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domingo, 4 de agosto de 2019

Mulheres de Destaque: Juliana Davoglio Estradioto, a estrela da ciência no Brasil







A seção "Mulheres de Destaque" no Blog Internacionalize-se aborda mulheres comuns que são exemplos em suas áreas. O objetivo é dar visibilidade as mulheres e meninas que estão fazendo a diferença nesse mundão!


Por Manuela Paola




“O sistema educacional e os adultos que vão cortando a ciência das crianças. É uma pena.” Juliana Davoglio Estradioto lamenta a falta de incentivo à ciência em entrevista à revista Galileu. Com 18 anos, a jovem natural de Osório, no Rio Grande do Sul, vem ganhando enorme destaque com suas pesquisas e prêmios científicos. O primeiro projeto de Juliana envolvia melhorar o descarte de de resíduo da produção de maracujá, que tem papel importante na agricultura da região. Ela, então, desenvolveu um filme plástico bidegradável - feito com cascas do maracujá - que substitiuiu a embalagem plástica das plantas, reduzindo o consumo desse material, e consequentemente, a poluição. Por esse projeto, Juliana conquistou o primeiro lugar na categoria Ensino Médio do Prêmio Jovem Cientista 2018, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Outra pesquisa da jovem que foi muito bem recebida pela comunidade científica foi o estudo sobre a morte de peixes e poluição do Rio dos Sinos, na MOSTRATEC de 2017, maior feira de ciências de escolas da América Latina. A análise mostrou que o problema é causado pelo descarte irregular de materiais das indústriais textis. Com o destaque, veio a recompensa: pôde representar pela segunda vez o Brasil na Intel International Science and Engineering Fair (Intel Isef) 2018, uma famosa feira que destaca trabalhos científicos de jovens que ainda cursam o Ensino Médio, que acontece nos Estados Unidos. Durante a feira, Juliana ganhou uma bolsa de estudos para estudar na Universidade do Arizona. Além disso, vai ter o privilégio de poder nomear um asteróide. A menina voa, né?

Na MOSTRATEC de 2018, a cientista apresentou mais um projeto. Este falava sobre a transformação da casca de macadâmia em substrato para microorganismos com o intuito de produzir energia e celulose e rendeu o 1º lugar na categoria Gerenciamento do Meio Ambiente. Por isso, ela foi selecionada para representar o Brasil no Seminário Internacional de Jovens Cientistas de Estocolmo, programa exclusivo de ciência e cultura que leva 25 jovens pesquisadores do mundo para a Suécia.

Além de tudo isso, para nos dar mais orgulho ainda, como a primeira brasileira a conquistar esse feito, Juliana foi escolhida para acompanhar a cerimônia da premiação do Nobel. Com toda a certeza, a jornada científica de Juliana será muito longa e podemos esperar sempre ver seu nome em feitos extraordinários por muito tempo. Um fato importante para se atentar é que Juliana sempre estudou em escolas públicas e seus projetos foram desenvolvidos no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RS.

O mundo científico é, raramente, gentil com as mulheres. As que se aventuram por estas bandas são certamente muito corajosas e merecem nosso reconhecimento. Juliana é uma dessas mulheres. Para promover jovens cientistas como ela mesma, ela criou um perfil no Instagram chamado Meninas Cientistas, onde divulga a trajetória científica de meninas inspiradoras. Você pode achar o perfil no user @meninascientistas. Como já dito por aqui antes, faça ciência como uma garota!

Referências:



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