoneses para o duro trabalho das lavouras de café. Desde então os governos de Brasil e Japão iniciaram relações diplomáticas e tratativas objetivando organizar o fluxo de trabalhadores japoneses ao Brasil. Em 5 de novembro de 1895, em Paris, o embaixador japonês Sone Arasuke e o embaixador brasileiro Gabriel de Toledo Piza e Almeida assinaram o Tratado Nichihaku Shukou Tsusho Koukai(Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão) oficializando o processo de translado de camponeses japoneses para o Brasil.
    A partir do ano de 1908 até a 2ª Guerra Mundial, muitos imigrantes japoneses trabalhavam em fazendas de café. Podemos dizer que no início do processo de imigração, os japoneses depararam-se com diversos problemas, tais como as peculiaridades linguísticas, os diferentes hábitos culturais e a exclusão social. Porém, com sua dedicação e esforços pessoais, era cada vez maior o número de japoneses que, em razão da compra de terras ou do deslocamento para atividades comerciais, se tornavam profissionais autônomos podendo desenvolver seu próprio negócio e convertendo-se em patrões, alargando seu campo de atividades para o comércio, a política e as artes. Atualmente, os nikkeis(descendentes de japoneses nascidos fora do Japão) atuam em vários campos da economia, da política e da cultura no país. 
      No contexto do mundo contemporâneo, marcado pela globalização e pela intensificação nos processos migratórios internacionais, a experiência dos japoneses no Brasil torna-se tremendamente instigante. Não apenas para se entender toda a trama que envolveu o processo de assimilação dos japoneses a uma realidade tão distinta daquela de onde vieram, mas também para explicar os fundamentos iniciais das relações diplomáticas estabelecidas entre o Brasil e o Japão.
    O estudo atencioso da imigração japonesa no Brasil não pode prescindir de uma metodologia de pesquisa etnográfica que tenha por objetivo construir uma narrativa descritiva daquele processo histórico, destacando as peculiaridades culturais dos imigrantes (raça, língua, religião, hábitos e costumes), assim como dos povos do país que os recebeu.A busca e análise de dados, bem como a contextualização do tempo político, com todas as variações de orientação no tocante às políticas públicas por parte dos governos brasileiros, também serão indispensáveis para o sucesso desse estudo. Além disso, apresenta-se como promissora uma pesquisa exploratória e qualitativa, que envolva encontros e entrevistas com imigrantes japoneses que vieram para o Brasil em outras ondas migratórias que ganharam fôlego após a Segunda Guerra Mundial.


* Acadêmico do 7º período do Curso de Relações Internacionais do Ânima/UniCuritiba. Texto preparado sob a orientação acadêmica do Prof. Dr. Carlos Magno Vasconcellos

Referências bibliográficas.
DIAS, Matheus.Etnografia. Opus Pesquisa & Opinião, 2018. Disponível em: <https://www.opuspesquisa.com/blog/tecnicas/etnografia/>
MORAIS, Fernando. Corações Sujos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000
SHIZUNO, Elena Camargo.Bandeirantes do Oriente ou Perigo Amarelo: os imigrantes japoneses e a DOPS na década de 40, Curitiba: 2001. Disponível em:https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/24690/D%20-%20SHIZUNO%2C%20ELENA%20CAMARGO.pdf?sequence=1&isAllowed=y
ブラジル移民、苦難の歴史を後世にゼロから開墾、今も生活日本経済新聞, 5 de junho de 2014. Disponível em: https://www.nikkei.com/article/DGXNASDG05 001_V00C14A6CC0000/
之雄伊藤日露戦争と日本外交Disponível em: http://www.nids.mod.go.jp /event/proceedings/forum/pdf/2004/forum_j2004_06.pdf
国際ニュースのギモン日本人のブラジル移住の歴史2008. Disponível em: https://www.jica.go.jp/publication/monthly/0806/pdf/05.pdf

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domingo, 3 de maio de 2020

Direito Migratório: como ficam os imigrantes venezuelanos em meio à pandemia?



Imagem de André Coelho



Pedro Henrique de Oliveira da Costa e Maria Emília Vaz Cavet**


A situação recente da Venezuelana tem sido complicada e mundialmente conhecida. Desde 2013, quando o atual presidente Nicolás Maduro tomou posse, o país tem enfrentado uma crescente crise econômica, que acarretou decadência dos serviços básicos, aumento dos casos de violência e grande movimentação popular nas ruas, em protesto contra a situação política e social.

Com a crise econômica se transformando também em uma alarmante crise humanitária, muitos venezuelanos optaram por deixar o país, migrando em busca de ofertas de emprego e principalmente melhores condições de vida para suas famílias. Contudo, agora os imigrantes se deparam com um novo contexto mundial: a pandemia do Coronavírus.



O COVID-19 (novo coronavírus), que teve seus primeiros registros no final de 2019 na China, ganhou status de pandemia mundial nos primeiros meses de 2020. A doença é de fácil transmissão, com apresentação de sintomas graves, que podem inclusive levar à morte e que apresenta riscos ainda maiores para as populações idosas, portadores de doenças crônicas e de deficiência no sistema imunológico.

Com esse panorama, chefes de Estado de todo o mundo mobilizaram-se para agir contra o avanço desta crise sanitária, fechando fronteiras, pedindo isolamento da população, fechamento de estabelecimentos e proibindo temporariamente voos internacionais. Os índices de infectados pela doença são assustadores na Europa, Ásia e na América do Norte.

Em meio à crise econômica, humanitária e agora sanitária, o Brasil continua sendo um dos principais destinos dos venezuelanos. O território brasileiro recebeu, segundo dados da Folha (10/2019), quase 455 mil imigrantes venezuelanos entre 2017 e 2019. Entretanto, diante da pandemia, a situação é mais delicada. O governo brasileiro publicou no dia 18 de março, através do Diário Oficial da União, a decisão de fechar parcialmente as fronteiras do Brasil com Venezuela e Guiana.

Encontramos então algumas questões: A Venezuela está preparada para lidar com uma pandemia? Como ficam os venezuelanos que já estão em território brasileiro?

 De certa forma, a crise econômica vivida na Venezuela pode afetar as recomendações das autoridades de saúde. Segundo dados da BBC, existem muitas comunidades sem acesso à água corrente, o que dificulta a lavagem frequente das mãos. Além disso, muitos venezuelanos não podem comprar sabão.

Entretanto, a Venezuela também mostra dados positivos em meio a pandemia: devido ao bom relacionamento com a China, os venezuelanos recebem carregamentos com itens hospitalares, como equipamentos e remédios, que são ainda distribuídos para países vizinhos. Também é a Venezuela a líder latina em números de exames, conforme dados do RBA, até 11/04 foram feitos mais de 180 mil testes rápidos. O presidente russo, Vladimir Putin, também garantiu o envio de suplementos à Venezuela.

Segundo notícias recentes do portal de notícias do Uol, Juan Guaidó, presidente autoproclamado, propôs um “governo de emergência” para conter Covid-19 no país. O plano seria unir todos os setores políticos do país para estudar as necessidades e agir em prol da população.

Porém, apesar do reconhecimento de governo por mais 50 países, ainda é Maduro quem está efetivamente no controle do país. Este, que já ordenou quarentena no Estado, suspendendo atividades escolares e de trabalho não essenciais, defendeu que 100% dos casos confirmados de COVID-19 devem ser internados. Ele segue dizendo que contam com mais de 20 mil leitos para o isolamento, mas segundo especialistas independentes há apenas 206 leitos para cuidados intensivos em toda a Venezuela.

Já do lado de cá da fronteira, a Operação Acolhida (apoiada pela Agência da ONU para Refugiados) continua no trabalho de apoio a refugiados e migrantes. A resposta para a pandemia foi a construção de um Hospital Temporário (Área de Proteção e Cuidados) em Boa Vista, com capacidade de 1.200 leitos hospitalares para o tratamento de infectados e mais 1.000 vagas para observação de casos suspeitos. Esta obra está trazendo oportunidades para trabalhadores venezuelanos que aguardavam encaminhamento.

 O ACNUR, agência da ONU para refugiados, também presta papel importante em meio a pandemia, a instituição vem pedindo aos governos atenção para com as fronteiras, para que as mesmas recebam restrições, mas que também seja mantido o respeito para com os padrões internacionais de direitos humanos e proteção de refugiados. A limitação da circulação, a quarentena, e a promoção de exames de saúdes são medidas necessárias na recepção dos refugiados.

 Diante de tempos difíceis como o que estamos vivendo, é importante que sejamos cuidadosos: lavar as mãos com frequência, utilizar álcool gel, evitar aglomerações e respeitar o distanciamento social. Mas é importante também que lembremos daqueles que não podem seguir essas recomendações, por não terem uma casa para se isolarem, por não terem acesso à higiene básica ou por não estarem em seus países e culturas de origem. Também é pela empatia para com estas pessoas em situação frágil, que devemos ter cuidado para não sermos um transmissor do vírus. Juntos, podemos vencer o coronavírus.

O ACNUR está recolhendo doações para enviar insumos de grande importância como remédios, artigos de higiene, água potável e kits de proteção pessoal para famílias de refugiados em situação de vulnerabilidade.

Doe através do link:






Fontes:




ACNUR  





REDE BRASIL ATUAL - https://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2020/04/venezuela-cuba-coronavirus/

** Pedro e Maria Emília são alunos do terceiro período de Relações Internacionais e escreveram este texto a convite da Professora Michele Hastreiter, com quem cursam a disciplina de Direito Internacional Público, na qual manifestaram interesse sobre o tema ora analisado. 
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Em pauta: Coronavírus e xenofobia




Medo, aversão ou profunda antipatia. Desconfiança em relação às pessoas que possuem uma cultura, raça, religião e/ou nacionalidade diferente. Compartilhando diversas características similares ao racismo, a xenofobia pode se manifestar de diversas formas envolvendo as relações e percepções do “endogrupo” em relação ao “exogrupo”, incluindo o medo de perda de identidade, suspeição acerca de suas atividades, agressão e desejo de eliminar a sua presença para assegurar uma suposta pureza.

O fenômeno da xenofobia está de volta. Ou ele nem sequer foi superado? Normalmente só se discute sobre isso quando um perigo emergente já se torna tão perceptível que a situação possa vir a piorar. Até então, costuma-se acreditar que esse problema seja coisa passada e que a discriminação nos últimos anos tenha diminuído. Mas a realidade, que novamente confirma o caráter contraditório da existência humana, demonstra que a história não necessariamente ruma numa direção positiva, como se quer acreditar, mas que avanços contrastam com recuos. Idéias que se tinha como fora de moda, absurdas e retrógradas, podem novamente vir a ser atuais e modernas. Isso significa que as idéais não morrem pelo simples decurso do tempo e que, em conformidade com o espírito de uma época, podem retornar.[i]

Depois (ou em conjunto) dos episódios de preconceito e xenofobia aos haitianos e, mais recente, aos venezuelanos, nos deparamos agora com outras vítimas: os asiáticos. 

Isso ocorre porque epidemias, doenças contagiosas e crises sanitárias são momentos que revelam o racismo, o estigma e os discursos colonialistas que se perpetuam no mundo. Essas situações provocam medo, especialmente quando causadas por um novo patógeno, como o coronavírus. Entretanto, muitos destes temores não possuem qualquer base na ciência ou na saúde, mas sim no medo do desconhecido, expondo, não raramente, uma profunda e enraizada xenofobia. 

Infelizmente, não é novidade essa relação entre as epidemias e os comportamentos xenofóbicos. Já no século XV encontrava-se discriminação devido à peste bubônica, do mesmo modo como ocorreu posteriormente com a cólera, com a varíola, com a SARS, com o ebola, com a gripe aviária e suína. Em todos os casos há uma particularidade em comum: a presença de um “bode expiatório”, o qual leva a culpa pela difusão da doença.

Há quem diga que a história das epidemias mostra que, diante da dificuldade de as pessoas lidarem com o inexplicável, já sempre uma necessidade em nomear culpados, na tentativa de buscar razões morais que expliquem o adoecimento.

Em geral, os bodes expiatórios costumam ser aqueles que não estão bem integrados à comunidade, pessoas de outras nacionalidades. Essa busca por um “culpado” aumenta ainda mais quando a epidemia se dá em uma localização geográfica bem definida, acarretando em reações bastante agressivas contra as pessoas desta localidade. Enraizadas nessas reações, há algo muito familiar e profundamente insidioso: os insultos feitos contra uma suposta selvageria, atrasado ou imundice dos estrangeiros como pretexto para a exclusão, ejeção ou eliminação deles. Assim, os estereótipos sobre o outro tendem à hostilidade ou desdém, transformando-o exótico, distante ou até monstro.

No que tange os asiáticos, a expressão “perigo amarelo” é utilizada desde o século XIX para caracterizá-los como “ameaça” às nações ocidentais. Além disso, há pelo menos 30 anos, a imprensa liberal ocidental recorre à expressão “infestação” ao falar sobre a produção de manufatura barata oriunda, principalmente, da China – como quem quer afirmar que os chineses estão “contaminando o mundo” de alguma forma.  

Dentre as principais calúnias dirigidas aos chineses – para que pareçam estranhos, inassimiláveis e inadmissíveis aos países “civilizados” – são aquelas relacionadas à comida e higiene. Inclusive, já foram rotulados como “comedores de ratos sujos e pagãos”, no início do século XIX, sendo utilizados até em anúncios de venenos para pragas (“Rough on Rats”), que sugeriam ser quase tão eficazes no controle aos animais quanto o povo chinês faminto.  Enquanto isso, a mídia pregava e expandia esse estereótipo, elevando-o a percepções monstruosas e temerosas, influenciando até mesmo assassinato em massa em Los Angeles, em 1871[ii]. Na ocasião, mais de 500 pessoas invadiram o bairro de Chinatown matando, ao menos, 20 homens enforcados e, posteriormente, mutilando seus cadáveres. Anos depois, em 1882, a raiva sinofóbica nos Estados Unidos levou à aprovação da Lei de Exclusão Chinesa, proibindo novos imigrantes da China e tornando ilegal que os já existentes se tornassem cidadãos. Tal lei só foi revogada em 1943, pela Lei Magnuson, a qual permitia a cota de entrada de (apenas) 105 chineses ao ano.

A atual repercussão do coronavírus na China reabre esse debate que, em última instância, é sobre produção de conhecimento e poder. Assim, aparecimento de uma epidemia é um forte modo de revelar o totalitarismo e doença que ronda a sociedade, nas suas mais diversas formas. Alimentado também pela desinformação, o preconceito vêm se alastrando ainda mais, além de levar a ações infundadas, como deixar de consumir produtos e comidas típicas do país, bem como evitar o próprio contato com pessoas com traços asiáticos.

Então, a ignorância (no seu mais puro significado de falta de conhecimento), associado à disseminação de falsas notícias pelas redes sociais, levantou o clamor de fechar as fronteiras para toda e qualquer pessoa chinesa. Seria como deixar os “ratos” do lado de fora, para que apodreçam e morram, sem qualquer direito à defesa e cuidados. Sem qualquer solidariedade, compressão ou até mesmo empatia – aquela mesma que ocupa tantas frases motivacionais (e hipócritas) na geração da “gratidão”.

Destaca-se, entretanto, que tal desconhecimento – e falta de interesse em conhecer – leva à discriminação não apenas dos chineses, apontados pela sociedade como culpados pelo vírus, mas também a toda e qualquer outra pessoa “com os olhos puxados”. Chineses, japoneses, coreanos, taiwaneses, tailandeses, mongóis e tantos outros, bem como seus descendentes de primeira, segunda, terceira geração... Ninguém fica imune ao veneno dos insultos, que veem nas redes sociais como uma “arena”.

Enquanto isso, o número de casos de preconceito não param de crescer, levando asiáticos de todas as origens a até brincarem com a irritante e constante suspeita que os permeiam; muitos deles planejam tossir alto em público apenas para “ver quem é racista”.

Na Malásia, na Coreia do Sul e em Singapura, por exemplo, foram lançadas petições buscando banir a entrada de cidadãos chineses em seus países[iii]. Já na Itália, há relatos não só de ameaças a chineses, mas também bares que proibiram a entrada deles, alegando inexistentes “medidas de segurança internacionais”[iv]. Países como França, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos também tiverem incidentes de racismo e xenofobia.

Já no Brasil, não é diferente; aquela ideia de país cordial e receptivo só funciona na literatura. Por aqui, já houve registro de preconceito a uma descendente de japoneses (Marie Okabayashi de Castro Lemos, 23) em um metrô do Rio de Janeiro, à imigrante chinesa e professora de mandarim (Si Liao, 32) e, até mesmo, segregação em condomínios comerciais. Sobre estes últimos casos, foram noticiados os edifícios Berrini 550 e Meridian, ambos na capital paulista, os quais solicitavam que os asiáticos utilizassem um elevador privativo, bem como evitassem contato com outras pessoas durante duas semanas. Nem mesmo o Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) ficou imune; em vários vídeos e publicações recentes é possível encontrar comentários discriminatórios[v]

Embora este coronavírus seja novo, as doenças da xenofobia e do racismo não são; ocorre que, como a própria história demonstra, estas últimas são muito mais difíceis de conter e muito mais letais. 

Aliás, isso explica, em parte, porque as pessoas parecem se importar muito mais com as doenças “importadas” do que aquelas que realmente representam um risco para suas vidas, como dengue, febre amarela e o próprio sarampo, que voltou às notícias no último ano. Acredita-se que a fonte dos nossos problemas é o exterior, que o conflito só existe porque vem alguém de fora perturbar a nossa paz e a harmonia, enquanto as doenças que já estão entre nós são “normais”.

Quando os interesses particulares das pessoas são manipulados de tal forma, que o passado não tenha mais sentido e que as perspectivas racionais de futuro sejam concebidas como inalcansáveis, operam idéias que nem sequer mais eram levadas a sério.[vi]

Xenofobia e racismo são crimes previstos na Lei 9.459/1997, com pena de até cinco anos de prisão.


[i] ANDRIOLI, Antonio Inácio. O retorno da xenofobia. Revista Espaço Acadêmico. Ano II. n. 13. jun. 2002. Disponível em: <https://web.archive.org/web/20080526123304/http://www.espacoacademico.com.br/013/13andrioli1.htm>.
[ii] WALLACE, Kelly. Forgotten Los Angeles History: The Chinese Massacre of 1871. Los Angeles Public Library. 19 mai. 2017. Disponível em: < https://www.lapl.org/collections-resources/blogs/lapl/chinese-massacre-1871>.
[iii] MOREIRA, Matheus. Em meio a surto de coronavírus, orientais no Brasil relatam preconceito e desconforto. Folha de S. Paulo. 03 fev. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/02/em-meio-a-surto-de-coronavirus-orientais-no-brasil-relatam-preconceito-e-desconforto.shtml>.
[iv] CHINESES sofrem xenofobia na Itália: ‘Vocês têm coronavírus’. Terra. 10 fev. 2020. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/mundo/chineses-sofrem-xenofobia-na-italia-voces-tem-coronavirus,45d6cbcbdc36d8cfe8066e8151de0818figjogrq.html>.
[v] MOREIRA, Matheus. Em meio a surto de coronavírus, orientais no Brasil relatam preconceito e desconforto. Folha de S. Paulo. 03 fev. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/02/em-meio-a-surto-de-coronavirus-orientais-no-brasil-relatam-preconceito-e-desconforto.shtml>.
[vi] ANDRIOLI, Antonio Inácio. O retorno da xenofobia. Revista Espaço Acadêmico. Ano II. n. 13. jun. 2002. Disponível em: <https://web.archive.org/web/20080526123304/http://www.espacoacademico.com.br/013/13andrioli1.htm>.
 


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