sexta-feira, 22 de junho de 2012

A importância e os impasses de micro e pequenas empresas no Brasil

Audrey Gisele Goedert e Helora Danã Correa


O aumento da interdependência entre os Estados a partir do século XVIII trouxe consigo um crescimento significativo das relações comerciais, levando ao fortalecimento das economias internas dos países a fim de garantir maior sucesso nessas relações. No Brasil, a partir do século XIX, observam-se reflexos desse processo com a facilidade da instalação de multinacionais que impulsionaram a economia para além de agroexportadora e o começo da instalação de indústrias de bens de produção, trazendo grandes mudanças para a economia nacional. Entretanto, atribuir o crescimento econômico brasileiro às multinacionais e aos investimentos em infraestrutura pela ação do Estado, como os realizados no Plano de Metas pelo então presidente Juscelino Kubitschek, por exemplo, é simples. Seriam somente as multinacionais e os investimentos estatais que mantêm a economia ativa? A resposta pode ser mais complexa do que transparece. O presente artigo propõe analisar o papel de micro e pequenas empresas no Brasil e seus impasses diante de uma economia cuja importância é atribuída por muitos a investimentos estatais e multinacionais.                                                                                                  

As micro e pequenas empresas no Brasil ganham papel de destaque por serem mais flexíveis às adaptações necessárias diante da economia. A característica deste grande conjunto de empresas locais é de gerarem intensa concorrência entre si, já que não produzem quantidade suficiente para suprir toda a necessidade do mercado e a busca constante por melhorias que garante serviço diferenciado. Contudo, tal concorrência pode também tornar-se interessante por serem de pequeno porte, o que faz com que exista terceirização de serviços entre estas, a fim de ganhar mercado. Além disso, elas são responsáveis pela grande parte da contratação dos trabalhadores brasileiros, garantindo a sustentação da demanda do mercado de trabalho e a renda do consumidor. Entretanto, estes pontos que ora são a força motriz para manter a economia ativa, acabam por se caracterizar como focos de problemas e impasses; mas por quê?

O fato das micro e pequenas empresas terem para si maior quantidade de trabalhadores e existirem em maior quantidade reflete em seu crescimento de longo prazo, uma vez que o resultado final entre a renda da empresa menos as despesas realizadas é de baixo valor, o que não é suficiente para garantir um bom investimento. Para entender melhor, entre as despesas estão os altos impostos cobrados pelo governo brasileiro; o valor gasto para o pagamento dos salários dos funcionários influenciado muitas vezes pelo salário mínimo; além do custo com sindicatos, pagos para manter a ordem e defesa dos interesses econômicos dos associados. Todos estes fatores são descontados da receita e como consequência o lucro tende a ser baixo. Existem tentativas para diminuir o pagamento de impostos, como, por exemplo, a divisão de uma empresa em várias, a fim de driblar o imposto maior cobrado às empresas de médio porte; ou seja, uma mesma empresa acaba sendo uma união de varias micro empresas registrada.

Outra questão relevante no caso das micro e pequenas empresas é que, muitas vezes, para diminuir os custos, acabam deixando a desejar na contratação de profissionais qualificados, ou então em segurança de trabalho. Por outro lado existem aquelas que preferem garantir maior qualidade na prestação de serviços, apesar de gastar mais com profissionais. Esta mescla entre qualidade e quantidade resulta em parcerias tanto para driblar a concorrência quanto para manter o cliente. Sendo assim, para manter o mercado, uma repassa atividades à outra, trabalhando juntamente até chegar ao consumidor, onde cada uma busca facilidades, especializando- se em sua área para ser bom naquele produto e passar adiante para que outra complete a produção.

Em suma, todos os problemas enfrentados pelas micro e pequenas empresas, não somente no Brasil, mas em geral, acabam por terminar num ciclo que se inicia na matéria-prima e seu final é o consumidor – entre eles há inúmeras outras empresas, garantido impostos, empregos e renda. O importante é saber que em todas estas etapas há representações de micro e pequenas empresas; e é este ciclo que mantém a economia rotativa, contribuindo para o crescimento econômico do país.



Referências



As estratégias das Pequenas Empresas diante dos desafios da globalização.  Disponível em:




SINDICATO. Disponível em:


Audrey Gisele Goedert e Helora Danã Correa são alunas do curso de Relações Internacionais do Unicuritiba

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