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terça-feira, 16 de novembro de 2021

Volta ao Mundo em 7 Dias - Notícias de 08/11 a 14/11

Por Alécia Alves

  • Escócia
    Após quase duas semanas de negociações na Conferência das Partes (COP26) em Glasgow, a reunião dos líderes mundiais acabou por resultar em alguns acordos firmados no sábado (13). Na convenção foram discutidas diversas questões dentro do tema Meio Ambiente, inclusive promessas que haviam sido feitas na COP25, os temas mais caros eram: os meios para conter o rápido avanço do aquecimento global; o uso de combustíveis fósseis, a redução da emissão de gases do efeito estufa e como compensar ou ressarcir os países mais vulneráveis pelos danos sofridos até então. 
    Uma das partes do acordo considerada mais importante versa a respeito do uso de combustíveis fósseis, esse tema não havia sequer sido abordado nas COPs anteriores. A proposta inicial seria eliminar o uso dos combustíveis fósseis gradativamente, mas por pressão da Índia, China e Irã e para que o texto não fosse descartado por completo, no lugar de “eliminar” o uso do carvão passou-se usar-se a palavra “reduzir”, permitindo, dessa forma o seu uso contínuo.


    As grandes críticas a respeito da conferência e dos acordos firmados se dão em cima do fato de que mais uma vez os Estados mais vulneráveis, aqueles que menos poluem e ainda assim mais sofrem com as mudanças climáticas, seguem sendo ignorados e sem receber nenhum tipo de ressarcimento pelos danos causados pelas grandes potências durante séculos. Uma promessa havia sido feita na COP25 em Paris a respeito da criação de um fundo de 100 bilhões anuais para financiar as nações em desenvolvimento a partir de 2020, mas a promessa não foi cumprida, o que deixou os representantes desses países indignados. 
  Segundo Rachel Cleetus do Programa de Clima e Energia da União de Cientistas Preocupados: “A decisão final da COP26 está esmagadoramente comprometida pelos países que mais contribuíram para a crise climática e mais uma vez negam justiça para os países em desenvolvimento vulneráveis ao clima”. 
    Além disso, não houve grandes avanços na ambiciosa meta também proposta na COP25 de Paris em limitar o aquecimento global a até 1,5C, sendo postergado para COP27 no Egito. Na prática, o que ficou acordado (sendo acatado de forma variável pelos países) foi: o apoio ao desenvolvimento de tecnologia limpa através do financiamento das indústrias de queima de combustíveis fósseis; a redução e até mesmo eliminação do uso de combustíveis fósseis e o manifesto da soja do Reino Unido por parte das empresas da região em não utilizar soja de proveniente de desmatamentos a partir de jan. de 2020. 

  • Belarus
    Cresce a crise migratória na fronteira entre Belarus e União Européia, trazendo muita tensão entre os governos de MInsk, Moscou, Varsóvia e representantes da UE. Já foram mais de 30 mil tentativas de cruzar as fronteiras de Belarus para o território Europeu desde segunda-feira (8). Lukashenko, atual presidente de Belarus, tem sido acusado de fomentar esse processo ajudando a promover o tráfico de pessoas como uma forma de pressionar o bloco europeu, a Russia também tem sido acusada de participar.


    As autoridades polonesas afirmam que os imigrantes chegaram preparados para o frio e escoltados por agentes do regime de Minsk, os imigrantes não são dos países fronteiriços, mas em sua maioria do Oriente Médio, especialmente do Iraque e da Síria. Não é a primeira vez que Lukashenko é acusado de tirar proveito da fragilidade dos imigrantes para causar inquietação nas fronteiras, dessa vez, essa seria uma forma de retaliação pelas sanções mais recentes que Belarus vem sofrendo pela UE. 
    A União Europeia pretende impor novas sanções, desta vez incluindo as companhias aéreas que têm colaborado com o governo de Minsk no tráfico aéreo de pessoas ativamente ou por omissão. Lukashenko por sua vez ameaça cortar o trânsito de gás natural e de outros bens exportados pelo país para a UE caso haja novas sanções. Enquanto tudo isso ocorre, os imigrantes passam por situações de miséria, dependendo de ajuda de moradores locais e ONGs para sobreviver. 

  • China
    Foi publicado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos na quarta-feira (10) o relatório anual a respeito dos investimentos feitos pela China no desenvolvimento das forças armadas. A partir dos dados oferecidos pelo relatório é possível observar que Pequim está em um processo fervoroso de expansão, foram observados diversas novas bases nucleares e testes de mísseis hipersônicos com capacidade nuclear, estima-se que até 2027 o Estado obtenha em torno de 700 ogivas nucleares, e pelo menos 1000 até 2030, atualmente a China possui em torno de 250 a 300 ogivas. Não há muita transparência por parte do governo Chinês relativamente a seu programa atômico, mas os especialistas concordam em apontar que esta é uma projeção iminente. Pequim respondeu ao relatório acusando-o de ser manipulativo. 
    Na prática, o receio internacional é que haja um desequilíbrio da Nova Ordem Mundial e um incentivo de mais investimento por parte das demais potências nucleares em um contexto de tensões entre Washington sobre taiwan e o mar da China Meridional. Embora os Estados Unidos e a Rússia estejam tecnicamente bloqueados pelo acordo New Start, que estabelece um limite de mobilização de até 1550 ogivas, eles ainda obtém um arsenal muito superior às demais potências nucleares e é essa diferença que a China aparentemente busca diminuir ou eliminar. 

  • Áustria
    Devido a uma nova onda de infecção pelo COVID19 em pessoas não vacinadas, o governo austríaco optou por impor lockdown àqueles que ainda não tiverem tomado as doses da vacina. O lockdown deve iniciar na segunda-feira (15), os não vacinados não poderam sair de casa a não ser para serviços essenciais como trabalhar, ir ao mercado ou vacinar. Apenas 65% da população está vacinada e as autoridades temem que haja novas mortes e novo colapso dos serviços de saúde. O controle será feito por fiscalização não anunciada previamente. A medida foi recebida com protestos pelos ativistas do movimento antivacinas. 



Referências
COP26 termina com acordo climático; veja o que deu certo e as falhas nas negociações. CNN INTERNATIONAL. 14 de nov. de 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/cop26-termina-com-acordo-climatico-veja -o-que-deu-certo-e-as-falhas-nas-negociacoes/.
“Passo importante, mas não o suficiente”, afirma Guterres sobre acordo da COP26. ONU NEWS. 13 de nov. de 2021. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2021/11/1770432.
EU agrees new sanctions on Belarus over border crisis. ALJAZEERA. 15 de nov. de 2021. Disponível em: https://www.aljazeera.com/news/2021/11/15/eu-agrees-new-sanctions-on-belarus-a mid-border-crisis.
O que ocorre na fronteira de Belarus com a Polônia? Entenda o que está em jogo no conflito migratório. EL PAÍS. 11 de nov. de 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-11-11/o-que-ocorre-na-fronteira-de-belar us-com-a-polonia-entenda-o-que-esta-em-jogo-no-conflito-imigratorio.html.
Os poloneses que optam por não olhar para o outro lado: “Os imigrantes bebem água como se fosse o fim do mundo”. EL PAIS. 14 de nov. de 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-11-14/os-poloneses-que-optam-por-nao- olhar-para-o-outro-lado-os-imigrantes-bebem-agua-como-se-fosse-o-fim-do-mundo. html.
Fome, frio e morte na fronteira entre a Polônia e Belarus. EL PAÍS. 12 de nov. de 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-11-12/fome-frio-e-morte-na-fronteira-entr e-a-polonia-e-belarus.html.
China sacode a velha ordem nuclear mundial. EL PAÍS. 08 de nov. de 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-11-08/china-sacode-a-velha-ordem-nucle ar-mundial.html 
China diz que relatório dos EUA sobre arsenal nuclear é 'manipulação'. ESTADO DE MINAS INTERNACIONAL. 05 de nov. de 2021. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2021/11/05/interna_internacional,13 20158/china-diz-que-relatorio-dos-eua-sobre-arsenal-nuclear-e-manipulacao.shtml.
Austria orders nationwide lockdown for unvaccinated. ALJAZEERA. 14 de nov. de 2021. Disponível em: https://www.aljazeera.com/news/2021/11/14/austria-orders-nationwide-lockdown-for- unvaccinated. 



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