Maria Carolina Nogueira
Rassius Garcia
Alunos do Prof. Marlus Forigo
na disciplina de Teoria Política,
do 1º per. de Relações Internacionais
do 1º per. de Relações Internacionais
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O 11 de setembro é um divisor de águas tanto na conduta norte americana em âmbito internacional como no posicionamento adotado pelo restante do mundo globalizado, em resposta a essa conduta. A partir do ataque às torres gêmeas, os Estados Unidos assumiram uma postura ofensiva e declararam estado de guerra preventiva ao “terror”, aumentando drasticamente as medidas internas de segurança e o combate a ameaças externas, sendo estas a justificativa para a violação do Direito Internacional e invasão de território estrangeiro.
A guerra preventiva transformou o Estado de Direito norte americano em Estado de exceção, permitindo ações que normalmente não são permitidas pela Constituição. Nesse Estado de exceção, formado por causa de uma suposta guerra declarada no momento do ataque às torres do World Trade Center, práticas como o uso moderado da força e o não direito de prisioneiros a um julgamento justo obtiveram legitimidade. Usando como justificativa a defesa do Estado contra o terrorismo, os Estados Unidos agrediram a soberania de vários países do Oriente Médio.
Com esse claro desrespeito à autoridade e à independência de países como Afeganistão e Iraque, a população desses lugares se revoltou ainda mais contra os Estados Unidos, tendo exércitos desse país espalhados por todo o seu território, agindo com extrema violência, tanto com militantes extremistas quanto com os civis.
Analisando o conflito segundo a ótica dos povos árabes, é preciso levar em consideração o fato de que, na ideologia islâmica, o conceito de autoridade estatal está fortemente vinculado à autoridade religiosa. Para um muçulmano, sua religião é parte integral de sua vida e qualquer questão política deve ser tratada de acordo com as leis religiosas. Sendo assim, a invasão das tropas norte americanas em solo muçulmano não é apenas uma ofensa à integridade política da nação, mas uma blasfêmia ao Deus Alá. Para um habitante de qualquer um desses países, o conflito não possui apenas caráter político, mas também cunho religioso, constituindo um solo fértil para o crescimento e proliferação de movimentos extremistas e/ou terroristas que compactuem com os ideais do Jihad islâmico. Grupos terroristas como a Al Qaeda e o Hamas proliferaram seus escopos não somente dentro do mundo árabe, mas incentivaram a criação de grupos desta natureza por todo o globo. Isso se deve ao fato de que um sentimento de ódio e repúdio em relação aos povos ocidentais e à postura também extremada de guerra ao terror, que foi gradativamente se desenvolvendo no meio dos povos pertencentes aos Estados que supostamente abrigam esses “paraísos terroristas”, incitando desde revoltas populares até sérios conflitos armados por parte dos civis em diversas regiões do território.
Esta oposição fica visível a toda comunidade internacional em atentados terroristas ligados ao Islã em outros países após o 11 de setembro, como o atentado terrorista à Espanha, no dia 11 de março de 2004, em quatro comboios da rede ferroviária da capital Madrid, onde morreram 191 pessoas e mais de 1700 outras ficaram feridas devido a uma célula islamita que compactuava com os ideais apresentados pela Al Qaeda; e como os atentados ocorridos no metrô de Londres, no dia 7 de julho de 2005, no qual morreram 52 pessoas e outras 700 ficaram gravemente feridas.
Todos esses fatos refletem diretamente uma crescente tendência de respostas violentas à postura “preventiva” adotada pelos Estados Unidos da América e pelos seus aliados; de modo que ao continuarem as ações militares por parte destes, também continuarão as respostas advindas de grupos de oposição, perpetuando um “ciclo vicioso” que não pode ser rompido com o uso de violência e quebra dos direitos internacionais. Como bem citou Bradley Whitford: “Eu ouvi um israelita falando sobre os problemas dos direitos humanos palestinos, um homem interessante, e ele disse: não “há solução militar para o terrorismo. Se houvesse, Israel seria o lugar mais seguro no mundo. Mas não há solução militar”.
Olá
ResponderExcluirFiquei refletindo bastante sobre os argumentos de vocês, da ineficiência da alternativa militar.
Vocês sabem o quanto eu sou crítico desta postura bélica nas relações internacionais. O direito internacional e a diplomacia, de um modo geral, estão aí para estabelecer diálogos e também conflitos.
Deixo então uma pergunta: se a alternativa militar não foi eficiente, seria a do direito internacional? Que alternativa seria esta?
Parabéns pelo artigo, ficou ótimo!