Por Leonardo Guebert
- França
No último domingo, a França foi agitada pelo primeiro turno das eleições presidenciais cujos resultados acabaram como previsto, repetindo o segundo turno
de 2017, com o atual presidente centrista Emmanuel Macron disputando a reeleição
e Marine Le Pen, do partido Reagrupamento Nacional de extrema direita, que
atingiram aproximadamente 28% e 23% dos votos, respectivamente. Todos os
principais candidatos, da esquerda à centro-direita, direta ou indiretamente pediram
para seus eleitores não votarem em Le Pen, não necessariamente apoiando
Macron.
A comunidade internacional está observando de perto os próximos dias do
período de eleições no país, pois dessa vez a eleição tende a ser muito mais
acirrada. Enquanto Le Pen busca atingir os insatisfeitos com o último governo de
Macron e fortalece seu discurso populista internamente, deixando os assuntos
polêmicos de lado, no campo internacional a sua possível vitória é tratada com
preocupação. A candidata afirmou que as leis francesas devem ser superiores às
leis europeias, além de dizer que removeria a França da estrutura da OTAN, o que
preocupa líderes da União Europeia que podem ver um Estado importante se
aproximando de países como Hungria e Polônia, sem mencionar a admiração
pessoal da francesa por Putin.
- Estados Unidos da América
Na manhã de terça-feira (12), um episódio triste chocou a cidade de Nova York quando Frank James, de 62 anos, realizou diversos disparos no metrô em uma
região residencial no Brooklyn que deixou 23 feridos, felizmente com nenhuma
morte. O terrorista que publicava vídeos na internet recheados de discurso de ódio,
homofobia, misoginia e racismo, afirmou que ‘haveria sangue’ em sua próxima ação
que foi realizada no bairro Sunset Park, onde residem muitos imigrantes latinos e
chineses.
James foi detido no dia seguinte pela polícia com ajuda de cinco civis que
teriam fornecido “informações cruciais” para a prisão do autor do tiroteio. Essas
pessoas vão dividir um prêmio avaliado em 50 mil dólares pela captura de James,
que pode ser condenado a prisão perpétua.
- China
A maior cidade do gigante asiático passou pela terceira semana seguida de confinamento obrigatório, uma medida rígida do governo chinês para tentar controlar
o novo surto de coronavírus em Xangai. A megacidade de 26 milhões de habitantes
está sendo palco de manifestações e confrontos diários entre moradores e polícia
locais. Aqueles que testam positivo são colocados em quarentena de imediato,
porém o alto número de casos ilustra a dificuldade das autoridades para encontrar
espaço para colocar essas pessoas.
Apesar de diferentes espaços públicos, como escolas, estarem sendo
utilizados como centros de quarentena, uma operação comandada pelo governo nessa quinta-feira (14) retirou muitas pessoas de suas casas para transformar seus
apartamentos também em locais disponíveis para os contaminados ficarem, gerando
mais raiva nos cidadãos que já estavam insatisfeitos pela falta de alimento em suas
casas que deveria ser fornecido pelo governo, porém os serviços de entrega
sobrecarregaram.
- Finlândia e Suécia
Os países nórdicos Suécia e Finlândia anunciaram na quarta-feira (13) que estão averiguando uma possível candidatura para adentrar à OTAN, medida
histórica que foge do usual para ambos os países que sempre prezaram mais pela
neutralidade em termos militares. Observando vantagens estratégicas e com apoio
da população, a primeira-ministra da Finlândia Sanna Marin declarou que uma
decisão será tomada nas próximas semanas durante uma visita à Suécia.
Líderes dos dois Estados sabem que uma entrada na OTAN envolve “muitos
riscos” e por isso analisam cautelosamente esse passo, revisando políticas de
segurança que levarão tempo para serem ratificadas. Se por um lado o
secretário-geral da OTAN deixa claro que as portas sempre estão abertas para
suecos e finlandeses, a Rússia reitera que decisões e consequências indesejadas
serão tomadas caso isso se concretize, defendendo que “naturalmente essas
fronteiras terão que ser reforçadas”.
Referências
BBC. ‘Covid zero’: China força moradores de Xangai a se mudar para abrir centros
de quarentena em suas casas. G1. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/04/15/covid-zero-china-forca-moradores-d
e-xangai-a-se-mudar-para-abrir-centros-de-quarentena-em-suas-casas.ghtml>.
DUCHIADE, A. Finlândia e Suécia indicam planos para se unir à Otan, em mudança
histórica de posição. O Globo. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/mundo/finlandia-suecia-indicam-planos-para-se-unir-otan-
em-mudanca-historica-de-posicao-25474109>.
FONSECA-SOURANDER, L. Por que União Europeia e Otan temem vitória de
Marine Le Pen na França. G1. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/04/11/por-que-uniao-europeia-e-otan-teme
m-vitoria-de-marine-le-pen-na-franca.ghtml>.
G1. Eleição na França reedita 2o turno de 2017; veja as propostas de Macron e Le
Pen. G1. Disponível em:
<https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/04/10/eleicao-na-franca-reedita-2o-turno-d
e-2017-veja-as-propostas-de-macron-e-le-pen.ghtml>.
G1. Rússia diz que Finlândia e Suécia enfrentarão represálias caso entrem na Otan.
G1. Disponível em:
<https://g1.globo.com/noticia/2022/04/14/russia-diz-que-finlandia-e-suecia-enfrentara
o-represalias-caso-entrem-na-otan.ghtml>.
O GLOBO E AGÊNCIAS INTERNACIONAIS. Atentado em Nova York: Cinco
pessoas vão dividir recompensa de US$ 50 mil por prisão de Frank James. O Globo.
Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/mundo/atentado-em-nova-york-cinco-pessoas-vao-dividir-r
ecompensa-de-us-50-mil-por-prisao-de-frank-james-25476922>.
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