A seção "Leituras Geopolíticas" é produzida por alunas e alunos do 5° período do Curso de Relações Internacionais da UNICURITIBA, com a orientação do professor de Geografia Política, Me. Gustavo Blum, e a supervisão da monitora da disciplina, Nathalia Valladares. As opiniões relatadas no texto pertencem aos seus autores e não refletem o posicionamento da instituição.
"Deu no New York Times"
A representação dos Jogos Olímpicos da Rio 2016 nos veículos internacionais de mídia
Karislla Boiko, Isabela Leal e Rebeca Fontoura *
Os jogos Olímpicos no Brasil
tiveram início no dia 5 de agosto e foram encerrados no dia 21 do mesmo mês. Em
meio a este evento internacional que envolveu 206 países participantes, o mundo
voltou seus olhos para o Rio de Janeiro e diversos jornais registraram desde a
cerimônia de abertura até os jogos. Entre elogios e críticas, foram destacados
os principais jornais internacionais que comentaram sobre o assunto.
Selecionamos alguns dos principais veículos de comunicação e a forma como representaram estes elementos em suas matérias:
NEW YORK TIMES (Estados Unidos
da América)
O jornal afirmou que o Brasil teve que contornar diversos problemas
para sediar os jogos, primeiramente com a crise política e econômica que o país
está passando, e a presença de Zika vírus. A cerimonia brasileira poderia ser
considerada como “menos impressionante visual e coreograficamente” quando comparada
com os jogos de Pequim, e menos “cheio de estrelas” que Londres. Mesmo assim, a
abertura de baixo orçamento foi destacada por sua energia contagiante. Com
relação ao resto dos jogos, o colunista Roger Cohen afirma que está cansado de
ler notícias ruins sobre as olimpíadas no Brasil. Também faz diversas elogias
aos jogos dizendo que foram incríveis e que “as olimpíadas são boas para o
Brasil e para o resto do mundo”.
LA VANGUARDIA (Espanha)
O
jornal destacou que a abertura foi “uma festa repleta de cor”. Foi o culminar
de quatro horas de orgulho Brasileiro, com muita festa, música brasileira,
carnaval e um pouco de samba e bossa nova. O jornal afirma que por um momento o
Maracanã se transformou em um sambódromo de cor e calor. O show também recebeu
pequenas críticas por ser de baixo orçamento: “um show com muita pompa do que
Londres e Pequim”, porém um espetáculo que pode ser descrito com o bom sentido
da palavra gambiarra (ato de improviso que impressiona).
EL CLARÍN (Argentina)
O
noticiário afirma que abertura em si foi um espetáculo que sem dúvida alguma,
chamou atenção, devido os poucos recursos usados, e seu deslumbrante resultado.
A cerimônia foi caracterizada como uma grande festa que iluminou os olhos do
mundo inteiro com incríveis efeitos visuais, uma trilha sonora encaixada
perfeitamente em cada momento com seus dançarinos estupendos. Além disso, o que
foi muito ressaltado também foi a alegria do público brasileiro. Povo já
conhecido por sua paixão pelo esporte acompanhou a cerimônia de cobertura,
apoiando os atletas de todas as modalidades, não deixando de vibrar também
pelos esportistas das demais nacionalidades.
THE GUARDIAN (Reino Unido)
O Guardian não
apenas elogiou a abertura da cerimônia e os jogos em si, mas também faz
comentários relacionados ao “after Olympics”, referindo-se aos bilhões de
gastos que foram investidos para a realização desse evento e os problemas que o
país enfrenta atualmente e em como eles seriam enfrentados após o fim dos
jogos. É ressaltado que vários hospitais estão em situações precárias, escolas
estão sendo fechadas, pessoas passam necessidades, e ainda cita a dívida que o
país tem com a Petrobrás, caso de corrupção que ficou conhecido mundialmente.
Além também de citar o zika vírus, aumentando assim, as dificuldades de desemprego
e violência. Claramente as Olimpíadas foram um sucesso, quando relacionado à
visualização do Brasil para com o mundo, isso não pode ser negado. Entretanto,
fazendo uma referência ao Brasil como um país contraditório, pois se diz ser
uma combinação entre a “beleza e a pobreza”, o jornal deixa em aberto o
seguinte questionamento: como ficam os brasileiros, com o país em suas
condições atuais, após sediar um dos maiores eventos mundiais?
THE DAILY TELEGRAPH (Reino Unido)
“Esta
foi uma celebração da cultura e da história do Brasil”; “uma celebração musical
da cultura brasileira, uma festa de dança e cores que também destacou as
glórias e tragédias da maior nação da América do Sul”, ou seja, dando ênfase
não só as belezas já conhecidas do país, mas também mostrando momentos ameaçadores
do lado mais sombrio da história do Brasil, da escravidão até a criação de
mega-cidades e nossas conhecidas favelas.
WASHINGTON POST (Estados Unidos)
Sob a visão
dos jornalistas a “Cerimônia de Abertura do Rio teve um orçamento pequeno e um
apelo grande", pois esta foi inovadora que trouxe as preocupações de longo
prazo, voltou as atenções do mundo para a criação da Terra para enviar um aviso
sobre as alterações climáticas e a necessidade de proteger as maravilhas
naturais que o Brasil já teve em abundância. Foi ressaltada também a grande
recepção do público presente, que pulsavam juntamente com as luzes, fogos de
artifício, acrobacias circenses, samba e bossa nova, reforçando as
características de um estilo festivo da nação. Os Jogos Olímpicos, com certeza
representaram muito mais do que a honra de receber atletas e pessoas de
diferentes nações, como muito bem observado nos noticiários, os brasileiros se
reuniram para elogiar a Cerimônia de Abertura e os Jogos Olímpicos, era algo
que a população precisava para novamente acreditar e mostrar ao mundo, que
apesar das dificuldades, fazemos “jus” à fama de estarmos na lista de povo mais
alegre do mundo.
Os jogos olímpicos superaram as expectativas
de todos. Entre os muitos aspectos positivos, podemos citar a imagem
internacional que foi construída do país. Diversas vezes foi destacada a
animação e energia do povo brasileiro. Também foi um grande incentivo ao
turismo, e mesmo com todos os gastos (que foram baixos se comparados aos anos
anteriores), se converteram em divulgação para o Brasil como um país que sabe
prestigiar seus atletas e esportes. Além disso, podemos afirmar que os
brasileiros precisavam desde evento, pois ele fez ressurgir o orgulho nacional,
e fizeram com que todos percebessem o valor do Brasil, e não somente seus
problemas.
* Karislla Boiko, Isabela Leal e Rebeca Fontoura são acadêmicas do 5º Período do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA).
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