quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Entrevista Priscila Caneparo


Entrevista por: Laura Helena 

Transcrição por: Maria Suzuki

Qual é a sua formação? E como você desenvolveu interesse para relações internacionais e o Direito Internacional?

A minha formação é em direito, fiz aqui na Unicuritiba e depois eu fiz mestrado na PUC de São Paulo e doutorado sempre vinculado ao Direito Internacional, só que quando eu entrei na graduação eu já queria trabalhar com o Direito Internacional então já tinha par, já estava a par das discussões. Eu passei no vestibular também para Relações Internacionais, mas enfim, por questões de tempo, tive que fazer Direito, aí também eu estudava muita geopolítica e depois fui desenvolvendo efetivamente esse gosto e foi começando também a participar de grupos de estudos, participei da Comissão da Verdade quando estava no mestrado, e no doutorado também aprofundei mais para essa área, voltando um pouco mais para pesquisa e extensão. 

Você gosta da sua área de atuação e de lecionar?

Eu amo lecionar e  eu amo minha área de atuação,  eu caí para lecionar meio por acaso, mas eu tive muita influência, teve meus professores aqui da Unicuritiba e também a Professora Patrícia me convidou para dar aula em Relações Internacionais, então eu gosto muito e hoje eu trabalho com academia e trabalho também com migração na área da advocacia que é uma área bem legal  e trabalho também com organizações internacionais então eu amo, eu não podia não poderia estar mais realizada. 

Como você se sente na posição de passar a informação para as pessoas quando é entrevistada?

Eu sou favorável a democratização do conhecimento, então eu acho que a gente tem que levar informação de qualidade e principalmente muito bem fundamentada, então não é pela exposição até porque a exposição tem um lado bom o lado ruim primeiro ponto, e segundo ponto também que eu não aceito aquilo que eu não sei, então acho que eu sou um veículo a favor da informação então é assim que eu me vejo quando vou fazer entrevistas ou construir efetivamente as colunas eu gosto muito. 

Teve algum momento gratificante na sala de aula que te marcou muito?

Sempre tem! Tem quando os alunos fazem homenagem ou quando eles vêm falar que não gostavam na matéria e começaram a gostar por conta das aulas isso sempre tem e em relações internacionais eu tenho um carinho imenso para dar aula porque eu acho os alunos sensacionais e não é porque eu estou falando para o blog de relações internacionais mas eu gosto muito porque eu acho que vocês têm um conhecimento e interesse superior em relação à matéria e vocês querem aprofundar isso é muito gratificante, diariamente.

Como foi seu caminho desde a sua formatura até hoje aqui na Unicuritiba?

Meu caminho foi cheio de pedras e de tropeços, mas claro que meu caminho foi dentro do meu privilégio, eu tive muito apoio da minha família, consegui estudar muito, eu estudei bastante durante o mestrado e no doutorado eu comecei a trabalhar, no mestrado eu tinha bolsa e no doutorado eu voltei para Curitiba na metade, e então comecei a dar aula aqui na Unicuritiba, depois eu passei na federal da primeira vez agora está na segunda vez dando aula também na federal, e comecei a me ambientar nos foros internacionais e até que hoje eu consigo trabalhar um pouco com os foros internacionais e também caí de paraquedas na área migratória, por conta de alunos aqui da Unicuritiba que começaram a pedir para fazer algumas questões imigratórias e acabei ampliando um pouco da advocacia para esse lado. 

Existe algum momento ou experiência que ocorreu durante a faculdade que você se lembra com muito carinho? 

Tem alguns momentos, primeiro momento que eu acho que foi quando me ambientei, eu não gostei do primeiro ano do direito mas eu comecei a ter é Direito Constitucional com a professora Tânia e me apaixonei pelo curso de constitucional e depois três professores de Direitos Humanos, a Larissa que hoje é minha colega na federal minha amiga, segundo o professor de Direito Internacional Público e o professor de Direito Internacional Privado que me apoiaram muito, me indicaram muito bibliografia e assim eu acho que eles foram cruciais para eu conseguir me aprofundar e conseguir seguir nesse caminho. 

Tem alguma habilidade que você adquiriu durante a faculdade que te ajuda atualmente?

Primeiro paciência, segundo entender que não existe final de semana, quando algo tem que ser feito a gente que vai ter que colocar a obrigação em primeiro lugar e o terceiro eu acho que principalmente no doutorado, resiliência, porque o doutorado para mim pelo menos foi muito difícil e a gente aprende que se não fizermos o tempo vai passar do mesmo jeito então é melhor fazer sem reclamar do que reclamar e não fazer, você perde energia do mesmo jeito. 

Teve alguma situação desafiadora durante esse tempo de carreira?

Várias,  a gente sempre passa por processos de reafirmação, mas assim, você lidar com foros internacionais que muitas vezes são compostos por homens mais velhos, ser mulher já é um desafio,  falam que não existe, que está melhorando mas ainda assim existem muitos problemas acho que ser mulher;  segundo ponto, você não ter voz muito ativa e também sendo latino-americano eu acho que isso é um problema, principalmente quando você fala que isso é brasileira, você já é estereotipada, mas eu acho que isso tudo é incentivo para a gente lutar e cada vez mais conseguir também equalizar a questão direitos de igualdade de gênero.

Você tem algum conselho para os alunos?

Eu tenho vários na verdade, vou dar vou dar alguns, eu acho que reclamar é perda de energia não reclama vai lá e faça, segundo ninguém começa do topo e eu gosto muito de uma frase que é meio clichê mas, ‘’ninguém vê escalada, só vê quando está lá em cima’’, então assim você vai cair e vai ter que levantar e você vai ter que dar seu melhor, porque eu acho que se você falar não para algumas oportunidades da vida, tem alguém que fale sim, mas você também tem que saber que você vai ter que abdicar de muita coisa para chegar no seu objetivo, então tudo bem se a pessoa não quiser abdicar mas não queria alcançar sem abdicar.  

Por último você teria alguma lista ou de livros ou apenas algum livro que você gostaria de deixar com recomendação?

 Para Relações Internacionais ‘’Prisioneiros da Geografia’’ do Tim Marshall e os meus “Direitos Humanos – Evolução e Cooperação Internacional”, “Autodeterminação dos Povos e Direito das Minorias”, “Tráfico de Pessoas – Uma Análise a partir da Convenção de Palermo”.



 

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