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domingo, 18 de setembro de 2011

11 DE SETEMBRO, 10 ANOS DEPOIS E 2 TORRES A MENOS

Por
Daniel Muri

Aluno do Prof. Marlus Forigo
na disciplina de Ciência Política
do 1º per. de Relações Internacionais

Curitiba, 11 de setembro de 2001, data que tinha tudo para ser apenas mais uma fatídica terça feira na vida de um garoto de 12 anos que não via a hora de sair da aula, ir para casa e assistir a mais um episódio de Dragon Ball Z, seu desenho favorito. No colégio tudo normal, aulas assistidas, estudos em dia e é hora de ir para casa. Chego, ligo a televisão e para minha frustração meu desenho havia sido interrompido por um link ao vivo de Nova York, onde um grupo de barbados havia roubado um avião e o atiraram contra dois prédios. Na hora aquilo não significava nada para mim, meu maior pesar na época e fato que não esqueço até hoje é eu nunca mais ter conseguido recuperar aquele episódio.
Perto de se completar 10 anos do que podemos chamar de maior atentado terrorista da história, o povo norte-americano “ganhou de presente” a suposta morte do então líder do grupo, que assumiu a autoria dos ataques, Osama Bin Laden, o qual apesar de nascido na Arábia Saudita é sempre associado ao Afeganistão, país no qual recebeu treinamento dos Estados Unidos, para combater as forças invasoras soviéticas. Com a notícia de sua morte o povo entrou em êxtase, todos nas ruas, bandeiras tremulando, homens, mulheres, crianças, todos em uma única voz fazendo ecoar o hino da maior potência deste século.

O orgulho dos americanos estava ferido, pois a derrubada das duas torres foi como se o coração de cada cidadão estadunidense tivesse sido atingido, pois elas representavam bem como os EUA se sente perante o mundo, sólidos, absolutos, impenetráveis. Uma fragilidade até então desconhecida no dicionário americano, com um nacionalismo exacerbado e uma prepotência protuberante, foi um abalo do sentimento de onipotência desmoronando junto a todo cimento, concreto e aço que sustentavam o World Trade Center. Ver a morte de quase três mil pessoas, vítimas de um atentado terrorista, dentro do próprio território era inadmissível. Agora o medo havia se instaurado e o mínimo que poderia ser feito para aliviar esse sentimento, era que o terrorismo fosse contido e combatido, gerando então assim o que foi denominado de Guerra ao Terror. Encabeçados pelo então presidente George W. Bush, o exército americano invadiu o Afeganistão e o Iraque, e deram início as ostensivas.
Como a economia do país ia aos trancos e barrancos e a popularidade de Barack Obama estava em queda livre, terem pego o terrorista mais popular e procurado da história foi como o Brasil ter ganho uma copa do mundo, pois com a taça em mãos é como se todos os problemas que os filhos desse solo enfrentam, fossem milagrosamente solucionados como num estalar de dedos. Para a imagem e uma futura reeleição de Obama o episódio foi ótimo, só esqueceram de avisar o personagem principal dessa história a comparecer, falando nisso... a essas horas ele já deve ter virado comida de peixe.
Em meio às homenagens, inauguração de memorial para as vítimas e uma suposta morte, a data em si é uma incógnita, a apreensão toma conta dos americanos que mais uma vez se vêem ameaçados e não sabem o que os espera, se vai ou não haver mais um atentado, se Bin Laden vai ser ou não vingado, se o terrorismo vai ou não voltar as manchetes. O fato é que se mais alguma coisa acontecer o futuro do planeta Terra e de seus habitantes vai estar comprometido, pois em se tratando dos Estados Unidos, de seu poder bélico e do desejo de fazer justiça com as próprias mãos, não podemos esperar nada, ou melhor, podemos esperar tudo. Agora só nos resta aguardar e ver se essa bola de neve vai ser brecada ou se ela só vai aumentar.
De 10 anos pra cá o mundo mudou muito pouco, não podemos destacar nenhuma grande mudança, nenhuma grande evolução, os EUA continuam sendo a grande potência e ninguém consegue lhes tirar a pole position, o terrorista que ao invés de estar escondido, já não perambula mais entre nós. Por fim o ponto crucial e ápice de todos esses acontecimentos, algo que nunca mudou nem nunca mudará: a incômoda “musiquinha” que a rede globo toca no seu plantão sempre que uma tragédia ocorre, ela chega interrompendo a programação televisiva sem dó nem piedade, foi assim com meu desenho e foi assim com o domingo maior.

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