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segunda-feira, 19 de julho de 2021

Projeto Integrador do Curso de Marketing ajuda empreendedores imigrantes


    O curso de Marketing do Unicuritiba lançou o Projeto Integrador para auxiliar imigrantes empreendedores no Brasil, neste ano de 2021. O projeto tem como objetivo contribuir com o processo de integração dos imigrantes empreendedores no Brasil. Os alunos do módulo C do curso de Marketing participam da ação voluntária “Primeira Consultoria Gratuita de Marketing para Imigrantes e Refugiados”, conduzida pelo Professor Marcelo Ludvich. Na disciplina do Projeto Integrador no primeiro semestre de 2021, sob a orientação dos professores da casa, as atividades foram direcionadas para o aprimoramento da experiência da marca. Além disso, a equipe que obteve o melhor projeto na disciplina ganhou a premiação ao final do semestre. O Internacionalize-se conversou com Sean Basso, participante do grupo vencedor.

Internacionalize-se: Como foi participar do Projeto Integrador e o contato com os imigrantes?
Sean: Este é meu terceiro Projeto Integrador do curso de Marketing, e tenho certeza que de todos até agora foi a experiência mais completa. Tivemos um grande desafio, pois se já é difícil para nós brasileiros desenvolvermos um projeto empreendedor, agora imagine para quem não conhece o ambiente, está longe de casa, de seus conhecidos e tudo mais, a dificuldade é ainda maior. É extremamente gratificante você sentir que o seu processo evolutivo academicamente e profissionalmente, também está produzindo frutos para essas pessoas extremamente corajosas.
Internacionalize-se: A sua equipe venceu a premiação do Projeto Integrador. Conte-nos um pouco sobre o seu projeto, suas motivações e os resultados.
Sean: Além de fornecer um estudo de qualidade para o empreendedor e poder ajudá-lo a se desenvolver no meio das dificuldades impostas pelo momento, nós tínhamos desde o começo em mente o objetivo de sair com essa premiação e foi muito recompensador todo o esforço, estudo e a trajetória resultar no prêmio para a equipe. Nós trabalhamos com Paraskeví Kotta, imigrante grega, que chegou ao Brasil pela primeira vez como turista e se apaixonou pelo nosso país, o que ascendeu nela a vontade de vir para cá, e após alguns anos de pesquisa conseguiu encontrar uma forma de emigrar com seu marido. Uma pessoa incrível e com diversas histórias para contar, tivemos a oportunidade de desenvolver o projeto para sua empresa, Delícias Gregas, uma doceira que trabalha com a tradição e originalidade dos doces da Grécia. Realizamos diversos estudos para entender mais sobre a empresa, como ela trabalha e principalmente descobrir quem é Paraskeví e a sua essência que é a cara da empresa. Fizemos também diversas análises ambientais, estudando todo o mercado para compreender como podemos encaixá-la de forma a desenvolver o seu potencial e atingir seu público alvo. O projeto foi construído com base em criar e fortalecer a marca da empresa, trabalhando aspectos como a identidade visual e todo o planejamento integrado de comunicação. Embora seja muito gratificante a premiação, a recompensa maior acabou por ser a experiência proporcionada a nós, além de contribuir para a história de uma pessoa, pudemos abrir nossos olhares sobre algumas realidades que fogem das que conhecemos. Alguns integrantes da equipe até se voluntariaram para o projeto da UniCuritiba de ensinar o nosso idioma aos imigrantes, então com certeza os frutos desenvolvidos aqui ainda estarão rendendo para muitas outras pessoas.
Internacionalize-se: Qual a importância desse projeto na vida dos imigrantes e sua integração em um novo país através do empreendedorismo?
Sean: O empreendedorismo para muitos imigrantes sempre é a forma que a maioria encontra no país, quando o mercado não os oferece uma oportunidade, seja ela por conta da dificuldade do idioma ou preconceito com pessoas vindas de países que alguns consideram menos qualificados que o Brasil, empreender acaba sendo um recurso valioso e os permitem trabalhar naquilo que gostam e melhoram sua qualidade de vida. Paraskeví, por ter vindo de um país europeu, não encontrou tanta dificuldade quanto a outros casos de pessoas da Venezuela, Haiti e entre outros. 

    O professor que conduziu o projeto, Marcelo Ludvich, também expressou seu orgulho com os resultados da iniciativa.

Internacionalize-se: Qual foi a inspiração- ou motivação - que levou ao início do Projeto Integrador?
Professor Marcelo: A motivação para a temática partiu da necessidade de promover um ambiente de experimentação prática, integrado com uma perspectiva de inserção social da comunidade acadêmica. Em uma análise preliminar, os principais desafios envolvendo a atuação dos empreendedores imigrantes/refugiados no País foram compreendidos. Também é importante ressaltar que os professores do módulo foram convidados a participar da condução do projeto. Orientados ao objetivo comum de contribuir com propostas de soluções para aprimorar a experiência da marca, os alunos foram engajados na condução de uma consultoria voluntária. Os resultados do grupo superaram as expectativas e a qualidade das entregas reconhecida pelo cliente final. 
Internacionalize-se: qual a importância de auxiliar os imigrantes na questão do empreendedorismo?
Professor Marcelo: Entendo que os imigrantes desempenham um papel fundamental no incremento da economia brasileira. É notável a participação ativa desta comunidade em aspectos culturais, acadêmicos, políticos e sociais. Adicionalmente, o momento atual é propício para que sejam iniciadas discussões e reflexões sobre o empreendedorismo inclusivo. Novos negócios são vitais para a prosperidade dos centros urbanos. 
Internacionalize-se: nos conte um pouco sobre os resultados mais significativos do Projeto.
Professor Marcelo: Ao término do Projeto, as equipes compartilharam os materiais desenvolvidos com os clientes imigrantes, que absorveram e implementaram as melhorias nas suas empresas. Os depoimentos dos alunos indicam o sentimento de realização pessoal e a motivação que sentiram ao participar do Projeto. Em relação a entrega, destaco os pontos mais significativos: aprimoramento da experiência da marca do empreendedor imigrante/refugiado; valor agregado para os alunos que tiveram a oportunidade de participar de um laboratório teórico/prático; aplicação de técnicas e ferramentas de consultoria; integração acadêmica com a comunidade em época de isolamento social; promoção de um ambiente favorável ao aprendizado coletivo. 

    Os resultados obtidos enfatizam os valores teóricos e práticos agregados ao negócio, a imersão em análises dos processos estratégicos e os apontamentos de possíveis oportunidades para confirmação dos propósitos empresariais. O Internacionalize-se deixa aqui seu parabéns aos alunos e professores do projeto pela iniciativa em tornar o mundo um lugar melhor. 



quarta-feira, 7 de julho de 2021

Me Indica um Filme: Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento

Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento. Reprodução: Netflix. 


    Você certamente lembra do rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, acontecido em 2019. Já em fevereiro de 2021, a mineradora Vale, responsável pela tragédia, assinou um contrato de reparação de danos no valor de R$37,68 bilhões. A irresponsabilidade ambiental da Vale ficou famosa mundialmente e fez lembrar de quando, em 1996, a empresa PG&E, que fornecia gás e eletricidade, teve que pagar US$333 milhões em indenizações após contaminar a água que abastecia a cidade de Hinkley, na Califórnia. O acontecimento inspirou o filme “Erin Brockovich”, que rendeu o Oscar de melhor atriz para Julia Roberts. 
    O drama apresenta a história baseada nos fatos reais da vida de Erin Brockovich, mãe solteira e desempregada que consegue emprego no escritório do advogado Ed Masry. Enquanto organizava os arquivos de um caso judicial antigo, Erin encontra dados médicos dos moradores de Hinkley em meio à uma tentativa de compra de suas casas pela empresa PG&E. Mesmo sem experiência com advocacia, ela decide investigar entrevistando os moradores da região, e percebe que a maioria relata portar problemas graves de saúde. Erin acaba descobrindo que durante 14 anos a companhia de gás despejou cromo-6 no subsolo de Hinkley, afetando a água consumida pela população. O que Erin busca provar durante a trama é que a substância, altamente tóxica, teria sido a principal causa das doenças com as quais sofrem os moradores. O caso vai sendo dificultado pela PG&E, que conta com um bom time de advogados em sua defesa, mas Erin se dedica em conseguir o maior número de provas e vai ganhando confiança dos moradores, que formam um grupo cada vez maior de prestadores de queixa contra a empresa de gás. 
    O filme engloba um tema discutido mundialmente pelos ambientalistas: o impacto das grandes indústrias na natureza e na vida humana. As empresas são as principais causadoras da poluição das águas em rios e mares, devido ao despejo de dejetos tóxicos e acidentes como o rompimento de oleodutos, que aconteceu no Golfo do México, na última sexta-feira (2/7). Além da poluição hídrica, as multinacionais são encarregadas pela maior parte da poluição por plástico no planeta. O ranking formado pela “Break Free from Plastic”, em 2020, indica a Coca Cola, a PepsiCo e a Nestlé como as maiores responsáveis pelo descarte de lixo plástico mundialmente.

Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento. Reprodução: Netflix. 

    Acidentes no funcionamento das empresas também são grandes poluidores: o rompimento das barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), vazamento de óleo da Baía de Guanabara (2000), e alguns casos historicamente famosos, como Chernobyl e Big Smoke.
    Em 1972 a Organização das Nações Unidas convocou a Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo (Suécia). O evento é um marco para a história por abordar preocupações com o bem-estar do meio-ambiente. A partir dele, a pauta foi colocada oficialmente na agenda pública, resultando nos encontros “Rio 92” em 1992, “Rio+10” em 2002, “Rio+20” em 2012, e a mais recente, em 2015, chamada Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, definiu metas para redução de emissão de poluentes pelos membros com prazo para 2030 (Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável).Muitas empresas tem aderido à uma relação mais sustentável com a maneira com a qual produzem e comercializam seus produtos, buscando utilizar materiais renováveis, criando soluções para o consumo de energia elétrica e diminuindo o descarte de dejetos gerados durante a produção. Entretanto, para que tenhamos uma mudança expressiva no impacto gerado na natureza, ainda é necessário que as grandes multinacionais se juntem à causa, tomando responsabilidade pelo dano que geram ambientalmente. Empresas brasileiras como a Natura, Cemig e Ekofootprint são exemplos de indústrias voltadas à sustentabilidade. Já a Petrobras foi listada entre as 20 maiores poluidoras do mundo pela “Climate Accountability Institute”.
    Muitas empresas tem aderido à uma relação mais sustentável com a maneira com a qual produzem e comercializam seus produtos, buscando utilizar materiais renováveis, criando soluções para o consumo de energia elétrica e diminuindo o descarte de dejetos gerados durante a produção. Entretanto, para que tenhamos uma mudança expressiva no impacto gerado na natureza, ainda é necessário que as grandes multinacionais se juntem à causa, tomando responsabilidade pelo dano que geram ambientalmente. Empresas brasileiras como a Natura, Cemig e Ekofootprint são exemplos de indústrias voltadas à sustentabilidade. Já a Petrobras foi listada entre as 20 maiores poluidoras do mundo pela “Climate Accountability Institute”.
    O filme “Erin Brockovich – Uma Mulher de Talento”, está disponível atualmente no catálogo da Netflix, não perca!

terça-feira, 6 de julho de 2021

Lançamento da Cartilha sobre os Direitos dos Haitianos no Brasil

Por Cátedra Sérgio Vieira de Mello - Unicuritiba

    A Cátedra Sérgio Vieira de Mello, em mais um projeto de auxílio aos imigrantes e refugiados, promoveu um lançamento incrível essa semana: a Cartilha sobre Direitos dos Haitianos no Brasil. O documento tem o objetivo de informar a população haitiana que vive no Brasil sobre o panorama geral da imigração para o Brasil, considerações sobre o visto humanitário e os procedimentos necessárias para alguns tipos de situações, como autorização de residência. 

    O documento foi produzido por voluntários da Cátedra e estudantes do terceiro período de Relações Internacionais, sob a supervisão da professora de Direito Internacional Público e coordenadora da Cátedra, Michele Hastreiter. Para tornar a Cartilha mais acessível, o documentou contou com a tradução para o francês e o criolli, além do próprio português.

Para ler a cartilha nas três línguas, clique aqui.