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segunda-feira, 20 de novembro de 2023

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



Por: Laurielle Santos 

Dia da Consciência Negra, Anos de Desigualdade: A Realidade da População Negra no Brasil. 

 

Em 20 de novembro, o Brasil celebra o Dia da Consciência Negra. Em uma nação rica em diversidade cultural, além de celebrar a herança afro-brasileira, o dia serve como um chamado para uma contemplação mais profunda das circunstâncias difíceis que a comunidade negra no Brasil enfrenta. É fundamental ir além da superficialidade que frequentemente abrange as discussões em torno da data, e estimular um autêntico senso crítico que pode levar a mudanças significativas dentro da nossa sociedade. 


Ao comemorarmos o Dia da Consciência Negra, devemos reconhecer que a luta histórica pela igualdade e contra o racismo é uma luta contínua. A superficialidade desses debates, pode limitar o entendimento do que se compreende como racismo e resultar em posicionamentos mal colocados e medidas ineficientes ou até mesmo inexistentes, que levam ao aumento das disparidades raciais, que traspassa as dinâmicas políticas até o cotidiano dessa população. Um exemplo claro dessa realidade, são as inúmeras operações policiais que ocorrem dentro das periferias que trazem como resultado, a violência excessiva e a violação dos direitos humanos. Essa política de guerras às drogas, apesar de assegurar um objetivo de segurança pública, continuamente se transpõe em um ciclo de violência perante as comunidades pobres e negras. 


Além disso, essa política julga e criminaliza de forma desproporcional pessoas negras, contribuindo para superlotação de presídios e para a marginalização dessa parcela da população brasileira, que já se encontra em situação de vulnerabilidade. A desigualdade que aterroriza esse grupo se manifesta de maneiras diferentes, que engloba contextos sociais, econômicos, de saúde, ambientais, dentre outros. A violência que para a população negra brasileira se apresenta em abordagens múltiplas, é apenas um reflexo da falta de representatividade e protagonismo nos espaços como políticos e acadêmicos. 


Dessa forma, surge a urgente necessidade de transcender narrativas simplistas, que por vezes, colocam um pano de fundo para uma realidade cruel e desumana vivenciada pela população negra. Enquanto continuarmos em nos contentar com discursos que assumem uma postura reducionista, essa parcela da população continuará a enfrentar barreiras sistemáticas que perpetuam a violência em diversas formas. Neste Dia da Consciência Negra, e nos anos em diante, é vital estimular discursos e debates críticos comprometidos com transformações reais. 


O debate superficial deve ser substituído por um diálogo honesto e corajoso que pode resultar em diferenças substanciais e na construção de um país verdadeiramente inclusivo e justo para todos. 


 

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