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terça-feira, 31 de maio de 2011
A força do lobby judaico e a questão palestina
Por Andrew Patrick Traumann*
Há cerca de duas semanas, no primeiro discurso de Barack Obama endereçado ao Mundo Árabe desde a morte de Osama Bin Laden,o presidente norte-americano se colocou inequivocadamente a favor da criação de um Estado Palestino nas fronteiras de 1967,após a Guerra dos Seis Dias,admitindo um outro ajuste ou "troca de terras". A reação do governo israelense foi imediata: o premiê Benyamin Netanyahu afirmou que a volta à situação de 1967 era totalmente "irrealista" e que Obama "não conhecia a situação na região.".
Ao discursar ao Congresso norte-americano Bibi como é conhecido na política israelense foi sucessivamente interrompido em seu discurso por aplausos entusiasmados dos parlamentares especialmente quando disse que Judeia e Samaria (nomes bíblicos de partes da Cisjordânia) jamais estiveram em negociação. Mas o que faz Bibi dizer "não" ao homem mais poderoso do mundo de forma tão orgulhosa e ostensiva?
sábado, 28 de maio de 2011
O surgimento das faculdades de direito no Brasil
Norma Mitiko Yamagami - Graduanda do curso de Direito pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA).
Este artigo é baseado no trabalho desenvolvido na disciplina de Seminários de Cultura Jurídica I, orientado pelo Professor Luíz Otávio Ribas. Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA), 2011.
Com a necessidade de aumentar as terras, Portugal trouxe para o Brasil, seus valores, sua organização jurídica hierarquizada, suas regras familiares patrimoniais e obrigacionais.
A formação de juristas no Brasil não era urgente, pois todo o corpo político e intelectual do Brasil recebia orientação básica da Universidade de Coimbra.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
O Brasil e o Mundo
Adriana Dupita
Royalty Free
A economia mundial atravessa um novo período turbulento. O quadro atual combina desempenhos muito diferentes entre as diversas regiões. No foco das preocupações atuais está a região do Euro – mais precisamente, os países da periferia do Euro. A situação de países como Grécia e Portugal é particularmente complicada por conta da combinação de endividamento excessivo do governo, dificuldade política para a implementação de reformas e baixa capacidade de gerar recursos para o pagamento de suas enormes dívidas.
Nada disto é novidade, mas o crescimento da percepção de que um calote da dívida grega é inevitável tem pesado sobre o humor dos mercados. Isto porque dificilmente a crise se restringiria à Grécia: outros países pequenos, como Irlanda e Portugal, poderiam ter que seguir pelo mesmo caminho. E mesmo países maiores e em condições financeiras mais saudáveis não estão completamente a salvo, por conta de todas as conexões econômicas e financeiras que existem entre os países da região. Um calote da Grécia, ou de Portugal, pode levar a um efeito dominó, tornando mais frágil a situação de bancos alemães, franceses, britânicos e espanhóis, que emprestaram dinheiro para governos, empresas e bancos destes países e agora correm o risco de ficar a ver navios.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
O que é a Itália?
Guiseppe Mazzini, articulador da Unificação Italiana.
Fernando Archetti
‘’No que consiste a Itália? O que é que liga as repúblicas, os tiranos, os papas e os imperadores? ...O conhecimento não logra esclarecer: de fato, apenas fornece evidências do caos’’, assim se expressou o político italiano Giuseppe Ferrari no século XIX, referindo-se ao problema da construção de uma nação italiana. De fato, o que é a Itália? O nome ‘’Itália’’, à época da Roma antiga, referia-se às terras do sul da península. Com o domínio latino e unificação sob Roma, o nome difundiu-se e estendeu-se para o resto do território.
A PRIVATIZAÇÃO DAS GUERRAS: O CRESCIMENTO DAS EMPRESAS MILITARES
Jéssica Rayel
Com o fim da Guerra Fria, as funções que eram tradicionalmente desempenhadas por forças públicas de segurança ou militares foram gradualmente subcontratadas por empresas particulares militares e de segurança. Essas atividades incluem tarefas de segurança, apoio técnico e logístico, treinamento e proteção, ou seja, serviços tipicamente prestados pelo setor militar passaram para a esfera privada.
terça-feira, 24 de maio de 2011
DEIXEM A BRITNEY EM P... DESCULPEM... DEIXEM O PALOCCI EM PAZ!
MARLUS FORIGO
FILÓSOFO E CIENTISTA POLÍTICO
Neste mês de maio o cenário político nacional tem sido agitado por novas denúncias de enriquecimento ilícito de políticos. Até aí, infelizmente, nada de anormal não fosse o fato deste político ser o atual ministro da Casa Civel, António Palocci, o mesmo que já havia sido afastado de uma das pastas ministeriais do governo Lula em 2006. As denúncias contra Palocci têm alimentado a sede dos críticos e piadistas de plantão em detratar o governo do PT, o que me leva a protestar em alto e bom som:
_ COMO É QUE ALGUÉM OUSA TIRAR SARRO DA CARA DA BRITNEY... (ops...).
Desculpem, eu quis dizer do ministro da Casa Civil, o Palocci?
_ DEPOIS DE TUDO QUE ELE PASSOU! ELE PERDEU A TIA, PASSOU POR UM DIVÓRCIO... (ops de novo...).Perdoem-me, é que acabei de assistir ao vídeo de uma fã da Britney Spears que me deixou emocionado e estou misturando as coisas. O Palocci não perdeu uma tia e nem se divorciou, mas está sendo novamente alvo de denúncias, mas vamos por partes.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
O Caso Palocci: mais um episódio na vida da lúmpen esquerda internacional.
Por Carlos-Magno Esteves Vasconcellos.
Há cerca de uma semana (dia 15 de maio), a Folha de São Paulo divulgou em suas páginas a notícia do enriquecimento meteórico do atual ministro da Casa Civil, Antônio Palocci (PT), que, segundo a matéria do jornal, teria multiplicado por vinte o valor de seu patrimônio pessoal ao longo dos últimos 4 anos (2006-2010), quando exerceu o cargo de deputado federal, fazendo-o saltar de R$375 mil para mais de R$7,5 milhões (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1505201102.htm).
Farejando a possibilidade de um escândalo, a cambada da oposição (principalmente, PSDB e DEM) saiu ao ataque exigindo esclarecimentos ao sr. Palocci.
sábado, 21 de maio de 2011
O cientificismo na esfera racial
Por Norma Mitiko Yamagami
Graduanda do curso de Direito pelo Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA
Este artigo é baseado no trabalho desenvolvido na disciplina de Seminários de Cultura Jurídica I, orientado pelo Professor Luíz Otávio Ribas. Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA), 2011.
Nenhum ser é completamente igual ao outro. É a diversidade que faz com que cada ser se adapte melhor ou pior aos diversos desafios que o ambiente lhe proporciona. Assim, os mais adaptados têm mais chances de sobreviver e se propagar, por meio de um mecanismo que Darwin chamou de seleção natural.
Graduanda do curso de Direito pelo Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA
Este artigo é baseado no trabalho desenvolvido na disciplina de Seminários de Cultura Jurídica I, orientado pelo Professor Luíz Otávio Ribas. Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA), 2011.
O Apartheid dividiu não brancos, não europeus, dos outros, em 1948. |
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Vale a pena conferir: “TERRA DE NINGUÉM”
Por Gabriela Sueitt Abud
Uma verdadeira força europeia, formada por Bósnia, Eslovênia, Bélgica, França, Itália e Inglaterra, une seus esforços para produzir um filme que critica abertamente a ação das Nações Unidas na Guerra da Bósnia e, diga-se de passagem, em muitas de suas missões de paz.
O “JEITINHO” COMO ELEMENTO DA IDENTIDADE E DO COMPORTAMENTO SOCIAL DOS BRASILEIROS
*Camile Wiederkehr
“E o sr. não pode dar um ‘jeitinho’?” Essa frase provavelmente é uma das expressões mais populares no âmbito da sociedade urbana brasileira. Poucos são os que nunca lançaram mão dessa frase, com voz macia, ares simpáticos e olhos suplicantes. De certo modo o “jeitinho” é basicamente um falar de aprovação, que faz parte do caráter brasileiro, pois sintetiza o lado cordial, simpático, alegre e esperto (BARBOSA, 2006).
O “jeitinho brasileiro” é do conhecimento de todos e está muito presente no cotidiano dos brasileiros; faz parte do contexto histórico e moderno da nossa sociedade e somos conhecidos por essa maneira peculiar de lidar com nossos problemas internos.
O “jeitinho” é visto pela população, e também na literatura em geral, tanto positivamente quanto negativamente.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Acordo como exemplo e um exemplo de acordo
"O aspecto mais relevante desse acordo [entre o Hamas e o Fatah] é que ele servirá de exemplo num lugar do planeta onde o que vemos são enfrentamentos e a ameaça de fundamentalistas se aproveitando da situação."
por Ângela Moreira
terça-feira, 17 de maio de 2011
Inside Job: apesar de moribunda, Hollywood ainda respira.
Por Carlos-Magno Esteves Vasconcellos
Por décadas o sistema financeiro americano foi estável e seguro, mas aí algo mudou... a indústria financeira virou-se de costas para a sociedade. Corrompeu nosso sistema político e mergulhou a economia global na crise.
O documentário Inside Job (Trabalho Interno), do norte-americano Charles H. Ferguson, ganhador do Oscar desta categoria em 2011, é uma tentativa bem sucedida de explicar a dinâmica da crise financeira que se iniciou em 2008 nos Estados Unidos, e se propagou, na seqüência, para o resto do mundo, não poupando sequer a pequena economia da Islândia. O filme consegue ser didático ao lidar com temática espinhosa e permite que leigos em economia entendam a natureza kamikaze do capitalismo financeiro hodierno.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
HANNAH MONTANA E O CONGRESSO BRASILEIRO
Marlus Forigo
Filósofo e Cientista Político
Milley Cirus é uma atriz e cantora juvenil que seduziu crianças, adolescentes e alguns adultos com suas músicas e personagem no seriado televisivo, cujo nome lhe valeu o codinome de Hannah Montana.
A jovem esteve no Brasil fazendo shows no Rio de Janeiro e São Paulo nas noites de sexta-feira e sábado, dias 13 e 14 de maio de 2011, respectivamente. Minha filha Carolina, de 10 anos, desde que soube que a cantora estaria em terras Tupiniquins, não parou de me espicaçar a paciência para levá-la ao show. Mas o que é que a presença de Hannah Montana pode interessar ao leitor deste ensaio e mais, que relação, pois mais absurda que se possa fazer, a jovem popstar tem com a política brasileira? Para esta pergunta só existe uma resposta: NENHUMA!Calma! Não existe uma relação, mas uma conexão, ao menos para mim. Mas, para explicitá-la preciso falar sobre outra pessoa, o Fernando Rodrigues, não tão “importante” como Hannah Montana, mas que merece alguns instantes de nossa atenção. Fernando Rodrigues é jornalista do Jornal Folha de São Paulo e mantém uma página de política no site UOL. Na internet ele mantém uma listagem dos principais casos de desvio de conduta dos Senadores e Deputados Federais no ano de 2010 e nestes primeiros meses de 2011, facilmente identificada pelo título ”Monitor de escândalos no Congresso”. Vou citar e brevemente comentar àqueles casos que mais diretamente me afetaram.
domingo, 15 de maio de 2011
Guerra Cambial: Concorrência, liberalismo e política
Guilherme de Melo Silva*
Entende-se por “guerra cambial” a manipulação das taxas de câmbio com vistas a desvalorizar moedas, para assim, favorecer exportações e reduzir importações. Sobre essa situação vale destacar dois países que têm causado instabilidade mundial através da “internacionalização” de suas políticas cambiais domésticas. Desde 1994, a China tem sido rígida no controle cambial – sendo esse um dos fatores condicionantes do crescimento econômico do país e da sua chegada a posição de segunda maior economia do mundo. Por outro lado, com o crescimento das exportações chinesas, e ainda sofrendo graves conseqüências da crise financeira de 2008, os Estados Unidos, desde então, interferem no valor de sua moeda – já no fim do ano passado lançaram um plano de injeção de USD 600 bilhões no mercado –, assim, desvalorizando o dólar e, consequentemente, fazendo com o que seus produtos e serviços tenham um valor menor para o resto do mundo. Essas medidas resultaram em mudanças na política econômica e de câmbio por outros países do cenário internacional, como Japão, Tailândia e Coréia do Sul, e causam prejuízos a mais dezenas de Estados, entre eles o Brasil.
sábado, 14 de maio de 2011
A tortura como um dilema imoral
Por Luiz Otávio Ribas
O artigo "Tortura impõe um dilema moral", de Luara Ferracioli, publicado dia 8 de maio no jornal Gazeta do Povo, traz a tona debate difícil e escorregadio. Perguntar-se sobre a possibilidade do uso da tortura já é um erro grave. Quando nos colocamos esta questão é porque o paradigma moral já foi perdido.
O regime militar brasileiro torturou, perseguiu e matou. |
Decifrando o Código Hamas
Por Andrew Traumann*
O dirigente do Hamas Mahmoud Zahar declarou nesta semana que o movimento islâmico está disposto a aceitar o estabelecimento de um Estado palestino nas fronteiras de 1967, embora ressalte que nunca reconhecerá Israel. Suas declarações ocorrem em meio a esforços para formação de um Governo de união nacional que inclua os membros do Hamas e do movimento nacionalista Fatah, depois do acordo de reconciliação assinado entre as duas facções no dia 4 de maio no Cairo.
Zahar fez as afirmações à rádio da agência Palestina Independente "Maan", ocasião em que afirmou que qualquer reconhecimento formal do Estado judeu poderia "suspender o direito para as futuras gerações de libertar suas terras".
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Déjà vu
Adriana Beltrão Dupita
Gregos vendem usados e lixo para sobreviver na crise
Fonte: BBC Brasil
Déjà vu (Houaiss): forma de ilusão da memória que leva o indivíduo a crer já ter visto (e, por ext., já ter vivido) alguma coisa ou situação de fato desconhecida ou nova para si
Há algo de déjà vu na crise que assola a União Européia. A um período de prosperidade artificial, se seguem a constatação da crise, a elaboração de planos de emergência e as enormes dificuldades políticas em implementar as medidas exigidas por quem oferece ajuda. Este roteiro já foi vivido várias vezes pelos emergentes – inclusive o Brasil, em mais de uma oportunidade. Agora, a história se repete com países pequenos que fazem parte da Região do Euro. Por ora, a crise já contaminou as economias da Grécia, da Irlanda e de Portugal, mas o temor é que se alastre para economias maiores, como a Espanha e a Itália. O que a história brasileira e a teoria econômica têm a nos ensinar sobre esta situação?
terça-feira, 10 de maio de 2011
Uma era pós-Osama Bin Laden? O que a esquerda tem a dizer?
Escrito por Fernando Marcelino
Como atenta Susan Willis, logo após o 11 de setembro, quando a nação estadunidense ainda se recuperava dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, os meios de comunicação, aparentemente insatisfeitos com a catástrofe ocorrida, espalharam o medo de que terroristas, tendo fechado o tráfego aéreo e a Bolsa de Valores, iriam continuar sua empreitada usando armas químicas e biológicas. Os temores se concretizaram com as correspondências com antraz, cinco verdadeiras e outras milhares fraudentas. A histeria se espalhou pelo país desde as áreas afastadas da zona rural até as grandes metrópoles – lugares que, até então, eram considerados de baixo risco como alvos terroristas em potencial. Agências de correio das faculdades mandaram para quarentena pacotes de biscoitos caseiros que recebiam; milhares de correspondências foram lacradas e armazenadas para testes futuros; diversos vôos comerciais foram redirecionados e forçados a pousar quando qualquer tipo de pó branco (na maioria das vezes, adoçante) era encontrado nas bandejas. Nas suas palavras, "substâncias triviais da vida cotidiana – pó para pudim de baunilha, açúcar, farinha, talco – conseguiram fechar escolas e fábricas, reter correspondências e emperrar o ritmo usual dos negócios. O país entrou em pânico. Os cidadãos tinham medo de receber e, sobretudo, de abrir suas correspondências. Órgãos governamentais, o serviço postal e os centros para controle de doenças demoraram em emitir recomendações preventivas. E quando a recomendação era feita, intensificava a preocupação pública. Ordenaram que procurássemos envelopes suspeitos: cartas sem remetente, combinações estranhas de selos, volumes injustificados, embrulhos inusitados e, sobretudo, o pó branco. Fomos avisados para lacrar a carta suspeita num saco plástico, bem como nossas roupas, e tomarmos banho imediatamente. Acompanhando o aviso, vieram centenas de outros trotes e alarmes falsos. As pessoas começaram a encomendar e estocar Cipro, o antibiótico então recomendado. Algumas pessoas, que nunca haviam sido expostas, começaram a tomar o remédio antecipadamente, apesar da advertência médica de que a droga produziria efeitos colaterais indesejados".
Como atenta Susan Willis, logo após o 11 de setembro, quando a nação estadunidense ainda se recuperava dos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono, os meios de comunicação, aparentemente insatisfeitos com a catástrofe ocorrida, espalharam o medo de que terroristas, tendo fechado o tráfego aéreo e a Bolsa de Valores, iriam continuar sua empreitada usando armas químicas e biológicas. Os temores se concretizaram com as correspondências com antraz, cinco verdadeiras e outras milhares fraudentas. A histeria se espalhou pelo país desde as áreas afastadas da zona rural até as grandes metrópoles – lugares que, até então, eram considerados de baixo risco como alvos terroristas em potencial. Agências de correio das faculdades mandaram para quarentena pacotes de biscoitos caseiros que recebiam; milhares de correspondências foram lacradas e armazenadas para testes futuros; diversos vôos comerciais foram redirecionados e forçados a pousar quando qualquer tipo de pó branco (na maioria das vezes, adoçante) era encontrado nas bandejas. Nas suas palavras, "substâncias triviais da vida cotidiana – pó para pudim de baunilha, açúcar, farinha, talco – conseguiram fechar escolas e fábricas, reter correspondências e emperrar o ritmo usual dos negócios. O país entrou em pânico. Os cidadãos tinham medo de receber e, sobretudo, de abrir suas correspondências. Órgãos governamentais, o serviço postal e os centros para controle de doenças demoraram em emitir recomendações preventivas. E quando a recomendação era feita, intensificava a preocupação pública. Ordenaram que procurássemos envelopes suspeitos: cartas sem remetente, combinações estranhas de selos, volumes injustificados, embrulhos inusitados e, sobretudo, o pó branco. Fomos avisados para lacrar a carta suspeita num saco plástico, bem como nossas roupas, e tomarmos banho imediatamente. Acompanhando o aviso, vieram centenas de outros trotes e alarmes falsos. As pessoas começaram a encomendar e estocar Cipro, o antibiótico então recomendado. Algumas pessoas, que nunca haviam sido expostas, começaram a tomar o remédio antecipadamente, apesar da advertência médica de que a droga produziria efeitos colaterais indesejados".
domingo, 8 de maio de 2011
OBAMA, BRASIL E O PRÉ-SAL
OBAMA, BRASIL E O PRÉ-SAL
* Hilarian D. B. Silva
Durante todo o tempo que o presidente Barack Obama esteve no Brasil, sentiu-se uma empolgação da mídia em dar todos os detalhes de sua visita. Deu-se também, muitos motivos para o objetivo dela.
Sem dúvida, seu carisma e aparentes interesses e conhecimentos sobre a cultura brasileira, dando ênfase também às conquistas em relação à retirada de milhões de pessoas da pobreza e do PIB que ultrapassa o da Itália, causaram deslumbramento em relação a ele e ao que representa. Sua relevância no mundo é clara, afinal, Obama é o presidente dos Estados Unidos da América, mas é o suficiente para ficarmos atentos ao seu carisma e discursos bem embasados?
sábado, 7 de maio de 2011
EU NÃO MATEI BARACK OBAMA
Marlus Forigo
Filósofo e Cientista Político
Tudo começou no sofá da minha sala, em frente ao aparelho de TV ultrafino de tela de LED, que transmitia em high definition um filme que marcou para sempre minha existência: “A Lagoa Azul”. Ao mesmo tempo em que assistia ao filme, navegava pelo internet e sem intenção, me vi diante de uma página do site de uma revista* brasileira conhecidíssima por suas posições antipetistas, que trazia o seguinte título de reportagem: “EUA já gastaram mais de US$ 1 trilhão com guerras no Afeganistão e Iraque - Só em 2009, a indústria bélica movimentou US$ 1,5 trilhão no mundo todo”.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Crescimento e emprego
Em 2010 a economia brasileira cresceu 7,5% e houve a geração de 2,5 milhões de novos empregos formais. Olhados de forma isolada, os dados geram certo otimismo; entretanto, considerando-se nossa queda de PIB em 2009 e o desempenho de outros países dos BRICS (em 2010 o crescimento do PIB chinês foi superior a 10%) não são números dignos de comemoração). Além do crescimento em si, é importante avaliar e refletir sobre os efeitos desse crescimento sobre o mercado de trabalho brasileiro, em especial sobre o gargalo de mão de obra que começa se formar em determinados setores e regiões.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
A questão do mal
Etiane Caloy *
"Se apenas tudo fosse tão simples! Se apenas houvesse pessoas más em algum lugar, cometendo insidiosamente atos maléficos, e fosse necessário apenas separá-las do resto dos homens, e destruí-las. Mas a linha que separa o bem do mal atravessa o coração de todo ser humanao. E quem quer destruir um pedaço do próprio coração?... Às vezes um ser humano é quase um diabo, outras vezes é quase um santo. Mas seu nome não se modifica, e a esse nome atribuímos tudo, o bem e o mal."
Alexandre Soljenitsin
O Arquipélago Gulag, 1974.
* Etiane Caloy é Doutora em História e professora do UNICURITIBA nas disciplinas de História do Brasil, Metodologia da Pesquisa e Métodos e Técnicas de Pesquisa em RI´s.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Vitória de um Presidente
Juliano da Silva Cortinhas
A morte de Osama bin Laden está sendo vista, principalmente pela população dos Estados Unidos, como uma grande “vitória” militar daquele país que, por meio de seus serviços de inteligência, encontrou o esconderijo do terrorista e matou seu inimigo número um, aumentando o nível de segurança internacional. A frase precisa ser interpretada de modo crítico para que o verdadeiro significado do evento possa ser compreendido. As relativizações em relação à sua importância política e estratégica são diversas, mas tentaremos resumi-las.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Negros e índios na invenção do Brasil
Divulgamos o minicurso "Negros e índios na invenção do Brasil", com apresentação de artigos da disciplina de Seminário da Cultura Jurídica – História do Direito no Brasil, sob orientação do Prof. Luiz Otávio Ribas.
A atividade faz parte da VII Semana de Extensão: "Diálogo entre saberes", desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão Acadêmica (NPEA), campus Milton Vianna Filho.
As inscrições podem ser feitas no local da atividade, sem necessidade de inscrição prévia.
Os trabalhos apresentados serão:
3 de maio, terça-feira
noite, 19:20-22:00, sala C44
Raissa Milanezi – 3B
Rosineide Oliveira – 3H
Rafael Storilio – 3E
4 de maio, quarta-feira
manhã, 08:30-11:30, sala B34
Thomas Ledesma – 3F
Camila Oliveira – 3E
Norma Yamagami – 3E
Graziela Limeira – 3E
noite, 19:30-22:00, sala C26
Lucía Nicolini – 3C
Vinícius Pflanzer – 3C
Flávia Pereira – 3B
Os temas trabalhados pelos estudantes abordam desde o processo colonial, português e espanhol, até o surgimento das faculdades de direito, passando por questões fundamentais como o racismo, o etnocídio, entre outros temas. Foram utilizadas diferentes metodologias, desde a pesquisa de fontes primárias no arquivo público do Paraná, até o relato de visita a aldeia indígena.
UM CASAMENTO, UMA MORTE E UMA ROSA PÚRPURA
Marlus Forigo
Filósofo e Cientista Político
Meu desejo inicial era escrever sobre o enlace matrimonial do século, afinal foi a primeira vez, depois de muitos desenhos animados e filmes de contos de fadas, que tive a oportunidade de acompanhar, em minha existência hodierna, o casamento de um príncipe de verdade. Porém, as coisas no mundo real não acontecem como no universo onírico e a morte de Osama Bin Laden pôs fim ao êxtase que me envolveu, desde o momento em que vi, pela televisão, o Príncipe William chegando às portas da Abadia de Westminster. Se alguma parte de mim, não se solidarizava com os norte-americanos em seu ódio ao líder da Al Qaeda, ela foi aniquilada junto com meus devaneios principescos e por isso vocifero:
_Maldito seja Osama Bin Laden por ter arrancado a mim e a outros bilhões de pessoas, do mar de fantasias que havíamos mergulhado, pois sua morte simplesmente arrancou dos noticiários a imagem singela do jovem casal real e me fez sentir a obrigação de escrever sobre ela.
domingo, 1 de maio de 2011
A história ainda não acabou!
Prof. Dr. Carlos-Magno Esteves Vasconcellos
Em 1989, eufórico com a queda do Muro de Berlim, o ensaísta burguês-liberal norte-americano Francis Fukuyama bradou em alto e bom som para o mundo ouvir o The end of history, anunciando o triunfo definitivo do capitalismo liberal e da democracia burguesa como formas de organização econômica e política da sociedade mundial. No final daquele mesmo ano, líderes internacionais da democracia burguesa pareceram ratificar as premonições de Fukuyama, conspirando a favor da construção do Consenso de Washington. Mas, em 2000, frente às frustrações sócio-econômicas nascidas do capitalismo neoliberal pós Consenso de Washington, as Nações Unidas se viram forçadas a refutar os presságios de Fukuyama, anunciando a ‘Declaração do Milênio’, onde convidava o mundo a mudar os rumos de sua história.
Moeda valorizada ou desvalorizada: o que é melhor?
Cintia Rubim
Como toda moeda tem dois lados, a resposta é: depende. Muitos devem se perguntar se o Real “forte”, ou seja, valorizado frente ao dólar não é bom para o país. Os efeitos positivos de uma taxa de câmbio valorizada frente ao dólar, dentre outros, podem ser o de ajuda no controle da inflação (o componente importado da economia fica mais barato), recuperação do poder de compra dos salários e efeito financeiro positivo para os devedores em moeda estrangeira. Mas parece que há muito mais efeitos negativos.