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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Acontece no UNICURITIBA: Alunos de três cursos unidos em um hackathon para criar aplicativo para imigrantes e refugiados





Vinícius Canabrava


Entre as 19:00 do dia 25 de outubro e as 12:00 do dia 26, os alunos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Design Gráfico e Relações Internacionais, do Unicuritiba, passaram por um grande desafio: criar um projeto de aplicativo para ajudar os refugiados e imigrantes que chegam no Brasil e, principalmente, em Curitiba.



A ideia de desenvolver este aplicativo no UNICURITIBA surgiu no Grupo de Pesquisa “Direito Migratório em Curitiba, no Brasil e no Mundo”, coordenado pela Professora Michele Hastreiter. Em um dos encontros, o tema debatido era o papel das novas tecnologias na migração – e os pesquisadores conheceram aplicativos existentes em outros países com propósitos semelhantes. Então, a Professora Michele levou a ideia à Coordenação do Curso de Relações Internacionais. Na sequência, se envolveram também os Cursos de Design e Análise de Desenvolvimento de Sistemas e o projeto começou a caminhar.



O evento começou com uma breve explanação da Professora Michele e dos egressos Thais Soares e Matheus Felipe da Silva, todos membros do Grupo de Pesquisa onde tudo começou. Nesta palestra, explicou-se o que é o refúgio - uma migração forçada devido a um grande medo - diferenciando-o de uma migração tradicional, em que se há a opção de retornar ao país. Além disso, a professora também explicou sobre os direitos dos refugiados e imigrantes no Brasil, que são os mesmo de um nacional já que a Constituição de 1988 veda qualquer tipo discriminação. Sendo assim, o imigrante, o refugiado e o solicitante de refúgio têm direito a um CPF, a utilizar o Sistema Universal de Saúde e fazer uma Carteira de Trabalho,  a abrir uma conta bancária, entre outros.



Na sequência, os alunos dos 3 cursos presenciaram um momento emocionante, ouvindo o depoimento de migrantes e refugiados. Primeiramente, o egresso Matheus Felipe da Silva lançou, ao lado do acadêmico de Publicidade e Propaganda, Caio Alves Brito Siqueira, o episódio piloto de uma série documental, que narra a história de “peregrinos” – terminologia escolhida pelos autores para fugir dos estigmas envolvidos nas expressões imigrantes e refugiados. Neste episódio inaugural, Dave Decius, imigrante haitiano, contou sua história de luta para chegar ao Brasil e dos problemas que passou quando chegou aqui, como racismo, xenofobia, desrespeito e descaso dos órgãos públicos.



Após, os alunos tiveram a oportunidade de ouvir pessoalmente o depoimento de Natasha Lima, imigrante venezuelana, e Yara Mohamed Hamandosh, refugiada síria. Apesar de virem de países bem distantes e diferentes entre si, ambas têm em comum a realidade de uma mulher obrigada a imigrar diante das condições de vida em seu país. Além dos desafios enfrentados por Dave, também tiveram de vencer o machismo que se fez presente em diversos momentos do processo migratório. No relato de Natasha, destacou-se a radical mudança em suas condições de vida nos últimos anos, em razão da crise econômica que assola o país. Por outro lado, Yara deu um testemunho sobre os horrores da guerra que levou boa parte do auditório às lágrimas. Os depoimentos serviram para sensibilizar os alunos quanto a importância da tarefa a ser desenvolvida.



Com isto dito ficou estabelecido o principal objetivo da aplicação que foi criada naquela noite,fazer uma ferramenta de fácil utilização, informando quais os procedimentos para pedir o refúgio e conseguir outros documentos essenciais para a vida no Brasil. Além disso, outra função do app é informar os Direitos Fundamentais da pessoa, assim como onde reclamá-los e como exercê-los, caso haja algum problema.



Levando em conta tudo isso, ficou clara a função de cada curso. Quem estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas, ficou encarregado por concretizar e programar o aplicativo mobile, já os estudantes de Design Gráfico ficaram responsáveis por ilustrar o aplicativo, tornando-o intuitivo e, por fim, os estudantes de Relações Internacionais, fizeram a pesquisa do conteúdo que preencheria o app. Para fazer tudo isso, os 3 cursos foram divididos em equipes, com pelo menos 3 alunos de cada área, que tiveram que trabalhar juntos, para ganhar a competição e ter o seu projeto escolhido para ser efetivamente desenvolvido.



 Nas palavras da aluna de Relações Internacionais, Luíza Saddi, “O Hackathon foi uma das melhores experiências que eu já tive na faculdade. Colocar realmente em prática muito do que já aprendemos com a missão engrandecedora que é ajudar os refugiados no país foi incrível. Também gostei muito da integração que aconteceu entre os 3 cursos, que normalmente não se conversam, e da aproximação que nós alunos tivemos com os professores, afinal, passar a noite toda juntos trabalhando não é pra qualquer um. Gostei do formato de maratona porque nos permitiu explorar todo nosso potencial produtivo e criativo juntos, além de termos nos divertido muito em grupos. Tudo isso foi baseado nos relatos impressionantes e importantíssimos da Natasha e da Yara, que nos aproximou muito do tema e da urgência em resolvê-lo. O melhor de tudo, para mim, é que nosso trabalho irá além dessa maratona, já que a intenção é realmente desenvolver e colocar em uso o aplicativo para os refugiados em Curitiba.”




Com esta missão, as 4 equipes, Amarelo, Azul, Rosa e Vermelho, ficaram a madrugada inteira criando uma marca, com conceito e conteúdo, para as 9:00 da manhã do dia 26 apresentarem a uma banca que julgou os trabalhos e selecionou a equipe vencedora, que foi a Rosa, com um aplicativo chamado “Ali”, inspirado na história da Alice no País das Maravilhas, que se viu perdida em um mundo mágico.



Cabe, aqui, destacar o empenho de todas as equipes, que trabalharam sem esmorecer ao longo das horas. Além disto, destaca-se também o empenho dos professores que se voluntariaram para passar a madrugada auxiliando os alunos no desenvolvimento do Projeto. No curso de RI, a Professora Patrícia Tendolini e a Professora Ângela Moreira estiveram o tempo todo ao lado dos alunos. A Professora Michele Hastreiter esteve presente durante toda a noite, saindo no início da madrugada e retornando já nas primeiras horas da manhã. Os Professores Isaak Soares e Carlos Magno Vasconcellos ajudaram a dar o ânimo necessário ao desempenho da atividade nas primeiras horas. O Professor Rafael Gallo deu ótimos conselhos de projetos no turno da madrugada e a Professora Janiffer Zarpelon e o Professor Marlus Forigo chegaram cedinho pela manhã e ajudaram na conclusão dos trabalhos e na avaliação da apresentação feitas pelas equipes.  Além deles, os egressos Thais e Matheus continuaram auxiliando os alunos por toda a noite, assim como os membros do centro acadêmico, Fernanda Tapada e Eduardo Mazzafera. A união de todos os citados por um objetivo comum foi importante, também, para integração entre os membros do curso.

                                                                               

Este evento foi de grande importância para a comunidade acadêmica do Unicuritiba, pois mostrou o que é trabalhar em equipe e quão grande é o potencial dos alunos da faculdade. Mostrou também a capacidade de engajamento dos alunos e dos professores em torno de uma causa social de elevado relevo.


Confira reportagem da Rede Globo feita sobre o Hackathon! 



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