Audrey Gisele Goedert e
Helora Danã Correa
O
aumento da interdependência entre os Estados a partir do século XVIII trouxe
consigo um crescimento significativo das relações comerciais, levando ao
fortalecimento das economias internas dos países a fim de garantir maior
sucesso nessas relações. No Brasil, a partir do século XIX, observam-se
reflexos desse processo com a facilidade da instalação de multinacionais que
impulsionaram a economia para além de agroexportadora e o começo da instalação
de indústrias de bens de produção, trazendo grandes mudanças para a economia nacional.
Entretanto, atribuir o crescimento econômico brasileiro às multinacionais e aos
investimentos em infraestrutura pela ação do Estado, como os realizados no
Plano de Metas pelo então presidente Juscelino Kubitschek, por exemplo, é
simples. Seriam somente as multinacionais e os investimentos estatais que mantêm
a economia ativa? A resposta pode ser mais complexa do que transparece. O
presente artigo propõe analisar o papel de micro e pequenas empresas no Brasil
e seus impasses diante de uma economia cuja importância é atribuída por muitos
a investimentos estatais e multinacionais.
As
micro e pequenas empresas no Brasil ganham papel de destaque por serem mais
flexíveis às adaptações necessárias diante da economia. A característica deste
grande conjunto de empresas locais é de gerarem intensa concorrência entre si,
já que não produzem quantidade suficiente para suprir toda a necessidade do
mercado e a busca constante por melhorias que garante serviço diferenciado.
Contudo, tal concorrência pode também tornar-se interessante por serem de
pequeno porte, o que faz com que exista terceirização de serviços entre estas, a
fim de ganhar mercado. Além disso, elas são responsáveis pela grande parte da
contratação dos trabalhadores brasileiros, garantindo a sustentação da demanda
do mercado de trabalho e a renda do consumidor. Entretanto, estes pontos que
ora são a força motriz para manter a economia ativa, acabam por se caracterizar
como focos de problemas e impasses; mas por quê?
O
fato das micro e pequenas empresas terem para si maior quantidade de
trabalhadores e existirem em maior quantidade reflete em seu crescimento de
longo prazo, uma vez que o resultado final entre a renda da empresa menos as
despesas realizadas é de baixo valor, o que não é suficiente para garantir um
bom investimento. Para entender melhor, entre as despesas estão os altos impostos
cobrados pelo governo brasileiro; o valor gasto para o pagamento dos salários
dos funcionários influenciado muitas vezes pelo salário mínimo; além do custo
com sindicatos, pagos para manter a ordem e defesa dos interesses econômicos
dos associados. Todos estes fatores são descontados da receita e como consequência
o lucro tende a ser baixo. Existem tentativas para diminuir o pagamento de
impostos, como, por exemplo, a divisão de uma empresa em várias, a fim de
driblar o imposto maior cobrado às empresas de médio porte; ou seja, uma mesma
empresa acaba sendo uma união de varias micro empresas registrada.
Outra
questão relevante no caso das micro e pequenas empresas é que, muitas vezes,
para diminuir os custos, acabam deixando a desejar na contratação de
profissionais qualificados, ou então em segurança de trabalho. Por outro lado
existem aquelas que preferem garantir maior qualidade na prestação de serviços,
apesar de gastar mais com profissionais. Esta mescla entre qualidade e
quantidade resulta em parcerias tanto para driblar a concorrência quanto para
manter o cliente. Sendo assim, para manter o mercado, uma repassa atividades à
outra, trabalhando juntamente até chegar ao consumidor, onde cada uma busca
facilidades, especializando- se em sua área para ser bom naquele produto e
passar adiante para que outra complete a produção.
Em
suma, todos os problemas enfrentados pelas micro e pequenas empresas, não
somente no Brasil, mas em geral, acabam por terminar num ciclo que se inicia na
matéria-prima e seu final é o consumidor – entre eles há inúmeras outras empresas,
garantido impostos, empregos e renda. O importante é saber que em todas estas
etapas há representações de micro e pequenas empresas; e é este ciclo que
mantém a economia rotativa, contribuindo para o crescimento econômico do país.
Referências
As estratégias das Pequenas Empresas
diante dos desafios da globalização. Disponível
em:
http://www.ead.fea.usp.br/eadonline/grupodepesquisa/publica%C3%A7%C3%B5es/F%C3%A1bio/26.pdf-
Acesso em: 02/05/2012
SINDICATO. Disponível em:
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/sindicato.htm Acesso
em: 03/04/2012
Audrey Gisele Goedert e
Helora Danã Correa são alunas do curso de Relações Internacionais do Unicuritiba
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