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sábado, 22 de outubro de 2016

Leituras geopolíticas: "Deu no New York Times" - A representação dos Jogos Olímpicos da Rio 206 nos veículos internacionais de mídia


A seção "Leituras Geopolíticas" é produzida por alunas e alunos do 5° período do Curso de Relações Internacionais da UNICURITIBA, com a orientação do professor de Geografia Política, Me. Gustavo Blum, e a supervisão da monitora da disciplina, Nathalia Valladares. As opiniões relatadas no texto pertencem aos seus autores e não refletem o posicionamento da instituição.

"Deu no New York Times"
A representação dos Jogos Olímpicos da Rio 2016 nos veículos internacionais de mídia

Karislla Boiko, Isabela Leal e Rebeca Fontoura *

Os jogos Olímpicos no Brasil tiveram início no dia 5 de agosto e foram encerrados no dia 21 do mesmo mês. Em meio a este evento internacional que envolveu 206 países participantes, o mundo voltou seus olhos para o Rio de Janeiro e diversos jornais registraram desde a cerimônia de abertura até os jogos. Entre elogios e críticas, foram destacados os principais jornais internacionais que comentaram sobre o assunto. 

Selecionamos alguns dos principais veículos de comunicação e a forma como representaram estes elementos em suas matérias:


NEW YORK TIMES (Estados Unidos da América)

O jornal afirmou que o Brasil teve que contornar diversos problemas para sediar os jogos, primeiramente com a crise política e econômica que o país está passando, e a presença de Zika vírus. A cerimonia brasileira poderia ser considerada como “menos impressionante visual e coreograficamente” quando comparada com os jogos de Pequim, e menos “cheio de estrelas” que Londres. Mesmo assim, a abertura de baixo orçamento foi destacada por sua energia contagiante. Com relação ao resto dos jogos, o colunista Roger Cohen afirma que está cansado de ler notícias ruins sobre as olimpíadas no Brasil. Também faz diversas elogias aos jogos dizendo que foram incríveis e que “as olimpíadas são boas para o Brasil e para o resto do mundo”.


LA VANGUARDIA (Espanha) 

O jornal destacou que a abertura foi “uma festa repleta de cor”. Foi o culminar de quatro horas de orgulho Brasileiro, com muita festa, música brasileira, carnaval e um pouco de samba e bossa nova. O jornal afirma que por um momento o Maracanã se transformou em um sambódromo de cor e calor. O show também recebeu pequenas críticas por ser de baixo orçamento: “um show com muita pompa do que Londres e Pequim”, porém um espetáculo que pode ser descrito com o bom sentido da palavra gambiarra (ato de improviso que impressiona).



EL CLARÍN (Argentina) 

O noticiário afirma que abertura em si foi um espetáculo que sem dúvida alguma, chamou atenção, devido os poucos recursos usados, e seu deslumbrante resultado. A cerimônia foi caracterizada como uma grande festa que iluminou os olhos do mundo inteiro com incríveis efeitos visuais, uma trilha sonora encaixada perfeitamente em cada momento com seus dançarinos estupendos. Além disso, o que foi muito ressaltado também foi a alegria do público brasileiro. Povo já conhecido por sua paixão pelo esporte acompanhou a cerimônia de cobertura, apoiando os atletas de todas as modalidades, não deixando de vibrar também pelos esportistas das demais nacionalidades. 



THE GUARDIAN (Reino Unido)

O Guardian não apenas elogiou a abertura da cerimônia e os jogos em si, mas também faz comentários relacionados ao “after Olympics”, referindo-se aos bilhões de gastos que foram investidos para a realização desse evento e os problemas que o país enfrenta atualmente e em como eles seriam enfrentados após o fim dos jogos. É ressaltado que vários hospitais estão em situações precárias, escolas estão sendo fechadas, pessoas passam necessidades, e ainda cita a dívida que o país tem com a Petrobrás, caso de corrupção que ficou conhecido mundialmente. Além também de citar o zika vírus, aumentando assim, as dificuldades de desemprego e violência. Claramente as Olimpíadas foram um sucesso, quando relacionado à visualização do Brasil para com o mundo, isso não pode ser negado. Entretanto, fazendo uma referência ao Brasil como um país contraditório, pois se diz ser uma combinação entre a “beleza e a pobreza”, o jornal deixa em aberto o seguinte questionamento: como ficam os brasileiros, com o país em suas condições atuais, após sediar um dos maiores eventos mundiais? 



THE DAILY TELEGRAPH (Reino Unido)

“Esta foi uma celebração da cultura e da história do Brasil”; “uma celebração musical da cultura brasileira, uma festa de dança e cores que também destacou as glórias e tragédias da maior nação da América do Sul”, ou seja, dando ênfase não só as belezas já conhecidas do país, mas também mostrando momentos ameaçadores do lado mais sombrio da história do Brasil, da escravidão até a criação de mega-cidades e nossas conhecidas favelas.



WASHINGTON POST (Estados Unidos) 

Sob a visão dos jornalistas a “Cerimônia de Abertura do Rio teve um orçamento pequeno e um apelo grande", pois esta foi inovadora que trouxe as preocupações de longo prazo, voltou as atenções do mundo para a criação da Terra para enviar um aviso sobre as alterações climáticas e a necessidade de proteger as maravilhas naturais que o Brasil já teve em abundância. Foi ressaltada também a grande recepção do público presente, que pulsavam juntamente com as luzes, fogos de artifício, acrobacias circenses, samba e bossa nova, reforçando as características de um estilo festivo da nação. Os Jogos Olímpicos, com certeza representaram muito mais do que a honra de receber atletas e pessoas de diferentes nações, como muito bem observado nos noticiários, os brasileiros se reuniram para elogiar a Cerimônia de Abertura e os Jogos Olímpicos, era algo que a população precisava para novamente acreditar e mostrar ao mundo, que apesar das dificuldades, fazemos “jus” à fama de estarmos na lista de povo mais alegre do mundo.


Os jogos olímpicos superaram as expectativas de todos. Entre os muitos aspectos positivos, podemos citar a imagem internacional que foi construída do país. Diversas vezes foi destacada a animação e energia do povo brasileiro. Também foi um grande incentivo ao turismo, e mesmo com todos os gastos (que foram baixos se comparados aos anos anteriores), se converteram em divulgação para o Brasil como um país que sabe prestigiar seus atletas e esportes. Além disso, podemos afirmar que os brasileiros precisavam desde evento, pois ele fez ressurgir o orgulho nacional, e fizeram com que todos percebessem o valor do Brasil, e não somente seus problemas.

* Karislla Boiko, Isabela Leal e Rebeca Fontoura são acadêmicas do 5º Período do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA).

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