quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Matéria de Robson Valdez sobre a política externa brasileira no primeiro ano do governo Dilma

A esta época, começam a aparecer as primeiras avaliações sobre as relações internacionais do Brasil no primeiro ano do governo Dilma. Para Robson Valdez, autor da matéria abaixo transcrita, a política externa brasileira sofreu uma "correção de rumos" logo no início do novo governo, e a diplomacia brasileira converteu-se plenamente numa "diplomacia de resultados".

Disponível em: http://www.oestadorj.com.br/?pg=noticia&id=8137&editoria=Mundo&tipoEditoria


Um balanço da política externa brasileira no primeiro ano do Governo Dilma

Discrição, cautela e manutenção de “espaços” conquistados dão o tom da diplomacia sob o comando da Presidenta

Valter Campanato/ ABR
Há pouco mais de um mês para o fim do primeiro ano de mandato da Presidente Dilma Rousseff, já é possível fazer as primeiras e costumeiras análises sobre a formulação e implementação de várias das políticas públicas lançadas pelos governos. Nesse sentido, a avaliação da política externa do país não foge a essa regra, ainda que, neste caso, este tipo de avaliação demande um pouco mais de cautela pelo fato da política externa brasileira contemplar estratégias de estado que estão acima das disputas políticas domésticas.

Em seu discurso de posse no Congresso Nacional, a Presidenta Dilma reafirmou seu compromisso com os vetores clássicos da política externa brasileira: “promoção da paz, respeito ao princípio de não-intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo.” Até aí, discurso comum a todos os mandatários brasileiros. Entretanto, a Presidenta afirma seguir com a luta pela erradicação da fome no mundo - tema que ajudou a catapultar a imagem do ex-presidente Lula no cenário mundial.

Adicionalmente, a Presidenta Dilma tem-se comprometido com outros vetores da política externa brasileira que se consolidaram nos últimos vinte anos como, por exemplo, a integração regional sul-americana a partir do aprofundamento do MERCOSUL; maior participação brasileira nos organismos multilaterais (reforma do Conselho de Segurança da ONU); aprofundamento das relações com os Estados Unidos e Europa, além do contínuo processo de diversificação de parcerias na África, Ásia e no Oriente Médio.

“Diplomacia de Resultados” – como é conhecida a política externa do Governo Dilma – tem buscado dar continuidade às iniciativas de aproximação com os novos parceiros do sul, assim como o aprofundamento das relações tradicionais com os Estados Unidos e a Europa. A consolidação da América do Sul e da África como áreas prioritárias de investimentos brasileiros, além do papel da China como principal país importador de produtos nacionais, ainda que de commodities na sua maior parte, são apontados como grandes resultados obtidos na administração anterior.

Porém, apesar das personalidades de Lula e Dilma serem destacadas, dentre outros motivos, como o eixo diferenciador de suas políticas externas, especialistas concordam que apesar da diferença de estilos, a política da Presidenta Dilma tem sido marcada, em linhas gerais, pela continuidade.

Mais discrição e menos ênfase

No início de seu governo, a política externa brasileira aprovou o envio de um relator especial da Comissão de Direitos Humanos da ONU ao Irã. O voto brasileiro marcou, para muitos, o início da correção de rumos empreendida pelo Itamaraty. No entanto, para Clarissa Dri, professora do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina, o Governo Dilma “segue a mesma linha do governo anterior, porém sua personalidade transmite uma imagem mais técnica e discreta de seu governo”.

No que diz respeito à defesa dos direitos humanos, a professora argumenta que, “apesar do discurso, a linha se mantém próxima do governo Lula”, pois o Brasil não estaria disposto a sacrificar a política de diversificação de parcerias. Adicionalmente, Clarissa acredita em uma melhora nas relações com os Estados Unidos; na consolidação da UNASUL (União de Nações Sul-Americanas), dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China) e de outros arranjos internacionais em detrimento de um distanciamento em relação aos temas pertinentes ao MERCOSUL.

O ativismo externo do país nos dois mandatos do ex-presidente Lula e os problemas domésticos explicam, em parte, a discrição da política externa brasileira no primeiro ano de governo da Presidenta Dilma. Leonardo Miguel Alles, mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, observa que não houve mudanças na política externa.

“O país segue na busca por resultados, no entanto, muda-se o estilo”, diz Leonardo, que lembra, ainda, que um dos motivos para a discrição do novo governo respalda-se no fato de que muitos dos espaços cobiçados pela nossa diplomacia já haviam sido conquistados na gestão anterior. Além das diferenças de estilo, Leonardo ressalta os sucessivos escândalos de corrupção como sendo um dos motivos pelo baixo ativismo da Presidenta Dilma à frente da política externa do país nesse primeiro ano de mandato.
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domingo, 27 de novembro de 2011

A novela da crise: até quando discutir?

Cintia Rubim de Souza Netto

Ao lado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a presidente Dilma Rousseff conversa com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante reunião do G20, em Cannes; encontro foi marcado por discussões sobre a crise na zona do euro. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)


Mais do que discussão, os países precisam olhar para a crise na Europa como algo não longe da sua janela e com cautela e responsabilidade pensarem em ações concretas urgentes.

Na última reunião do G20, que se realizou no dia quatro de novembro de 2011 em Cannes, na França, o tema central continuou sendo a crise das economias da zona do euro e a discussão sobre a viabilidade da ajuda por parte dos países emergentes. Os dados sobre a economia desses países continuam alarmantes. Conforme relatório da Comissão Europeia, não há perspectiva de melhora no emprego nem nos investimentos das empresas, o consumo continua em queda e os bancos estão reduzindo seus empréstimos, ou seja, recessão à vista no ano que vem. E uma vez que o mundo dificilmente escapará ileso da recessão europeia, resta discutir a ajuda financeira.
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Itália sem Berlusconi, Tela Mundo 17.11.11


O Tela Mundo dessa semana traz para perto de você uma conversa a respeito do polêmico e contraditório primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, que deixou o cargo depois de uma década no poder. Simona de Santis, Coordenadora do Centro de Cultura Italiana, foi entrevistada por Thomas Mayer.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O petróleo é nosso, e o pré-sal?

Kathia Festa e Fernanda Mendes


Pré-sal é o nome dado às reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias que se localizam abaixo das camadas de sal. Para a extração do petróleo e gás lá existentes, precisa-se descer de cinco mil a sete mil metros de profundidade abaixo do nível do mar, ultrapassar uma lâmina de água de mais de dois mil metros, uma camada de mil metros de sedimentos e outra de dois mil metros de sal, o que obviamente demanda tempo e dinheiro.

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Estratégias Imperialistas Contemporâneas: ciberguerra e empresas militares privadas


Fernando Marcelino

As questões relativas à “segurança” tomam uma dimensão cada vez mais central na resolução dos conflitos nacionais e internacionais em nossos dias. Desde o início do contexto pós-Guerra Fria, no final dos anos 1980, a noção de “segurança” tomou uma maior proporção cada vez maior ao englobar uma enorme diversidade de processos além da clássica preocupação com a soberania das nações: segurança energética, segurança migratória, segurança urbana, segurança alimentar, biossegurança, segurança humanitária, cibersegurança, segurança ecológica, segurança das propriedades intelectuais e genéticas, segurança privada, etc. É possível dizer que uma das principais marcas deste período é uma generalizada securitização desigual do sistema mundial da dimensão mais micro (biogenética e cibernética) a macro (órgãos de defesa e segurança internacional, atividades extra-militares em diversos países, satélites de segurança).
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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pass the Flame, Unite the World.


Thiago Lopes

O título deste texto remete ao tema do revezamento da tocha olímpica para os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Mas afinal, o fogo olímpico tem este poder?
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

José Artigas e a Luta por Terra e Liberdade



Por Mário Maestri*

O nascimento de José Gervasio Artigas Arnal, terceiro de seis filhos, foi registrado em Montevidéu, em 19 de junho de 1764, por seus pais, descendentes dos fundadores da vila e proprietários de algumas terras no interior. José Artigas viveu sua infância em Montevidéu e na chácara paterna, junto ao arroio Carrasco, estudando as primeiras letras com os franciscanos. Aos doze anos, partiu para a campanha onde, em terras familiares, viveu entre os gaúchos, como gaúcho. Aos dezesseis anos participava de partidas de changadoras e de contrabandistas, que vendiam ilegalmente gados e couros nos territórios lusitanos. Por esses anos, teria vivido com os charruas, com toldo, mulher e filho.
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Na contramão do discurso uníssono sobre o “Brasil potência”




Por Clarissa Dri*

Nos últimos anos, as análises sobre a política externa brasileira fazem cada vez mais referência ao Brasil como “país emergente”, “nova potência”, “potência solidária”. A autoestima brasileira cresceu muito no âmbito internacional. Os cidadãos parecem mais confiantes na economia e nos rumos do Brasil, onde a crise financeira mundial ainda não conseguiu aportar. Sustenta-se que nossos diplomatas superaram a “síndrome de vira-lata”, que historicamente conduziu o Brasil a se subordinar a decisões tomadas pelos países centrais. As alianças sul-sul, a defesa da solução de conflitos pelo diálogo e as tentativas inovadoras de mediação caracterizam esse novo período da política externa do Brasil e legitimariam a nova forma do país encarar a si mesmo: como uma potência.
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Lançamento do livro do Professor Renato Carneiro


No dia 23 de novembro, na Universidade Cândido Mendes (UCAM), Rio de Janeiro-RJ, será lançado o livro "Amor em Tempos de Ressentimento: Alceu Amoroso Lima, Política e Resistência à Ditadura Militar de 1964", da autoria do Prof. Dr. Renato Carneiro.

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Análise sobre barreiras comerciais no Mercosul



Por Othon Feliciano*

MERCOSUL: BARREIRAS COMERCIAIS, BRASIL E ARGENTINA  SOB O PRISMA DA TEORIA DA INTERDEPENDÊNCIA.

O ano de 2011 trouxe felicitações para a comunidade Latino-Americana, comemorando o vigésimo aniversário do MERCOSUL - Mercado Comum do Sul - no mês de Março de 1991 fora realizado a ratificação do Tratado de Assunção, o qual constituía um mercado comum entre a República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai, porém os encontros entre esses estados mostravam-se presente – sendo de cunho flexível, em questões do embasamento nacional do produto – no ano de 1960 e 1980, pela Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC) e associação Latino-Americana de Integração (ALADI) respectivamente, visando paulatinamente a criação de um mercado comum.
No entanto, de forma mais robusta, é criado o MERCOSUL, entendendo o bom resultado da aplicação de recursos disponíveis para o melhoramento das interconexões e do equilíbrio, modernizando a economia para o aumento da oferta, qualidade dos bens de serviços e demais.

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sábado, 5 de novembro de 2011

Entrevista com o Professor Andrew Traumann no Tela Mundo, em 03 nov. 2011


Dois territórios instáveis receberam uma carga de mudanças recentemente: a Líbia perdeu seu ditador e a Palestina foi aceita como membro pleno da UNESCO. E quem tem papel importante nessas duas situações é outro país: Estados Unidos.

No Tela Mundo de 03 de novembro de 2011 temos a participação do Professor Andrew Traumann comentando sobre a Líbia sem Khaddafi e a Palestina na Unesco. A apresentação é de Thomas Mayer. Para assistir ao programa acesse o seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=sefsioRC6Oc
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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Entrevista do Prof. MSc. Rafael Pons Reis


As posições do Brasil diante dos conflitos internos da Síria e da Líbia são posições de um país em ascensão que almeja jogar um papel relevante no campo da segurança internacional e, associado a esse objetivo, ocupar um assento permanente no CSNU. Eis a análise do Prof. MSc. Rafael Pons Reis, em entrevista ao The Rio Times.

Disponível em: http://riotimesonline.com/brazil-news/rio-politics/brazil-offers-alternative-voice-on-syria/#


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terça-feira, 1 de novembro de 2011

LÍBIA SEM KADAFI

Luan Oliveira
Geissa Franco
Maivi Ramalho

Alunos do Prof. Marlus Forigo
na disciplina de Teoria Política
do 2º per. de Relações Internacionais



          Durante os anos 1970 e 1980, o líbio Muammar Kadafi foi um dos principais defensores do nacionalismo árabe, nos últimos anos, porém, o ditador se tornou uma caricatura de si mesmo pela falta de sentido de suas ações. O nacionalismo ficou no passado e o país se converteu em uma extensão das potências europeias. O país se transformou na última década no paraíso das grandes multinacionais do petróleo e empreiteiras, que vão da Shell e BP, da brasileira Odebrecht às construtoras turcas. Não é à toa que o levante contra a ditadura de Kadafi tenha levado pânico aos grandes executivos e conseqüentemente elevado o preço do petróleo no mercado internacional.
          Muammar Kadafi subiu ao poder após um golpe militar em 1969. Dez anos depois de o país árabe ter descoberto petróleo em seu subsolo, o que o tornou um dos países mais ricos da região. Hoje, a Líbia é o terceiro maior produtor de petróleo do continente africano, responsável por 2% da produção mundial que tornara o sistema político do país um meio termo entre o capitalismo e o socialismo, influenciado pelo islamismo.
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