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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

2001-2011: uma década de crise



11 de setembro

Quando o mundo assistiu atônito aos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono a conclusão imediata foi a de que nada seria como antes; afinal era a primeira vez que os Estados Unidos eram atacados em seu território e um dos símbolos do capitalismo ruía. Muitas análises se sucederam a esses acontecimentos, mas havia um coro quase unânime de que uma nova fase das relações internacionais se iniciava; do ponto de vista econômico a maioria dos analistas também previa que a estrutura da economia mundial seria atingida e seus reflexos se prolongariam por anos.
 

Passados dez anos e munidos da distância temporal que permite análises menos emocionais, que conclusão podemos tirar sobre os impactos, em especial econômicos, o 11 de setembro teve sobre a economia mundial?
Retrocedendo para o imediato pós-11 de setembro, o que se observou foi forte desaceleração econômica nos Estados Unidos, com fortes impactos nas taxas de desemprego, investimento direto e consumo (agravado pelo fato de que a economia estadunidense já em 2000, no governo Clinton, apresentava sinais de desaceleração).  A resposta do governo Bush à crise que se instaurara foi agressiva política fiscal e monetária: o governo reduziu impostos e o FED (Federal Reserve) – banco central estadunidense – manteve a taxa básica de juros a 1% ao ano. Tais medidas objetivavam alavancar o aumento da demanda agregada via aumento do consumo privado e público e se refletiu em imediata melhora nos principais índices econômicos do governo.
O que parecia a solução óbvia e bem sucedida hoje desperta fortes questionamentos sobre os efeitos imediatos de tais medidas, mas principalmente sobre a influência que a combinação de políticas monetária e fiscal expansionistas tiveram sobre a crise do sub-prime, a crise econômica de 2008 e todo o cenário de recessão que se observa hoje, em especial  nas economias desenvolvidas.
Embora tais medidas realmente tenham atingido seus propósitos mais instantâneos,  com juros mais baixos, abundante oferta de crédito, estímulo ao consumo, negligência da evolução do endividamento das famílias, é fato que a mudança na política econômica teve relevante contribuição para o cenário de turbulência na economia mundial, em especial dos Estados Unidos, durante esta década.
Em sua batalha contra a crise de confiança decorrente dos acontecimentos do dia 11 de setembro, o então presidente do FED, Alain Greespan promoveu essa fartura de crédito e injetou bilhões de dólares no setor imobiliário, dado seu importante efeito multiplicador sobre a economia: a rápida resposta a estímulos e a forte capacidade de geração de emprego e renda. Com a abundância de crédito, muitos compraram casas com financiamentos a juros baixos, comprometendo parcelas extremamente elevadas de sua renda, colocando imóveis como garantia e procurando opções mais rentáveis de investimentos como ações; o sistema inflava e com isso, o risco crescia.
O final dessa história todos conhecem: aumento dos juros, queda vertiginosa no preço dos imóveis, inadimplência e uma crise em efeito dominó no sistema financeiro sem precedentes.
O que a próxima década nos reserva? O que se vê hoje é que a economia mais poderosa do mundo ainda sofre com os efeitos de 2008 e patina sobre resultados econômicos pífios. A Europa vive uma crise sem precedentes, principalmente considerando o período pós União Européia. Cabe, talvez a país como China, Índia e Brasil um novo papel no cenário econômico internacional. Resta saber: estamos preparados?

Patricia Tendolini é professora de Economia do Unicuritiba

Um comentário:

  1. O 11 de setembro de 2001 teve um impacto muito maior do que o mundo e os americanos pensavam,no quesito Economia Global. Como símbolo e pilar do Capitalismo Mundial,a Potência Estadunidense teve que rever suas Políticas Econômicas Internas e Externas,mudando assim muitas coisas que não estavam previstas em seu orçamento,como na questão dos Gastos Militares,que foi uma surpresa nada agradável a economia americana,como você mesmo citou no artigo,em que:esta mesma economia já meio que andava patinando no final da era Clinton,início governo Bush. Para as Relações Internacionais isto surgiu como um Tsunami,pois o fator Economia nas Relações Comerciais entre os Estados,é um fator que engloba toda uma estrutura de mercado esquematizada,onde de certa maneira há uma dependência muito grande no Comércio Internacional entre os Estados Envolvidos,e uma crise econômica com tantas dimensões desta natureza atinge em cheio as Relações entre os Estados,mudando todo o foco de Crescimento,Investimento,Produção,Políticas Fiscais e de Câmbio. Por outro lado as perspectivas econômicas futuras de voltar a situação de normalidade,fica sem uma resposta a curto prazo,pois os efeitos de crises em uma Economia Expansionista,por mais que a crise seja pequena tem sempre um efeito e uma duração longa,para de fato voltar ao âmbito de normalidade. A Economia é uma Ciência muito interessante e Importante nas Relações Internacionais,por isto para que os Estados tenham sucesso perante os outros,no mundo de Economia Globalizada,tem que ter muita responsabilidade e controles de todos os seus Gastos Públicos,Aplicações,Investimentos,Políticas Fiscais,Políticas de Câmbio,Políticas Públicas e demais outros ítens necessários a um bom funcionamento da Máquina Pública.
    Na minha opinião acredito que existe um certo preparo,para os países dos BRIC'S assumirem esta Alavanca da Economia Global e seguirem em frente rumo ao Crescimento e Desenvolvimento entre estes Estados,apesar de todos os problemas que existem,que não vou aqui citar para não ficar muito extenso o meu comentário. A China tem um grande potencial tanto Econômico Industrial,como Estrutural em seu Território e e tem Comercialização com praticamente todos os países do mundo,principalmente com as Economias dos próprios Emergentes,também com os Europeus,com as três Américas,a própria Àsia e Àfrica,ou seja,enquanto os USA investiram na Guerra contra o Terror,a China foi aproveitando esta brecha Americana e se fortaleceu ao longo dos 10 anos passados,deixando para traz seu maior rival,os Japoneses. Problemas todo mundo tem e com os Estados é a mesma coisa,é apenas uma questão de encarar as coisas com vontade própria,senso e maturação,para eliminar os problemas ao longo dos tempos,pois não é de um dia para outro que um Estado se transforma em uma Potência Econômica. O Brasil também tem seu potencial neste Cenário Internacional Econômico,mas afirmo aqui,que de imediato seria um "Figurante",pois nossos probelmas são bem maiores do que os da China. O restante dos Países dos BRIC's como Índia,Rússia e Àfrica do Sul,ficariam nesta história como base de sustentação das economias da China e do Brasil. Coloco aqui também uma observação,que seria a extinção do Monopólio do Dólar como Moeda Comercial Internacional,deveria existir outra moeda de substituição,pois com este Monopólio da Moeda,ocasiona todo um Desarranjo e Desequilíbrio Monetário em todas as Economias Envolvidas no caso de Existências de Crises Econômicas e de outros fins comerciais.

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