Durante o mês de outubro, uma comitiva de alunos do Curso de Relações Internacionais do UNICURITIBA foi a Genebra para uma visita técnica à sede de diversas Organizações Internacionais (como a ONU, a OMC e a OIT), organizada pelo Prof. Thiago Assunção e pelo Núcleo de Relações Internacionais do UNICURITIBA.
A aluna Ananda Rissato enviou ao Blog Internacionalize-se um depoimento detalhado sobre a experiência.
MISSÃO GENEBRA
Quando a proposta da Missão Genebra foi
apresentada aos alunos, logo de cara tive vontade de me inscrever, por
acreditar que seria uma experiência única e muito proveitosa. Agora, tendo
voltado de viagem posso afirmar que de fato foi uma oportunidade incrível e que
superou minhas expectativas iniciais.
Antes de começar o relato da viagem em si é
importante destacar a atuação e organização sempre pontual do Núcleo de
Relações Internacionais na pessoa do professor Jorge Feldens e do idealizador
da viagem professor Thiago Assunção, que possibilitaram não só que o “sonho” da
missão se tornasse realidade, como também ajudaram a tornar tudo muito mais
fácil e proveitoso para o grupo. Desde a primeira reunião de apresentação, as
visitas às Organizações Internacionais já estavam esquematizadas e aqueles que
já estavam interessados na missão, ficaram ainda mais. Várias pessoas
manifestaram interesse em participar e das 33 que efetivamente realizaram a
inscrição, 18 foram chamadas e assim, o grupo que integraria a missão ficou
completo. A partir daí foram várias reuniões de preparação para a viagem,
garantindo mais uma vez que tudo saísse conforme o planejado.
Depois de meses de espera, finalmente chegamos
em Genebra na noite de sábado 8 de outubro. Apesar do cansaço da viagem, no dia
seguinte resolvemos sair cedo para conhecer a cidade que seria nossa “anfitriã”
pelos próximos dias. Como não poderia ser diferente, todos concordamos que a
cidade é de fato muito bonita, limpa, calma, com vários lugares para conhecer e
que nos dias seguintes, os dias de visita às organizações em si, teríamos mais
ainda para ver.
Dia de
visita 1 - Sede da ONU (Organização das Nações Unidas) e Sede da OMS
(Organização Mundial da Saúde).
Uma das visitas mais aguardadas por todos os
integrantes com certeza era a da Sede da ONU em Genebra (United Nations Office
at Geneva - UNOG) onde já na chegada pudemos ver o prédio da ONU com as
bandeiras perfiladas no gramado à frente, uma imagem já conhecida pelos
estudantes de RI. Caminhando um pouco chegamos no chamado Palais des Nations,
local de nossa visita, que hoje abriga a sede da ONU mas que já foi também a
sede da extinta Liga das Nações. Tivemos a oportunidade de andar pelos
corredores e salões do Palais, observando como de fato os elementos da
diplomacia e da diversidade cultural tão valorizadas pela ONU estão ali
presentes, com decorações, monumentos e artefatos doados e homenageando os
diversos países-membros da ONU. Uma sala que posso destacar nessa parte da
visita é a Sala de los Derechos Humanos y
de la Alianza de Civilizaciones, um presente do governo da Espanha e que
serve como palco das reuniões do Conselho de Direitos Humanos. Na parte da
tarde estivemos na sede da Organização Mundial da Saúde (OMS) onde tivemos uma
conversa com um especialista da OMS em epidemias, que nos falou um pouco sobre
a realidade do zika vírus, do ebola e da malária no Brasil e no mundo.
Dia de
visita 2 - Sede do ACNUR (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) e Sede do
CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha).
A visita ao ACNUR na manhã de terça foi na minha opinião, um dos pontos
altos da viagem. Fomos recebidos de forma muito calorosa por parte de uma
oficial do ACNUR da seção de assessoria jurídica e proteção internacional, que
fez uma apresentação somada a uma conversa sobre as crises humanitárias no
Mediterrâneo, mencionando também a experiência pessoal dela, as oportunidades
de estágio e de carreira dentro do ACNUR. Almoçamos na cafeteria dentro do
prédio da organização (inclusive na companhia da oficial que foi muito querida
em continuar uma conversa bem informal conosco) e depois nos dirigimos à sede
da Cruz Vermelha. A primeira parte de nossa visita consistiu em uma palestra
com especialistas que nos contaram sobre o surgimento, a atuação, os princípios
e valores da organização, bem como de aspectos no que tange ao direito
internacional. Depois nos dirigimos ao museu da Cruz Vermelha que fica no mesmo
prédio, e que é bastante interativo e interessante.
Dia de
visita 3 - ONG Internacional Médicos Sem Fronteiras, Sede da OMC (Organização
Mundial do Comércio) e Missão Brasileira junto à ONU.
Na quarta-feira pela manhã estivemos na sede da ONG Médicos Sem
Fronteiras, onde nos foi feita uma apresentação acerca do surgimento,
funcionamento, valores, princípios e projetos da organização. Algo que pelo
menos para mim foi muito enriquecedor e interessante ao poder observar e ter
uma noção do que é feito na prática pelas pessoas envolvidas nessa ONG, e como trabalhar
com eles em seus diversos projetos, apesar da realidade difícil das zonas de
conflito, é plenamente possível, uma vez que também nos foram apresentadas as
possibilidades de estágios e carreira no MSF. Depois do almoço visitamos a sede
da Organização Mundial do Comércio, uma estrutura enorme, muito bonita e que
chamou a atenção do grupo. Lá tivemos uma conversa com um funcionário da OMC
sobre a criação, o funcionamento, os painéis de negociação, a atuação do Brasil
e algumas perspectivas futuras da organização. Depois dessa visita nos
dirigimos ao prédio onde se encontra a Missão Brasileira junto à ONU. Claro que
desde o início essa era uma visita muito aguardada e de fato, correspondeu às
nossas expectativas. Pudemos conversar de forma bem aberta com um dos Ministros
responsáveis pela representação dos interesses brasileiros junto à ONU em
Genebra, que nos contou sobre a trajetória dele, seu início e ascensão na
carreira diplomática, as perspectivas que nós como internacionalistas podemos
ter se optarmos pela diplomacia e as inúmeras oportunidades que estão abertas a
nós. Foi uma conversa muito interessante e motivadora, que nos fez pensar mais
a fundo sobre os desafios e prazeres da carreira diplomática.
Dia de
visita 4 - Sede da OIT (Organização Internacional do Trabalho), OIM (Organização
Internacional para as Migrações) e Missão Brasileira junto à OMC.
Nossa visita à sede da Organização Internacional do Trabalho começou
com uma visita guiada pela estrutura física do local, com explicações pontuais
sobre a criação, o funcionamento, a forma diferenciada como as decisões são
tomadas no âmbito dessa organização, e terminou com uma conversa com uma
brasileira e um português responsáveis pelos assuntos envolvendo a Cooperação
Sul-Sul no âmbito na OIT. Logo depois dessa visita estivemos na sede da
Organização Internacional para as Migrações, uma das mais recentes organizações
a entrar para o sistema ONU. Percebemos o quanto o papel da OIM é de extrema
importância no atual contexto globalizado, uma vez que atua fornecendo serviços
de aconselhamento e suporte não só aos migrantes, mas também aos Estados,
ajudando a promover a cooperação internacional na questão das migrações. Foi
uma conversa muito interessante que abriu novos horizontes em uma organização
que muitos do grupo não estavam familiarizados. Saindo da OIM nos dirigimos ao
prédio onde se encontra a Missão Brasileira junto à OMC e outras organizações
econômicas. Este foi outro ponto alto das visitas, uma vez que pudemos ter uma
conversa muito aberta e abrangente com diplomatas, secretários e estagiários da
missão, que nos contaram sobre as ações, as funções de cada um lá dentro, como
o Brasil se posiciona e atua dentro do contexto das negociações e disputas da
OMC, as oportunidades de carreira e estágio e as experiências pessoais dos
representantes brasileiros ali sediados. Pode-se dizer que todos aproveitaram
ao máximo, tendo sido uma experiência realmente engrandecedora.
Dia de
visita 5 - Graduate Institute of
International and Development Studies e OMM (Organização Meteorológica
Mundial)
No último dia oficial de visitas, já havíamos visitado muitas
organizações e aprendido muito em cada uma delas, e como forma de nos deixar
ainda mais entusiasmados com as possibilidades que a cidade nos apresentou,
tivemos a oportunidade de conhecer o Graduate
Institute of International and Development Studies, uma instituição de
ensino superior totalmente voltada para mestrados e doutorados na área de
relações internacionais, com foco em temáticas como direito, economia,
história, antropologia ou política. Eles oferecem também cursos de menor
duração durante o inverno ou verão nessas mesmas áreas. A estrutura da
instituição é maravilhosa, acredito que todos tenham achado o mesmo e tenham
tido vontade de estudar lá um dia. Apesar do valor elevado da anuidade, eles
oferecem oportunidades de bolsas de estudo e algumas vagas em alojamento
próprio com baixo custo. Para aqueles que pensam em fazer um mestrado ou
doutorado em alguma das áreas de Relações Internacionais fora do Brasil, o Graduate Institute com certeza é uma
excelente opção. Depois do almoço estivemos na sede da Organização
Meteorológica Mundial, onde tivemos uma conversa com a exibição de alguns
vídeos sobre a realidade das mudanças climáticas e das transformações
ambientais no mundo causadas pelo aquecimento global, um tema cada vez mais
presente nas análises e discussões das relações internacionais.
No
sábado a tarde fomos à nossa última visita, apesar de ter sido a única
considerada de presença não obrigatória, praticamente todos do grupo
compareceram e assim, tivemos a chance de conhecer a Organização Europeia para
a Pesquisa Nuclear (mais conhecido como CERN), o maior laboratório de física de
partículas do mundo e local onde se encontra o maior colisor de partículas do
mundo, o LHC, com 27 km de circunferência e que está presente tanto no
território suíço como em território francês. Apesar de não entendermos muito
sobre as particularidades físicas envolvidas nos testes ali realizados, é muito
fácil de perceber a enorme importância e a enorme tecnologia envolvida, bem
como o quanto o esforço de cooperação internacional de cientistas, físicos,
engenheiros e matemáticos de vários países torna os avanços nessa área
possíveis.
No
sábado a noite tivemos nosso jantar de confraternização e despedida. Sentimento
de dever cumprido por todos do grupo, avaliações super positivas de tudo que
vimos, visitamos e aprendemos durante a viagem. Se desde o início prometia ser
uma experiência muito enriquecedora, a promessa se concretizou e ainda foi além.
Enquanto conversávamos, concordamos que a experiência nos ajudou a crescer como
pessoas, nos fez perceber certas necessidades urgentes que o mundo tem e que
nós como internacionalistas, temos um leque enorme de opções de carreira para o
futuro. Não podemos dizer que é fácil chegar até um cargo em uma dessas
organizações, e durante as visitas percebemos que as pessoas envolvidas ali
batalharam muito para chegar onde estão. Mas não é impossível, e aqueles que
desejam fazer parte dessa realidade podem sim, chegar aonde quiserem. Espero
sinceramente que essa tenha sido somente a primeira missão internacional
proposta pelo Unicuritiba, espero que mais alunos e alunas possam entender e
ver na prática a importância dessa experiência. Recomendaria sem a menor sombra
de dúvidas, que todos aqueles que tiverem a oportunidade, que participem das
próximas missões, já que a realidade do nosso curso é ainda mais bonita na
prática.
Ananda
Rissato
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