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quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Opinião: Boris Johnson - o primeiro ministro do Reino Unido e o Brexit



Por Ligia Penia e Michele Hastreiter


Atual primeiro ministro britânico e líder do partido conservador, Boris Johnson é uma das figuras políticas que está chamando atenção ultimamente. Sua carreira política é longa: foi prefeito de Londres de 2008 à 2016 e Secretário de Estado do Reino Unido para os Assuntos Externos e a Commonwealth britânica de 2016 a 2018. Antes disto, atuou no jornalismo, tendo trabalhado no Daily Telegraph e foi o chefe do jornal The Spectator.



Politicamente, começou como parlamentar, para então ser chefe do partido conservador, e aí sim, prefeito. Depois que Theresa May passou a chefiar o partido, Johnson se tornou o Secretário de Estado para Assuntos Externos, cargo ao qual renunciou em julho de 2018. Tomou posse no mesmo mês como Primeiro Ministro, depois da renúncia de Theresa May, que não teve sucesso na tentativa de obter aprovação parlamentar ao acordo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. May desejou-lhe sorte em seu discurso de despedida, almejando também seu sucesso como um novo começo para a região, dizendo ser a prioridade agora, fazer acontecer uma saída que funcione para o Reino Unido.



Bolsonaro também desejou felicitações e afirmou o compromisso brasileiro com os valores de livre comércio que compartilham, através do seu twitter:



Jair M. Bolsonaro @jairbolsonaro 08:47 - 23 de jul de 2019

- Parabéns @BorisJohnson, novo Primeiro-Ministro do Reino Unido, eleito com o compromisso louvável de respeitar os desígnios do povo britânico. Conte com o Brasil na busca por livre comércio, na promoção da prosperidade para nossos povos, e na defesa da liberdade e da democracia.



Assim como o presidente brasileiro, não faltam polêmicas envolvendo Johnson. O político foi acusado de islamofobia, depois de dizer que os países islâmicos eram séculos atrasados e que mulheres que usam burca se parecem com caixas de correio. Johnson também apoiou a intervenção militar no Iêmen, para a qual o Reino Unido fornece armas e treinamento, mantendo sua comercialização com a justificativa de que há falta de evidências de quebra da lei humanitária internacional no conflito (seria proibida a exportação de armas se fosse comprovado que seu uso é contra civis) porém também se posicionou no sentido de bloquear os inquéritos das Nações Unidas sobre os eventuais crimes de guerra cometidos pelos sauditas na região.



Boris Johnson ameaçava  sair, no dia 31 de outubro, da União Europeia, com ou sem acordo. A saída sem acordo, no entanto, foi proibida pelo parlamento, já que poderia trazer substantivos impactos para economia global. Como resultado, Boris convocou uma moção pedindo eleições gerais.



 Trata-se de uma aposta arriscada de Johson, uma espécie de "all in": se os eleitores escolherem manter Johnson e dar a ele maioria Parlamentar, estarão concordando com a versão linha dura do Brexit e dando força para a postura conservadora...
Aguardamos as cenas dos próximos capítulos na esperança de que esse dia trinta e um de outubro não acabe se tornando o início de novas grandes crises e desentendimentos: realmente horripilante, como o Halloween, comemorado na data.

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