quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Massacre na Noruega e o avanço da extrema direita

Etiane Caloy *


Extraído na íntegra do site: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/massacre+na+noruega+revela+forca+da+extrema+direita+na+europa/n1597098938242.html
“Massacre na Noruega revela força da extrema direita na Europa
Oposição à imigração, globalização e multiculturalismo cresce em grande parte do continente europeu
The New York Times | 25/07/2011 11:51

Os ataques realizados na Noruega na sexta-feira atraíram nova atenção para os extremistas de direita não apenas no país, mas em toda a Europa, onde a oposição aos imigrantes muçulmanos, à globalização, ao poder da União Europeia e à união em prol do multiculturalismo tem se mostrado uma poderosa força política e, em alguns casos, um estímulo à violência.
O sucesso de partidos populistas que apelam a um sentimento de perda de identidade nacional levou as críticas contra minorias, imigrantes e muçulmanos das salas de bate-papo na internet para a política.
Embora os partidos em geral não apoiem a violência, alguns especialistas dizem que um clima de ódio no discurso político tem incentivado indivíduos violentos.
‘Não fico surpreso com atentados como o da Noruega porque sempre existirão pessoas para as quais atitudes mais radicais são necessárias’, disse Joerg Forbrig, analista do German Marshall Fund, em Berlim, na Alemanha, que estudou as questões de extrema-direita na Europa. ‘Isso (o ataque) pode acontecer em muitos lugares e há problemas mais amplos por trás deste tipo de ação.’
Em novembro, um homem sueco foi preso na cidade de Malmo, na Suécia, em conexão com mais de uma dúzia de ataques contra imigrantes que deixaram ao menos uma vítima fatal e nunca foram resolvidos. Os ataques, nove dos quais aconteceram entre junho e outubro de 2010, pareciam ser a obra de um indivíduo isolado. Mas os Democratas Suecos de extrema direita chegaram ao Parlamento pela primeira vez em setembro do ano passado, depois de conquistarem 5,7% dos votos na eleição geral.
Os ataques também serviram para alertar os serviços de segurança da Europa e dos Estados Unidos. Concentrados em combater os terroristas islâmicos, estes serviços podem ter subestimado a ameaça dos radicais domésticos, incluindo aqueles incomodados com o que consideram ser uma influência do Islã.
Nos EUA, os ataques despertaram lembranças do atentado realizado em Oklahoma em 1995, quando o extremista de direita Timothy J. McVeigh usou uma bomba feita com fertilizantes para explodir um prédio do governo federal, deixando 168 mortos. O atentado de Oklahoma foi ofuscado pelos acontecimentos de 11 de Setembro de 2001.
De acordo com o analista Joerg Forbrig, grupos isolados de extrema direita surgiram e desapareceram rapidamente na Europa entre as décadas de 1960 e 1990. Mas nos últimos anos as declarações de extrema-direita parecem ter perdido grande parte do tabu pós-Segunda Guerra até mesmo entre alguns partidos políticos proeminentes.
O aumento da imigração, combinado à ampla movimentação livre de pessoas dentro de uma União Europeia ampliada - como a perseguida minoria de ciganos -, ajudou a estabelecer as bases para um nacionalismo por vezes antiquado e chauvinista.
Grupos deste tipo estão ganhando força da Hungria até a Itália, mas eles são particularmente evidentes em países do norte da Europa que há muito têm tido políticas de imigração mais liberal. A chegada rápida dos refugiados, requerentes de asilo e imigrantes econômicos, muitos deles muçulmanos, levou a um recuo significativo em lugares como a Dinamarca, onde o Partido do Povo Dinamarquês tem 25 dos 179 assentos no Parlamento, e na Holanda, onde o Partido da Liberdade de Geert Wilders obteve 15,5% dos votos na eleição geral de 2010. Wilders é famoso por ter comparado o Alcorão, livro sagrado do Islã, ao ‘Minha Luta’ de Adolf Hitler.
Tanto os partidos de extrema direita dinamarqueses quanto os holandeses estão apoiando governos minoritários precários, embora não participem diretamente no comando de ministérios. Com isso, avançam em direção a uma aceitação generalizada.”

* Etiane Caloy é Doutora em História e professora do UNICURITIBA nas disciplinas de História do Brasil, Metodologia da Pesquisa e Métodos e Técnicas de Pesquisa em RI´s


Um comentário:

  1. A Europa passa por um período de transformações e mudanças em toda a sua estrutura política-ideológica e do surgimento de diferentes classes sociais,oriundas da imigração clandestina ou legalizada do ponto de vista a ser averiguado,estudado etc. O Continente Europeu ainda não está preparado de fato para ter governos de esquerda no poder,pois o conservadorismo no mundo velho ainda é muito forte e com isto está provocando diversas mobilizações e também insatisfações a extrema direita conservadora,os europeus sempre colocaram-se a frente dos outros,com aquela ideologia que o povo branco europeu era superior em tudo diante das outras raças. Mas com o passar dos anos,este tese foi caindo por terras,mas ainda restam vestígios de superioridade para algumas camadas sociais européias,pois as mesmas ainda persistem neste tema que de uma forma ou de outra é uma futilidade e ingênuidade,que ao meu ver abrem caminhos para que jovens nacionalistas europeus construam teses,manifestos e elaborem suas nações futuras,ao custo do preconceito,racismo,extermínios e intolerâncias as outras raças e culturas não-européias,isto é muito perigoso para a sociedade mundial e merece ser tratada com uma atenção maior,para conter a fúria e a intolerância desta juventude desenfreada,que prega manifestos,idolatrias e reacendem doutrinas nazistas no mundo ocidental. A Europa está correndo um sério risco,de estar formando uma levada de novos Hitlers,pois o conteúdo das ideias destes jovens da extrema direita européia e de alguns seguidores desta ideologia,são todas nazistas,e este ódio todo ai despertado contra os imigrantes e os muçulmanos pode ter um custo muito alto as sociedades européias daqui para frente,se não houver uma contenção e uma mobilização mais forte por parte do poder maior,contra estas ações praticadas e planejadas por esta juventude da extrema direita,pode ter certeza que acontecimentos iguais ou piores a estes vão acontecer com mais frequência,quando menos esperar o mundo será surpreendido com ataques sanguinários desta natureza e os autores serão taxados de loucos pela mídia européia,em vez de terroristas sanguinários.

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