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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Por Onde Anda: Ana Caroline Moreno - mestranda na University of California, atua também em ONG de amparo à sobreviventes de violência sexual em Washington


A seção "Por onde anda" entrevista egressos do Curso de Relações Internacionais do UNICURITIBA sobre experiências acadêmicas, profissionais e de vida concretizadas após o término do curso e é coordenada pela Prof. Michele Hastreiter e pela Prof. Angela Moreira


Nome Completo: Ana Caroline Moreno
Ano de ingresso no curso de Relações Internacionais: 2012
Ano de conclusão do curso de Relações Internacionais: 2015
Ocupação atual: Mestranda em Global Studies na Univeristy of California em Santa Barbara.

Blog Internacionalize-se: Conte-nos um pouco da sua trajetória após a formatura no curso de Relações Internacionais.
 
Ana Moreno: Depois da nossa formatura (março de 2016) trabalhei como assistente no Collège International de Cannes (CiC), cuja filial em Curitiba pertence à outra egressa, a Bianca Frisonroche. Ajudei a desenhar e promover intercâmbios e parcerias do CiC com universidades em todo Brasil, inclusive com o Unicuritiba. No primeiro semestre de 2017 trabalhei para o HeartForChange em Barranquilla, Colômbia, uma experiência profissional e pessoal incrível. No segundo semestre ingressei no mestrado em Global Studies pela University of California, Santa Barbara (UCSB). Atualmente estou em fase de pesquisa para a tese, estudando sobre Violência de Gênero-Política (um sub-gênero do feminicídio) na América Latina, em especial no Brasil. Minha pesquisa envolve também acompanhar movimentos feministas, suas pautas e atuação frente à órgãos públicos além da análise de estudos de caso, como o da Marielle Franco. Em setembro começo a estagiar na SurvJustice, uma ONG de Washington que oferece assistência legal a sobreviventes de violência sexual, além de treinamentos institucionais e atuação em políticas públicas.

Blog Internacionalize-se: Como é seu dia-a-dia atualmente?
  
Ana Moreno: Meu dia-a-dia durante o ano letivo (agora é verão e estamos fora do campus) inclui o mestrado em si e o trabalho dentro da universidade. As aulas são bem intensas, assim como carga-horária que levamos para casa. O trabalho varia a cada trimestre, já fui Teacher Assistant (monitora), coordenadora dos eventos do meu departamento e volto a dar aulas no próximo trimestre.


Blog Internacionalize-se: De que forma as aptidões adquiridas no curso de Relações Internacionais a ajudam em suas atividades atuais?

Ana Moreno: O que mais me ajuda atualmente foram as experiências adquiridas durante os três anos em que fui monitora de História das Relações Internacionais, trabalhando com o Professor Andrew Traumann. O Andrew me ensinou muito sobre o dia-a-dia acadêmico, elaboração de material, pesquisa, correções e sobretudo profissionalismo e como passar o conteúdo de uma forma interessante e dinâmica. É o que eu tentei aplicar com os meus alunos. Ensinar três turmas de "undergrads", cujo primeiro idioma era o inglês e cuja idade era quase igual a minha foi no mínimo desafiador. A monitoria me abriu as portas do mestrado de várias formas, também foi um diferencial na hora de conseguir bolsas e aprovações em oito ótimas universidades. Sou muito grata por essa experiência. 


Blog Internacionalize-se: Qual a lembrança mais marcante de seus tempos de faculdade?

Ana Moreno: Acho que minhas lembranças mais marcantes são as aulas incríveis da Patrícia, do Andrew, do Isaak e da Jannifer, entre outros professores. E de dar risada com meus amigos, que apelidamos de "quanto vale ou é por quilo" e que se tornaram minha família em Curitiba. Ah, e de virar noites com correções ou estudando - isso foi uma prévia para o mestrado. 


Blog Internacionalize-se: Quais são os seus planos para o futuro?
 
Ana Moreno: Creio que meus interesses mudaram desde o final da faculdade e mesmo os planos que tinha pro futuro quando entrei no mestrado já não são os mesmos. Tudo está em aberto agora, mas a vantagem de ter feito Relações Internacionais, além de uma formação abrangente, é que convivemos com pessoas de backgrounds e visões de mundo extremamente diferentes, o que de certa forma amortece aquela sensação de não querer seguir caminho A ou B. O internacionalista aprende que o mundo é interdisciplinar, inconstante que tudo bem mudar de ideia no meio do caminho. 


Blog Internacionalize-se: Que conselho deixaria para nossos alunos hoje?

Ana Moreno: Aconselharia a aproveitar tudo o que a faculdade oferece extraclasse - monitorias, iniciações científicas, intercâmbios, palestras, eventos, etc. Muitas aulas são ótimas e vão deixar saudades, mas é importante também tirar vantagem dos anos de graduação para descobrir o que dentro de RI desperta ou não o seu interesse. Mesmo que eles acabem mudando, a faculdade é uma excelente época para tentativas e essas experiências vão moldar não só seu currículo mas suas expectativas e noções do mundo lá fora, o que muitas vezes é uma dificuldade dentro de um curso tão teórico quanto o nosso.

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